Castelo
Branco recebeu um emocionante final ao sprint. Samuel Caldeira (W52-Quinta da Lixa)
tinha marcado este dia como o mais propício para alcançar uma vitória, mas nos
derradeiros metros surgiu um furacão chamado Eduard Prades varrendo o sprinter
luso para segundo lugar e dando à Caja Rural-Seguros RGA a segunda vitória na 77ª Volta a Portugal.
Para Eduard Prades
esta foi uma vitória especial, como afirmou à RTP: “Sabe a glória, totalmente. É a minha primeira vitória em continental
profissional. A Caja Rural deu-me esta oportunidade e mereciam que lhes desse
esta vitória tão esperada. O objectivo era ganhar uma etapa ou duas, se
possível. Conseguimos, descansamos tranquilos e olhamos a Lisboa.”
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| Sprint furacão de Eduard Prades em Castelo Branco (foto Volta a Portugal) |
Mas a oitava
etapa parecia traçada para outro vencedor. Desde que o pelotão partiu da
Guarda, uma equipa tomou para si a frente do pelotão ao longo de praticamente a
totalidade dos 180,2 km de jornada. A algarvia Team Tavira dispôs-se a oferecer
resistência à habitual fuga, não receando a cara ao vento de todos os seus
elementos. Sozinha limitou a vantagem da fuga sempre abaixo dos 2 minutos, pedalando
pelo objectivo de levar Manuel Cardoso à desejada vitória da etapa.
A meta
escapou aos pedais do sprinter luso, que aos microfones da RTP não conseguiu
esconder o desânimo no olhar de não conseguir dar à equipa o triunfo para o
qual tanto trabalharam. Ainda assim, Manuel Cardoso mostrou-se confiante para a
derradeira oportunidade em Lisboa: “Houve
bastante desgaste da equipa durante todo o dia. Ninguém colaborou, fomos só nós,
mas sem problema nenhum. A verdade é que na subida final, pesou-me muito as
pernas e eu não consegui acelerar para me colocar bem. Os adversários são mais
fortes em todos os terrenos… a subir, a rolar, nos contra-relógios, a sprintar…
só nos resta continuar a tentar. Ainda falta um dia e até ao final estamos na
luta.” Pode Lisboa ser novamente talismã, já que em 2014 fechou a Volta com
um triunfo de ouro na capital portuguesa.
O dia voou
nos pedais do pelotão. A média de 43,294 km/h não deu qualquer hipótese à fuga
de chegar a bom porto. Apesar da boa colaboração entre César Fonte, Alberto
Gallego (Rádio Popular-Boavista), David de La Fuente (Efapel), Fabricio Ferrari
(Caja Rural-Seguros RGA) e Georg Loex (Team Stuttgart), a velocidade imposta
pelo pelotão assegurou sempre uma vantagem mínima para a aventura do quinteto.
O espanhol David de La Fuente ainda tentou a sorte em solitário a 12 km da
meta, terminando o sonho a 6 km do desenlace e levando consigo o prémio da combatividade.
Enquanto se
lutava na frente pelo êxito da fuga e atrás pelo fim dela, a algarvia Louletano-Ray
Just Energy continuava sem muita sorte nesta Volta. Após o abandono de Sandro
Pinto ontem por problemas gastrointestinais, hoje viu cair Micael Isidoro e
mais gravemente João Benta. Apesar dos visíveis ferimentos, o vencedor do
Troféu Joaquim Agostinho resistiu aos quilómetros finais e terminou a etapa,
perdendo dois lugares na geral para 13º. De outra equipa lusa, o jovem campeão
nacional sub-23 Nuno Bico (Rádio Popular-Boavista) terminou igualmente na meta
com o corpo bastante massacrado por uma queda.
De regresso
ao pelotão compacto em luta pela etapa, na última curva a LA Alumínios-Antarte
tentou surpreender os adversários. Contudo, nas pedaladas finais em plena recta
da meta, Eduard Prades mostrou-se mais forte e superou na linha Samuel Caldeira
e o italiano Davide Vigano (Team Idea 2010 ASD).
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| Samuel Caldeira, Eduard Prades, David de La Fuente, Alexey Rybalkin, Bruno Silva e Gustavo Veloso (foto Volta a Portugal) |
Resultados Et8
1º Eduard
Prades (Esp) Caja Rural-Seguros RGA 4:09:44
2º Samuel
Caldeira (Por) W52-Quinta da Lixa m.t.
3º Davide
Vigano (Ita) Team Idea 2010 ASD m.t.
4º Coen Vermeltfoort (Ned) Cyclingteam Join’s-De Rijke
m.t.
5º Albert Torres (Esp) Team Ecuador m.t.
6º Rafael
Silva (Por) Efapel m.t.
7º Amaro Antunes (Por) LA Alumínios-Antarte m.t.
8º Delio
Fernández (Esp) W52-Quinta da Lixa m.t.
9º Daniel
Silva (Por) Rádio Popular-Boavista m.t.
10º Vicente
de Mateos (Esp) Louletano-Ray Just Energy m.t.
C.Geral
1º Gustavo
Veloso (Esp) W52-Quinta da Lixa 35:46:22
2º Delio
Fernández (Esp) W52-Quinta da Lixa +14”
3º Jóni
Brandão (Por) Efapel +57”
4º Alejandro
Marque (Esp) Efapel +1:28”
5º António
Carvalho (Por) W52-Quinta da Lixa +1:51”
6º Rui Sousa
(Por) Rádio Popular-Boavista +2:11”
7º Sérgio
Sousa (Por) LA Alumínios-Antarte +2:27”
8º Daniel
Silva (Por) Rádio Popular-Boavista +2:27”
9º Marcos
García (Esp) Louletano-Ray Just Energy +2:36”
10º Hernâni
Brôco (Por) LA Alumínios-Antarte +3:03”
22º Ricardo
Mestre (Por) Team Tavira +11:34”
36º Hugo
Sabido (Por) Louletano-Ray Just Energy +28:48”
Camisolas
Geral:
Gustavo Veloso (Esp) W52-Quinta da Lixa
Juventude: Aleksey
Rybalkin (Rus) Lokosphinx
Montanha:
Bruno Silva (Por) LA Alumínios-Antarte
Pontos:
Gustavo Veloso (Esp) W52-Quinta da Lixa
Combinado:
Gustavo Veloso (Esp) W52-Quinta da Lixa
Equipas:
W52-Quinta da Lixa
Resultados completos aqui
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Et7 Volta a Portugal: os mais fortes na Torre
Et6 Volta a Portugal: regular ou irregular, eis a questão
Et5 Volta a Portugal: É portuguesa, com certeza!
Et4 Volta a Portugal: Graça, não fujas de mim
Et3 Volta a Portugal: tudo menos transição
Et2 Volta a Portugal: Larouco enaltece talento luso-galego
Et1 Volta a Portugal: fuga de impulsos
Volta a Portugal: prólogo de sentimentos mistos
(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)
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