O regresso do
Tour após o dia de descanso trouxe uma jornada emocionante no seu final. O
público dividiu-se entre vibrar com a vitória apertada de Tony Gallopin (LTB) e
o cruzar de meta de Andrew Talansky (GRS) após 32m05s. Vincenzo Nibali (AST)
permaneceu de amarela.
De Besançon rumou-se
a Oyonnax, já sem Cancellara (TFR) para pedalar os 187,5 km de jornada. ‘Spartacus’
arredou-se da restante Grande Boucle
com o pensamento focado na preparação para os Mundiais, mas de mais nomes se
faz o pelotão e dele saiu um trio para a fuga do dia. Cyril Lemoine (COF), Anthony
Delaplace (BSE) e o campeão suíço Martin Elmiger (IAM) pedalaram tranquilos até
à aproximação das montanhas. O início quase plano deu lugar a um final
montanhoso, de quatro altos, onde a corrida mudou de cenário.
Na chegada a
Côte de Rogna (3ª cat. km 141), a Garmin-Sharp encetou uma perseguição feroz no
pelotão para alcançar a fuga, ao mesmo tempo que o seu corredor Talansky se
debatia já atrasado para se manter em prova. O norte-americano, recente
vencedor do Dauphiné, após várias quedas nos anteriores dias, viu quase chegar
ao fim a sua incursão pelo Tour. Parou, o director da equipa falou com ele
dando-lhe a escolha de abandonar ou continuar a pedalar. Talansky subiu à bicicleta
e continuou sozinho, apenas acompanhado pelo carro da equipa.
O alto de
Rogna foi superado apenas com o resistente Elmiger (IAM) na frente. Entretanto,
no pelotão atacava Nicolas Roche (TCS) com Jan Bakelants (OPQ) na sua roda. O campeão
suíço Elmiger ainda passou Côte de Choux (3ª cat. km 149), mas na aproximação
de Côte de Désertin (4ª cat. km 153) já tinha a companhia da dupla perseguidora
e também de Jesús Herrada (MOV) e Cyril Gautier (EUC).
Contudo, o
quinteto seria apartado na última montanha, em Côte d’Échallon (3ª cat. km
168), onde Roche partiu em solitário com 21 km por pedalar e 12s a separá-lo do
pelotão, agora comandado pela Cannondale, pensando na possível vitória de Sagan,
juntamente com a Orica-GreenEdge para Gerrans. Alto coroado, a descida marcou o
fim da aventura para o irlandês da Tinkoff-Saxo. A 16 km para o desenlace, Roche
foi alcançado e um corte no pelotão levou a alguns ciclistas da geral a ficarem
para trás, como o campeão do mundo Rui Costa (LAM), que desceu a 14º da geral.
Nesse momento,
o ex-camisola amarela Tony Gallopin (LTB) começou uma luta contra todos. Atacou,
pedalou, foi alcançado a 4 km da meta. Não desistiu, voltou a atacar a 2,5 km e
sempre com os pedais adversários na sua roda, o pensamento era apenas um… allez
allez Gallopin para a vitória da etapa! E assim triunfou, deixando na sua roda o
grupo encabeçado por John Degenkolb (GIA) e Matteo Trentin (OPQ).
O público
vibrou com a vitória francesa e meia hora mais tarde com o cruzar da linha de
Talansky (GRS), que heroicamente terminou a jornada sozinho e dentro do tempo
limite.
Por falar em
heróis, fica ainda o registo de Tiago Machado (TNE) a ser entrevistado pelo
Eurosport no final da jornada. O português, que emocionou o mundo do ciclismo
na última jornada, afirmou sentir dores nas costas, perna e cotovelo, confessando
a vontade de querer entrar novamente numa fuga e tentar lutar por uma vitória
de etapa. Certamente, terá Portugal a torcer pelo minhoto guerreiro!
Resultado Et11 dos heróis lusos e
luso-descendente:
48 Rui Costa
(Por) LAM +1:36”
62 Sérgio
Paulinho (Por) TCS +1:36”
104 Nelson
Oliveira (Por) LAM +18:25”
113 Armindo
Fonseca (Fra) BSE +18:25”
115 José
Mendes (Por) TNE +18:25”
116 Tiago
Machado (Por) TNE +18:25”
CG após Et11:
14 Rui Costa
(Por) LAM +5:34”
64 Tiago
Machado (Por) TNE +1:02:37”
80 Nelson
Oliveira (Por) LAM +1:20:11”
102 Sérgio
Paulinho (Por) TCS +1:26:43”
152 José
Mendes (Por) TNE +1:59:40”
158 Armindo
Fonseca (Fra) BSE +2:05:15”
CG após Et11 TDF (Foto Helena Dias) |
(escrito em português de acordo com a
antiga ortografia)
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