Foto by Helena Dias |
Alguém experimenta
como eu aquela sensação de vazio por ainda não ter começado a temporada de
ciclismo? Sim, sim, bem sei que os ciclistas precisam de descanso e
internacionalmente falando as pedaladas já estão na estrada. Contudo, em
Portugal temos de esperar até Fevereiro para ver os nossos heróis a lutar pela
linha de meta.
As provas
de ciclocrosse e de pista vão preenchendo e bem esse vazio, mas aquele
bichinho perturbante no nosso pensamento, aquela curiosidade que nos consome de
saber quem será o primeiro vencedor nas nossas estradas em 2014… ah, esse
sentimento é inexplicável e só sente quem entende a grandeza do ciclismo
português. O ano passado, em ano de estreia no pelotão nacional, o campeão
chileno Carlos Oyarzún surpreendeu os fãs lusos ao agarrar o primeiro triunfo da
temporada na Prova de Abertura em Loulé. Quanto aos mais novos, a sorte coube
a Leonel Coutinho de brilhar no escalão sub-23. No dia 16 de Fevereiro, ambos
podem voltar a pedalar para a vitória, pois são dois rostos com os quais
continuamos a contar nas estradas lusas. O mais novo permanece na Liberty
Seguros/Feira/KTM, enquanto Oyarzún troca a equipa Louletano/Dunas Douradas
pela Efapel-Glassdrive. Um só pelotão, dois escalões a pedalar em uníssono pelo
espectáculo do ciclismo. Uma meta, dois vencedores, é assim que vejo cada
corrida.
Poucos dias
mais tarde, de 19 a 23, chega uma das provas mais aguardadas. A Volta ao Algarve,
para muitos impossível de ser conquistada por uma equipa portuguesa, mas não
por um português. O WorldTour enche o sul do país com o brilho de uma estrutura
completamente inacessível às nossas esquadras e a vitória é-lhes ‘atribuída’ ainda
antes do tiro de partida. Porém, o sonho comanda as pedaladas de cada ciclista
e nunca se sabe que surpresas podem concretizar. Há ainda um motivo extra e
único na nossa história para cativar ainda mais as atenções para a 40ª edição
da Volta ao Algarve… a presença do Campeão do Mundo de Estrada, pela primeira
vez português… não será Rui Costa (Lampre-Merida) um dos grandes candidatos à
vitória? Seria um excelente sucessor de Tony Martin (Omega Pharma-Quick Step),
que também estará presente para defender o título nesta edição que conta novamente
com 5 etapas.
Um mês
separa-nos de desfrutar do ciclismo pedalado em Portugal. Dez equipas no total,
seis continentais e quatro de clube, estão a ultimar os preparativos para dar
início à competição e formar o pelotão elite/sub-23. O colorido dos maillots, a
beleza das bicicletas, a estratégia dos directores desportivos e o talento dos
corredores… tudo em Fevereiro numa estrada perto de si!
(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)
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