O Cycling &
Thoughts esteve à conversa com Alejandro Marque no início do Troféu Joaquim Agostinho,
última competição antes da Volta a Portugal. O experiente ciclista galego de 34 anos pedala este ano na equipa LA Alumínios-Antarte e, antes de partir para o
contra-relógio inaugural do mítico Troféu, fez-nos um balanço da temporada e abordou
os objectivos para a Volta.
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| Alejandro Marque na chega ao alto de Montejunto, 1ª etapa do Troféu Joaquim Agostinho (foto Helena Dias) |
Sobre o seu desempenho
até ao momento da temporada, Alejandro Marque disse: “Tive bastantes contratempos durante toda a época, coisas de saúde e
alergias. Foi o que me impediu de render melhor como eu gostaria. Na [Volta
à] Bairrada estive bem, fiz 2º, no
[Grande Prémio] JN e Grande Prémio do Dão
[7º CG] já me senti bem e agora é só
pensar na Volta. Fiz este último mês praticamente todo em Navacerrada, em
altitude a preparar a Volta. Sei que chego aqui [ao Troféu Joaquim
Agostinho] com um pouco de fadiga,
acumulei muitos quilómetros em subida, mas vai ser um bom teste para acabar de
afinar a preparação para a Volta a Portugal.”
Marque passou no teste
do Troféu Joaquim Agostinho com um 24º lugar na geral individual, tendo obtido
no esforço individual do prólogo a sua melhor classificação ao pedalar o 4º
melhor tempo no final dos 8 km no Turcifal, ficando a 20s do vencedor Rafael
Reis (W52-FC Porto), a 5s de Gustavo Veloso (W52-FC Porto) na 2ª posição e a 4s
do 3º lugar de Rinaldo Nocentini (Sporting CP-Tavira), vencedor do Troféu. No
colectivo, a equipa terminou no 2º lugar, tendo no pódio individual Hernâni
Brôco em 2º.
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| LA Alumínios-Antarte 2ª por equipas no Troféu Joaquim Agostinho (foto Helena Dias) |
O ano de 2016 trouxe então Alejandro
Marque ao seio da LA Alumínios-Antarte. “Fui
bem acolhido, os companheiros são cinco estrelas e a verdade é que estou
contente. Esperemos que na Volta a Portugal possamos demonstrar que podemos
estar na luta.”
A duas semanas do
grande objectivo da temporada, Marque confirma a liderança bicéfala da equipa
para a Volta a Portugal. “O Amaro
[Antunes] fez uma grandíssima época, é a segunda opção da equipa. É sempre bom ter duas opções para poder
vencer, porque pode acontecer alguma coisa, uma queda ou algo. Ele é jovem, tem
um bom futuro pela frente. Eu já venci uma, fiz pódio noutra, venci etapas na
Volta a Portugal nos contra-relógios e assinei por esta equipa para tentar
ganhar a Volta. Se ele estiver mais forte, não haverá nenhum problema. São
questões da estrada, a estrada é que manda e nas primeiras etapas já saberemos
se se pode lutar pela vitória ou não.”
Em 2015, Marque terminou
no 3º lugar do pódio da Volta –então pela Efapel–, tendo já no palmarés a
conquista da geral em 2013 e as etapas em contra-relógio de 2012 e 2013.
Fechando a Volta de 2016 com um contra-relógio individual de 32 km, entre Vila
Franca de Xira e Lisboa, o galego soma vantagem em relação ao jovem Amaro Antunes,
também ele de valor incontestável, uma pérola do pelotão nacional que finalizou
em 10º da geral no ano transacto.
Se o resultado na Volta
é um livro com final em aberto, já o futuro de Alejandro Marque é olhado com
alguma certeza. “Penso que vou acabar a
minha carreira aqui [em Portugal].
Chega uma idade… sabes que o comboio já
passou. Já tive essa oportunidade, aconteceu o que aconteceu, é algo que tenho
assimilado. É triste, mas seguramente acabo aqui a minha carreira e de cabeça
bem erguida, porque o ciclismo português foi o que me deu tudo.”
Sempre com o característico
sorriso no rosto e boa disposição, Marque não deixa de transparecer a mágoa que
sente ao relembrar o retrocesso na contratação pela Movistar Team, após a
conquista da Volta em 2013. “É algo que já passei digamos que uma folha neste
livro, mas quando estou a ver as grandes corridas, às vezes tenho de desligar a
televisão, porque penso ‘eu tinha de estar ali’ e aconteceu o que aconteceu. É
algo que tenho de assimilar e olhar em frente.” E no horizonte tem à sua espera
a rainha Volta a Portugal.
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| Alejandro Marque no Troféu Joaquim Agostinho (foto Helena Dias) |
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