David de la Fuente chegou em Março à liderança do Ranking Português ‘Ciclista do Ano’, elaborado
pela APCP – Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais. O experiente ciclista
espanhol enfrenta o seu segundo ano no pelotão luso, agora com as cores da
equipa Sporting CP-Tavira, contando já em 2016 com a vitória da camisola da
montanha no GP Liberty Seguros, onde finalizou em 10º da geral, o 2º lugar na Clássica
de Amarante, 3º na Volta ao Alentejo e 9º na Clássica da Primavera.
A um mês de
completar 35 anos de idade, David de la Fuente fala-nos sobre o forte começo da
temporada, a chegada à nova equipa, a sua visão sobre o pelotão português e os
objectivos para 2016.
Tiveste um
início de temporada mais forte do que em 2015. Como vês o teu começo de 2016, entusiasmado?
Sim, a verdade é que
este ano sem esperar comecei muito forte. Este ano, o tempo no norte de Espanha
foi muito bom, o que fez com que se pudesse treinar com normalidade e notou-se
muito. O ano passado quis começar bem, mas não foi o esperado. Levava dois anos
a correr na Turquia, dos quais apenas tinha competição 35 dias em 2013 e 17
dias em 2014, e custou-me um pouco mais do esperado apanhar o ritmo de competição.
Este ano, com a mudança de equipa, comecei muito animado e motivado e espero
que as coisas continuem a correr tão bem como até agora.
Conseguiste um
grande desempenho na Volta ao Alentejo, o que te levou a terminar em terceiro
da geral. Conta-nos um pouco sobre as tuas sensações e como viveste a ‘Alentejana’.
Depois do GP Liberty
Seguros, onde tive muito boas sensações, estava muito ansioso pelo Alentejo. Os
dois primeiros dias não correram como esperava, pois estive com mal-estar e
creio que não pude dar o mesmo nível que tive anteriormente, embora não o tenha
feito nada mal. A partir do terceiro dia, já comecei a sentir-me melhor e os
dois últimos dias senti-me muito bem. Uma pena, já que a dureza e o meu terreno
estavam nas duas primeiras etapas e talvez pudesse ter dado um pouco mais de
mim.
Este é o teu
segundo ano consecutivo no pelotão português. O que te parece o ambiente e
competitividade do nosso pelotão?
Apesar de ter corrido algo
em Portugal anteriormente, a Volta a Portugal em 2004, para mim era um ciclismo
desconhecido e a verdade é que foi uma descoberta, já que é um ciclismo com
bastante calendário, coisa que valorizo muito. Vejo que há muita rivalidade em
corrida, o que torna as competições mais emocionantes e muitas vezes não sabes
como vai acabar… Creio que há um nível muito bom e a cada ano vemos sair do
pelotão português muitos corredores para grandes equipas, o que penso se deve
ao facto de se estar a fazer algo bem e pelo nível existente.
Este ano
representas a equipa Sporting CP-Tavira, envolta numa grande expectativa por
estar associada ao regresso de um grande clube de futebol ao ciclismo. Como
surgiu o convite para ingressares na equipa?
A verdade é que tudo aconteceu
bastante tarde. Já quase não pensava em correr este ano e na última hora
comentaram-me a opção de entrar neste grande projecto e na verdade nem pensei…
Uma equipa com uma excelente trajectória, com uma nova imagem e da mão de uma
grande equipa de futebol como é o Sporting de Portugal, nesse momento comecei a
recuperar o entusiasmo que tinha perdido em 2015, apesar dos meus bons
resultados… E o resultado é que de momento está a correr muito bem!
Qual a tua
opinião relativamente ao regresso dos grandes clubes de futebol ao ciclismo?
Penso que é uma das
melhores notícias que este desporto podia ter, já que em momentos difíceis como
os que ultimamente tinha o ciclismo o apoio dos clubes de futebol é muito
importante para voltar a dar um empurrão a um desporto tão bonito e emocionante
como este. Creio que é um desporto muito sacrificado e merece coisas assim!
Quais os teus
principais objectivos para a temporada?
Está claro que o
objectivo número um, tanto para mim como para a equipa, é a Volta a Portugal,
mas não descartamos nenhuma das demais competições, pois todas são muito
importantes. Dentro de alguns dias correremos em Espanha e no Azerbaijão e também
gostava de estar muito bem em corridas como essas. Claro está que agora mesmo
um objectivo muito importante para mim será lutar por continuar a liderar o
Ranking Português, coisa que chegou sem eu esperar e foi uma grandíssima
alegria para mim, por isso a partir de agora será um claro objectivo.
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Entrevista realizada para APCP - Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais
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