Tem apenas 22 anos e enverga a camisola rosa há 13 dias consecutivos. Nunca antes na história do Giro d’Italia um corredor tão jovem tinha segurado a liderança da classificação geral por tantos dias. João Almeida (Deceuninck-Quick Step) é o português que está a dar a volta à cabeça de todos os fãs de ciclismo, quer sejam lusos ou estrangeiros. “O miúdo merece ganhar”, ouve-se pelo país e lê-se nas redes sociais.
João Almeida exausto no final da 15ª etapa (© LaPresse) |
João Almeida chegou ao início da segunda semana do Giro com 30 segundos de vantagem para o segundo lugar do holandês Wilco Kelderman (Team Sunweb) e 39 segundos para o terceiro lugar do espanhol Pello Bilbao (Bahrain-Merida), tempos que foram mudando no decorrer dos dias, por força do incessante trabalho do jovem luso e da sua equipa para manter a camisola de líder da corrida. Sempre apoiado pela equipa belga, João chegou aos momentos decisivos das etapas preparado para dar tudo de si em resposta ao trabalho dos companheiros. O resultado foi o alargar de distância para os adversários mais próximos na geral e a quase vitória da 15ª etapa, sendo apenas superado em cima do risco em Monselice pelo italiano Diego Ulissi (UAE Team Emirates). No dia seguinte, correu-se o segundo contra-relógio individual da 103ª edição, onde a vitória coube ao campeão do mundo da especialidade, o italiano Filippo Ganna (Ineos Grenadiers), mas com João Almeida a pedalar o sexto melhor tempo do dia, o que lhe valeu distanciar os rivais na geral para 56s Kelderman e 2m11s Bilbao.
Antes do segundo dia de descanso, chegou uma prova de peso… a alta montanha! Os 185 quilómetros, que ligaram a Base Aérea de Rivolto à primeira categoria de Piancavallo, a 1288m de altitude, mexeram com as contas da geral e com as forças de João Almeida. Contudo, o miúdo de A dos Francos, concelho das Caldas da Rainha, não se deixou derrotar pelo intenso desafio que se ergueu diante de si, terminando a etapa completamente exausto, na quarta posição e conservando a preciosa maglia rosa, mas com menos vantagem para o principal adversário. Com seis etapas pela frente na terceira e derradeira semana do Giro d’Italia, João tem 15s a separá-lo do holandês Kelderman, que terminou em segundo neste dia em que a vitória coube ao britânico Tao Geoghegan Hart (Ineos Grenadiers). O terceiro lugar na geral é agora ocupado pelo australiano Jai Hindley (Team Sunweb), a 2m56s.
O esforço de João Almeida nos últimos três quilómetros da 15ª etapa (© Velon) |
“Estou muito feliz por ter mantido a maglia rosa, por um momento na última subida pensei que ia perdê-la. No geral, foi uma etapa positiva para mim: senti-me bem, apenas houve corredores mais fortes do que eu. Agora restam seis etapas neste Giro, estou ansioso por descobrir até onde consigo ir. Nunca fiz uma corrida tão longa. Mas primeiro estou desejoso pelo dia de descanso de amanhã, definitivamente necessito de descansar um pouco a cabeça”, desabafou João Almeida no final da etapa.
Quanto à camisola da montanha, Rúben Guerreiro (EF Pro Cycling) defendeu com unhas e dentes a liderança da mesma ao longo da semana, mas hoje viu a camisola passar para as mãos do italiano Giovanni Visconti (Vinu Zabù-KTM). O português tentou integrar a fuga do dia, onde seguia Visconti, devido à importância de pontuar nas montanhas da jornada, mas apesar de todo o esforço implementado, não conseguiu. Parte para a última semana na segunda posição da classificação da montanha, com 31 pontos a separá-lo da liderança.
João Almeida à esquerda e Rúben Guerreiro à direita, partida da 15ª etapa (© Giro d'Italia) |
Ontem no crono o Fausto andou a fundo e fez um crono dentro dos primeiro se ontem se tem poupado um pouco hoje teria dado uma ajuda fundamental na ultima subida o que nao se veio a verificar!...
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