Rafael Reis (W52-FC Porto) terminou Junho a liderar pelo terceiro mês consecutivo o Ranking Ciclista do Ano. Elaborada pela APCP – Associação Portuguesa de
Ciclistas Profissionais, a tabela espelha a regularidade obtida nas provas do
calendário nacional.
O jovem corredor de 23
anos tem protagonizado uma temporada de sucesso, na sua estreia pela
W52-FC Porto. À formação azul e branca deu a primeira vitória da época na Clássica de Amarante e desde aí as vitórias não cessaram, conquistando a Volta à Bairrada e o Grande Prémio Jornal de Notícias, somando também três vitórias em etapas. A
estas conquistas juntou o 3º lugar no Grande Prémio do Dão, 6º na Clássica da Primavera,
7º na Vuelta a Castilla y León, 10º na Volta ao Alentejo e, mais recentemente,
a medalha de bronze nos Campeonatos Nacionais de Contra-relógio, apenas
superado pelo campeão Nelson Oliveira (Movistar Team) e José Mendes (Bora-Argon18).
Após assumir em Abril a
liderança do Ranking Ciclista do Ano, Rafael Reis permaneceu no lugar mais alto
da tabela até ao final de Junho, mês em que consolidou o primeiro lugar
alargando a vantagem sobre o segundo classificado Joni Brandão (Efapel),
reflectindo os bons resultados obtidos até ao momento.
Em entrevista ao
Cycling & Thoughts, Rafael Reis afirma: “Estou muito contente com a época que tenho feito. É o
resultado de uma pré-época bem feita, da confiança que a equipa depositou em
mim e da ajuda dos meus colegas, sem os quais nada disto era possível. Continuo
a liderar o Ranking nacional, mas vem aí a parte mais importante da época para
as equipas portuguesas e, como as outras, o nosso objectivo é vencer a Volta a
Portugal e a classificação do Ranking nacional poderá sofrer algumas alterações.”
Além da liderança a
nível individual, no colectivo a W52-FC Porto cimentou o comando do Ranking Equipa
do Ano, finalizando o mês com cinco corredores no Top 20 do Ranking individual.
“A união
faz a força e, como unidos que somos, todos os atletas da equipa têm a oportunidade
de se fazer valer. Felizmente já conseguimos vencer com seis atletas este ano.
Daqui para a frente vamos fazer tudo para que as coisas nos continuem a sair
desta forma e continuar a honrar o nome W52-FC Porto-Porto Canal”, afirma Rafael.
Depois das primeiras
vitórias Rafael Reis fez um período de descanso, regressando em força com a
conquista do Grande Prémio Jornal de Notícias, prova ganha no passado por
alguns vencedores da Volta a Portugal, o que demonstra a escalada de qualidade
nas performances do jovem corredor. Corrida marcadamente dura na opinião do
pelotão, Rafael venceu o prólogo e a camisola amarela numa edição com acréscimo
de etapas relativamente ao ano transacto, tornando a vitória ainda mais relevante no palmarés do corredor.
“O Grande Prémio Jornal de Notícias é uma prova muito
importante a nível nacional e ainda mais para nós, com uma chegada na Avenida
dos Aliados onde tudo acabou por se decidir. Este ano, com cinco etapas e um percurso
duro, começámos por vencer o prólogo comigo e no segundo dia o Raúl vestiu a
camisola amarela, sendo com ele que queríamos vencer este GP, mas as coisas
acabaram por mudar um pouco, não fosse o ciclismo um desporto muito táctico.
Penso que o momento mais marcante desta corrida foi a última etapa [ganha pelo
companheiro António Carvalho], onde tudo
fizemos para recuperar a camisola amarela, que tínhamos perdido no dia anterior
na chegada a Santa Luzia. Arrancámos com determinação para esse último dia e,
pelo que a nossa equipa fez, penso que não só foi o momento mais marcante do
Grande Prémio JN como foi o momento mais marcante da temporada até agora”, explica
Rafael.
Com a temporada a
avançar no calendário chegaram os Campeonatos Nacionais, momento em que voltou
a provar que é um corredor acima da média no que toca à especialidade do
contra-relógio. Aí conquistou mais um pódio, obtendo a medalha de bronze com o mesmo tempo da prata de José Mendes, que viria a conquistar a prova de fundo. Rafael começou o
esforço individual cumprindo um melhor tempo no primeiro ponto de cronometragem
face a Oliveira e a Mendes, sofrendo um volte-face no decorrer da prova.
Rafael aclara-nos: “O Campeonato
Nacional de Contra-Relógio era um objectivo para mim, mas sabia desde o princípio
que iria ser bastante difícil, pois o nível dos adversários era diferente, como
por exemplo o Nelson que já foi 7º num Campeonato do Mundo de elites e está há
6 anos no WorldTour, o José Mendes e o José Gonçalves, entre outros que são
muito bons ciclistas. Mas fiquei contente com o pódio, pois sei que ainda tenho
alguns aspectos a melhorar nesta disciplina e daqui a pouco tempo espero que as
coisas venham a ser diferentes. Arranquei para o contra-relógio com
determinação e comecei no ritmo que sabia que tinha que ir para poder discutir
a vitória, mas depressa percebi que era um ritmo que não ia conseguir aguentar
as quatro voltas e tive que regular de forma a conseguir ficar no pódio.”
Agora aproxima-se o grande
objectivo da temporada, a Volta a Portugal, mas antes há o Troféu Joaquim
Agostinho (7-10/Julho). “Como
em todas as competições, a nossa equipa vai para fazer o melhor resultado possível.
Neste momento começa-se a aproximar o principal objectivo para todos, os
ciclistas já se encontram todos em boa forma física e o Troféu Joaquim
Agostinho é também muito importante para as equipas nacionais. Em princípio,
estarei presente nesta edição da prova, que pelo percurso será também ela
bastante dura”, conclui Rafael Reis em
entrevista ao Cycling & Thoughts.
Mais uma vez parabéns pelo magnifico trabalho oferecendo aos leitores entrevistas e todos os acontecimentos da modalidade no momento real.
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