Boa noite, amigos
Hoje farei o meu rescaldo etapa a etapa do que foi a minha primeira Volta ao
Algarve. Em primeiro lugar, há que dar uma grande palavra de apreço a quem
conseguiu pôr esta volta na estrada. Exceptuando a parte da transmissão
televisiva, esteve num patamar muito acima com um excelente pelotão, percurso
competitivo, segurança e sempre muita gente a ver a corrida passar. Afinal, não
só no norte está o ciclismo. E é sempre espectacular poder correr ao lado das
grandes estrelas do pelotão mundial!
Agora passando às etapas, o primeiro dia pode dizer-se que foi
calmo. Deu-se a fuga inicial e depois foi sempre a velocidade de cruzeiro até
aos últimos 50 km. Nesta etapa, o meu colega César Fonte espelhou bem a sua
classe ao integrar a fuga e terminar o dia como líder das metas volantes. Foi muito
bom para a nossa equipa ter um homem no pódio numa corrida deste nível.
Para o segundo dia já tivemos uma etapa diferente, com a
dureza da chegada a Monchique. Novamente, tivemos uma fuga a formar-se desde
cedo, sem que nenhum dos homens da frente pusesse em causa a camisola do César.
Contudo, aproveitámos o ritmo imposto pela Tinkoff-Saxo no pelotão, que fez
diminuir a vantagem da fuga, e seguindo as palavras do nosso director pegámos
na corrida para que o César pontuasse na última meta volante do dia, o que veio
a acontecer. Resultado? Solidificou a liderança da camisola e subiu um dia mais
ao pódio.
No terceiro dia esperava-nos um contra-relógio individual… este
foi para mim um dia azarento. Não fui reconhecer o percurso e entrei de mãos
nos extensores no paralelo de Sagres já dentro do último quilómetro… as
sensações estavam a ser boas, até à queda que resultou num joelho inchado e um
bocado de ‘chapa queimada’.
No dia seguinte, a etapa rainha da prova com a chegada ao Alto
do Malhão. Jornada difícil para mim, tinha descansado pouco com dores no joelho
e mau estar. Mesmo durante o percurso sentia alguma dor sempre que fazia muita
força, mas tentei ir até onde pude e terminar a etapa. Gostava de ter dado mais
um pouco neste dia, ainda mais com o mar de gente ao longo de toda a subida do
Malhão. É muito bom ver aquela quantidade de pessoas, digno de uma chegada da
Volta a Portugal.
E chegamos à última etapa, comigo a sentir-me um pouco melhor
das dores no joelho apesar do inchaço. Neste dia, o pelotão acordou com muita
vontade e o ritmo foi sempre muito alto. Já tínhamos praticamente certa a ida ao
pódio por parte do César Fonte. Bastava ter atenção aos adversários directos
para que não pontuassem. E assim chegámos rapidamente ao circuito de Vilamoura,
sempre a alta velocidade onde a vitória sorriu ao Cavendish.
Não posso terminar sem deixar uma palavra ao Edgar Pinto, que
se apresentou muito bem nesta Volta ao Algarve. Ao Ricardo Vilela, Arkaitz Durán
e Edu Prades pela excelente prestação. Ao Valter Pereira pela vitória da
camisola da montanha, que bem a mereceu e, claro, ao meu companheiro e amigo
César Fonte, que mais uma vez demonstrou a sua classe estando entre os melhores
subindo ao pódio para vestir a camisola das metas volantes.
Agora fiquem à espera da próxima competição da Rádio Popular-Boavista!
Cumprimentos
e boas pedaladas,
Frederico
Figueiredo
[Frederico terminou a sua primeira Volta ao Algarve em 90º lugar, a 18m28s
do vencedor Michal Kwiatkowski (OPQ)]
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