Encontrámos Celestino
Pinho em pleno Troféu Joaquim Agostinho. Rosto bem conhecido dos amantes de Ciclocrosse,
o campeão da vertente de inverno de ciclismo destacou-se igualmente na Estrada.
Longe da competição desde o final de 2012, continua ligado à modalidade como
massagista na equipa W52-FC Porto.
Celestino Pinho nasceu
em Avintes, Vila Nova de Gaia, a 2 de Janeiro de 1984. A sua ligação ao
desporto das duas rodas começou pelo BTT, na equipa BiciCastro, passando para a
Estrada como amador no clube Ramalde. A subida a profissional chegou
naturalmente, fruto do talento que impunha no asfalto e entregando 10 anos da
sua vida a três equipas lusas: “Estive 5
anos na Barbot, passei para o Paredes e depois estive 3 ou 4 anos no Louletano”,
relembra ao Cycling & Thoughts.
No total, guardou no
palmarés sete participações na Volta a Portugal. Mas a sua história vai muito
para além da prova rainha lusa. Celestino abraçou o Ciclocrosse de corpo e
alma, notabilizando-se em Portugal e em Espanha. No país vizinho, venceu o
ranking galego em 2010 e foi segundo em 2011. Já em Portugal, quando a vertente
renasceu em 2010, agarrou o título de campeão nacional e de vencedor da Taça de
Portugal de Ciclocrosse.
“Esse
tempo marcou a minha vida. Tenho alguns episódios maus, mas também tenho muitos
bons e deixa-me saudade quando me lembro desses bons tempos que tive. Foi um
episódio bonito na minha vida”,
relembra Celestino para quem o Ciclocrosse era um vício como já afirmou.
Contudo, a vertente não tem conseguido cativar muitos ciclistas a nível
nacional, algo para o qual só consegue ver uma razão: “A tradição perdeu-se em Portugal. Há uns anos largos havia tradição e
fazia-se muito. Se não há tradição, não é fácil a chama aumentar.”
No final de 2012, disse
adeus à competição aos 28 anos de idade. “A
principal razão foi deixar de ter motivação, porque quando regressei ao
ciclismo profissional, o ciclismo estava de outra maneira. Antes havia mais
condições, mais dinheiro. Passados 10 anos, estava bem pior em muitos aspectos.
Achei que já não valia a pena continuar.”
Foi então que surgiu o
convite para ingressar como massagista. Celestino revela-nos: “O convite foi engraçado… quando optei por
esta profissão, eu ia para uma equipa estrangeira fazer a Volta a Portugal. Quando
faltavam dois ou três dias, a equipa acabou por não vir e eu achava que ia de
férias mais cedo. Entretanto, ligou-me um dos responsáveis da parte da massagem
para saber se queria fazer a Volta a Portugal com esta equipa, que na altura
era OFM. Fui e fiquei.”
Os anos passaram e a
OFM, que vinha do escalão de equipa de clube, implementou-se no pelotão
nacional como uma das mais fortes esquadras continentais lusitanas. Celestino acompanhou o crescimento da estrutura para a actualmente designada W52-FC
Porto: “A estrutura tem crescido. Neste momento,
temos muito mais condições do que tínhamos. É uma estrutura ao nível dos
ciclistas.”
Com a equipa azul e
branca irá continuar e sobre o futuro tem uma certeza: “Vou sempre continuar ligado ao ciclismo”, conclui Celestino em
entrevista ao Cycling & Thoughts no dia em que Gustavo
Veloso conquistou a última etapa do Troféu Joaquim Agostinho, triunfando também por equipas.
W52-FC Porto vencedora por equipas do Troféu Joaquim Agostinho 2016 |
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