Este domingo realizou-se o 3º Encontro de Escolas de BTT
Mata de Alvalade, em Lisboa, organizado pela Coelhinhos – Escola Clube de
Ciclismo de Lisboa em parceria com a Junta de Freguesia de Alvalade e o apoio
da Câmara Municipal de Lisboa e da Associação de Ciclismo de Lisboa. No Parque
José Gomes Ferreira, os mais jovens puderam desfrutar de uma manhã bem passada
na companhia da bicicleta.
No 3º Encontro de Escolas de BTT, Pupilos e Benjamins (5-8
anos) efectuaram a prova de destreza; Iniciados (9-10 anos) e Infantis (11-12
anos) a prova de destreza e o circuito de BTT; Juvenis (13-14 anos) a prova de
contra-relógio individual e o circuito de BTT.
O Cycling &
Thoughts aproveitou o momento para conhecer o projecto da Coelhinhos – Escola Clube de Ciclismo de
Lisboa, através de uma entrevista ao presidente da escola Paulo Vaz.
“A Coelhinhos é uma escola
fundada há três anos e meio, a 29 de Abril de 2014. Começámos com uma função
que não tinha a ver com a competição, ou seja, com o programa de ciclismo
curricular, onde levamos o ciclismo à escola e ensinamos as crianças do 1º
ciclo a andar de bicicleta. Esta é uma das nossas áreas de actividade. Em 3
anos trabalhámos com 2800 crianças. Até ao próximo Natal já tenho acordado
trabalhar com quatro escolas e 800 crianças. É um projecto que está a crescer
de uma forma bastante grande. Na parte desportiva começámos em 2015 com as Olisipíadas.
Este desafio fez-nos montar uma equipa de ciclismo para as Olisipíadas e também
aqui temos vindo a crescer. Há três anos resolvemos ainda fazer a 1ª edição
deste Encontro de Escolas de BTT, no primeiro ano tivemos 40 crianças e este
ano temos o dobro.”
A capital Lisboeta tem vindo a apostar cada vez mais na
cultura da bicicleta, como forma de tornar a cidade mais sustentável e livre de
automóveis. Para tal, a Câmara Municipal apostou em infra-estruturas, a par de
levar o ensino do ciclismo às escolas, um ponto fundamental de acordo com Paulo Vaz.
“O projecto ciclismo
curricular nasceu de uma lacuna que havia na cidade de Lisboa. Há cerca de 4
anos houve um conjunto de pais a identificar que na cidade de Lisboa não havia
uma escola para as crianças aprenderem a andar de bicicleta. Não havia em
Lisboa, Oeiras, Amadora, Odivelas e Loures. Apenas existia no Milharado, o que
era muito longe. Esse conjunto de pais, onde me incluo, resolveu pedir na
escola onde andavam os filhos a estudar, que fica a cerca de 1 km daqui, que no
Carnaval se fizesse uma actividade para ensinar as crianças a andar de
bicicleta. Houve um investimento pessoal de comprar meia dúzia de bicicletas, capacetes
e luvas. Falei com o Sr. Aníbal da Associação de Ciclismo de Lisboa, juntámos
um conjunto de pessoas, fizemos três dias de bicicleta e houve 40 crianças que
ficaram a andar de bicicleta.”
“Este projecto de
levar o ciclismo à escola, ou melhor, de levar a bicicleta à escola, de ensinar
as crianças a andar de bicicleta prende-se com uma questão: preparar estas
crianças para utilizarem a bicicleta quando crescerem. Como a vão utilizar é
algo que irão decidir depois, seja como transporte, lazer, para fazer desporto
ou competição, essa será uma opção delas.”
“A Câmara Municipal, em
primeiro lugar, investe nas infra-estruturas e nos equipamentos, nas ciclovias
e nas bicicletas partilhadas, mas há aqui uma terceira componente muito
importante, que é o conhecimento e sem esse conhecimento ninguém anda de
bicicleta”, concluiu Paulo Vaz.
No final do Encontro de Escolas de BTT, os jovens
participantes subiram ao pódio para receber o merecido prémio aos cinco
primeiros classificados femininos e masculinos de todos os escalões.
Paulo Vaz, presidente da Coelhinhos ECCL, a animar os mais novos apaixonados pela bicicleta |
Excelente reportagem! Bem haja. ASM
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