O Cycling & Thoughts, juntamente para a APCP (Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais), esteve presente
nos tradicionais Circuitos lusos de final de temporada, aproveitando o momento para sentir
o coração dos heróis das equipas nacionais que estiveram presentes na 79ª Volta a Portugal Santander Totta.
Neste primeiro artigo, de uma série de seis, falámos com sete
dos elementos da equipa Louletano-Hospital
de Loulé sobre as quatro questões:
1- O que foi o melhor da Volta?
2- E o pior da Volta?
3- Com que sentimento sais desta Volta?
4- Tens algum episódio caricato ou momento marcante na Volta?
Descubram em seguida as respostas de Vicente de Mateos, David de la Fuente, Nuno Almeida, Hélder Ferreira, Pedro Paulinho, Rui Rodrigues e André Evangelista.
Descubram em seguida as respostas de Vicente de Mateos, David de la Fuente, Nuno Almeida, Hélder Ferreira, Pedro Paulinho, Rui Rodrigues e André Evangelista.
VICENTE DE MATEOS (CG
3º)
1- O melhor para mim foi conquistar esse pódio final, foi
também a vitória de etapa e a camisola verde. Estas três coisas foram especiais
para mim e para toda a equipa Louletano.
2- Penso que houve pouca coisa má. Na Volta foi tudo
positivo para mim. É verdade que na nona etapa o pior foi não estar na frente,
não poder estar com os melhores e lutar de verdade pela camisola amarela, mas
tão pouco foi mau.
3- Saio da Volta com um sentimento muito bom, muito alegre,
muito contente. Eu e toda a equipa estamos a pensar nesse momento desde o ano
passado. Chegámos e demonstrámos que o Louletano pode discutir a Volta a
Portugal e é isso que guardo.
4- O momento que me marca é a vitória de etapa. Ganhar uma
etapa na Volta a Portugal e estar a minha namorada ali comigo, penso que é um
momento bonito. Também outro momento bonito foi no último dia quando consegui o
pódio e estavam lá os meus pais e a minha namorada. Tudo o que consegui foi
bonito.
DAVID DE LA FUENTE (CG 22º)
1- O melhor foi o início da Volta, em que estás bem. Logo
depois sempre vou ficando um pouco pior, mas este ano consegui estar nas fugas
e fazer o meu trabalho.
2- Como sempre, o pior foram as quedas. Este ano só tive uma
queda e não foi muito importante, como o que sucedeu com o Rafael Silva ou o
Edgar Pinto.
3- Na verdade, este ano saí muito contente da Volta. Para
mim, acho que foi uma Volta mais fácil do que noutros anos. Relativamente ao
percurso foi um pouco mais fácil para mim e assim foi mais positiva. Talvez por
essa razão vi-me mais envolvido na corrida do que em outros anos, quanto a estar
em fugas ou ajudar um pouco mais até ao final. Mas, como sempre, venho para
trabalhar e é diferente. Nunca venho para fazer um grande resultado. Gosto de
estar todo o ano forte e depois ver o que sai na Volta.
4- Em corrida há sempre momentos divertidos. Houve dias na
fuga em que rimos muito, mas quando vais a passar mal a maioria das coisas com
que te ris são disparates sem sentido.
NUNO ALMEIDA (CG 35º)
1- O melhor da Volta foi chegar ao fim e conseguirmos um
resultado digno. Não ganhámos, mas terceiro é sempre bom. Exigiu muita luta e
com uma equipa que ajudou o nosso líder ao máximo. Conseguir isso no final foi
uma alegria. Claro, só faltou ganhar.
2- O pior foram as duas quedas que tive, que são situações
um bocado irritantes, mas não trouxeram muitas consequências e foram
ultrapassadas. Principalmente a segunda etapa da Volta foi muito
complicada e o pior dia para mim.
3- Saio da Volta de consciência tranquila. Esse é sempre o
meu objectivo, sair de consciência tranquila e saber que nada ficou por fazer.
É sempre muito bonito chegar ao final e dizer que podíamos ter feito mais
aquilo ou ter dado mais acolá, mas as coisas nunca são assim tão lineares.
4- Tive um momento que me marcou sim. Corri em casa a
primeira etapa na Arrábida e ter a minha família e os meus amigos a apoiar é
sempre um momento marcante e especial para qualquer atleta.
RUI RODRIGUES (CG 41º)
1- Penso que para a equipa foi uma boa Volta, a vitória de etapa
do Vicente foi bastante positiva e termos a confiança que também poderíamos
vencer a Volta foi muito bom.
2- O pior foi a etapa de Fafe, talvez por correr em casa e
pela dureza que foi essa etapa.
3- Saio da Volta com um sentimento bom, de dever cumprido.
Penso que a equipa fez um bom trabalho para o Vicente e mesmo a nível pessoal
acho que foi uma boa Volta, apesar de às vezes uma pessoa ter demasiada ilusão,
mas acho que ficou dentro das expectativas.
4- Se calhar, o momento que destaco é a queda que tive logo
na entrada da Sra. da Graça. Íamos a 20 km/h e conseguir cair a esta velocidade
não é fácil. Se calhar foi o momento mais estranho.
HÉLDER FERREIRA (CG
59º)
1- O ambiente que rodeia a Volta: o protagonismo que os
ciclistas têm nesses dias, o entusiasmo do público, o destaque nos meios de
comunicação.
2- A retirada do público da Senhora da Graça, com a passagem
da etapa para o dia de semana.
3- Sentimento de dever cumprido, satisfeito com a minha
prestação. No fundo, não ficou nada por fazer.
4- Uma conversa sincera apenas entre os ciclistas marca
muito. Aconteceu antes da vitória em Oliveira de Azeméis e uniu ainda mais os
esforços para o sucesso do Louletano na Volta.
PEDRO PAULINHO (CG
85º)
1- Sem dúvida, o melhor foi correr ao lado do meu irmão [Sérgio Paulinho]. Mas
também foi muito bom ter um companheiro nos três primeiros. Era um objectivo da
equipa, sabíamos que o Vicente era capaz de discutir a Volta e foi pena não ter
chegado ao contra-relógio nas condições de discutir, mas fizemos tudo e acho
que também há que salientar isso.
2- O pior foi chegar ao dia de descanso e ter uma lesão
muscular. Foi pior por não poder ajudar a equipa a 100%, não estar nas
condições a 100% para poder ajudar o líder. E também termos perdido o Óscar
logo no primeiro dia.
3- Saio da Volta com o sentimento de objectivo cumprido. Ajudei
a equipa no que pude. Não estava a 100% para a Volta. Não sabia se ia à Volta,
só soube dois dias antes de começar derivado à ausência do Luís Mendonça, mas saio
de consciência tranquila.
4- Não tenho nada de especial a destacar. Para mim, toda a
Volta foi especial.
ANDRÉ EVANGELISTA (CG
105º)
1- O melhor da Volta foi sobretudo a experiência. É uma coisa
nova, visto que foi a minha primeira: outros corredores em termos de várias
nacionalidades, nunca tinha feito uma prova com tantas etapas e sobretudo o
ritmo, que é completamente diferente.
2- O pior foi mesmo o passar dos dias conforme a dureza da
competição em si.
3- Senti um dever cumprido, fiz o que o chefe me mandou.
Onde podia estar, estive. E sobretudo acabei a Volta, que era muito importante
para mim.
4- As quedas e os problemas mecânicos em algumas etapas, em
que durante 50 km estive com uma bicicleta diferente e sem a minha medida.
André Evangelista (© Helena Dias) |
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