No passado
fim-de-semana, o pelotão nacional regressou à estrada para viver a batalha das
Clássicas lusas. Depois da abertura do calendário de estrada com a Volta ao
Algarve, os ciclistas tomaram o asfalto do norte do país na disputa da Clássica de Amarante e da Clássica da Primavera (Póvoa de Varzim). Rafael Reis destacou-se em ambas as
corridas, entregando à equipa W52-FC Porto a primeira vitória de 2016 em
Amarante.
“Foi um
fim-de-semana bastante positivo, tanto para mim pessoalmente como para a
equipa. Na Clássica de Amarante, a equipa fez uma corrida muito inteligente e o
Gustavo Veloso fez um trabalho soberbo, deixando-nos em condições perfeitas de
podermos dar a vitória à equipa. Já o Joaquim Silva, nos quilómetros finais
quando ficámos no grupo restrito de 5 km, fez o máximo para me deixar nas
melhores condições de disputar a etapa. Fico muito contente por ter conseguido.
A todos eles, só tenho a agradecer”, afirmou
Rafael Reis ao Cycling & Thoughts.
Ambas as Clássicas demandaram muito dos corredores, num traçado de sobe
e desce constante, de desgaste permanente ao longo de cerca de 150 km. Na Póvoa
de Varzim Rafael Reis cruzou a linha no 6º lugar, depois de ter conquistado no
dia anterior a meta em Amarante, um triunfo significativo para a equipa azul e
branca. “Todos na equipa ficaram
contentes com esta vitória e é muito importante para nós dignificarmos o nome
W52-FC Porto-Porto Canal. Vamos continuar a trabalhar a 100% para que estes
momentos se possam repetir durante o ano.”
Vindo da equipa de Tavira [2015/2014], após uma passagem internacional
pela italiana Ceramica Flaminia-Fondriest [2013], aos 23 anos Rafael Reis ingressou
na W52-FC Porto como um dos jovens trunfos que a esquadra quis garantir para
alcançar o êxito na nova temporada, junto à experiência de nomes como Gustavo
Veloso, vencedor das duas últimas edições da Volta a Portugal. Como nos conta
Rafael Reis, “O primeiro contacto foi
feito pelo Nuno Ribeiro [director desportivo]. Na altura, fiquei bastante entusiasmado com o convite, pois a W52 era
a equipa mais vencedora dos últimos anos e ser convidado para fazer parte deste
projecto é o desejo de qualquer ciclista em Portugal.”
Este ano, a equipa ganhou um novo alento com a união ao Futebol Clube do
Porto, um regresso portista ao ciclismo, que para Rafael “É muito bom, tanto para nós ciclistas como para a modalidade, que já
está a ter mais visibilidade, pois um dos nossos patrocinadores é o Porto Canal
e os adeptos podem seguir com mais frequência este desporto. A verdade é que já
se nota o apoio dos adeptos nas estradas, o que nos faz ficar mais emocionados
em cima da bicicleta.”
Questionado sobre se sente maior responsabilidade ao envergar a camisola azul e branca,
Rafael Reis é peremptório na resposta: “Sim,
há uma responsabilidade acrescida em honrar esta aposta do FC Porto na equipa,
tal como a W52, que continua a ser o nosso principal patrocinador. No decorrer
do ano esperamos continuar a dar alegrias a todos os que acreditam na W52-FC Porto-Porto
Canal.”
Rafael Reis é considerado o melhor contra-relogista português a correr
no país, apenas suplantado no Nacional de 2015, o primeiro como elite, pelos
internacionais Nelson Oliveira (Movistar Team), Tiago Machado (Team Katusha) e
José Mendes (Bora-Argon18), o que reflecte bem o seu valor. Até ao ano
transacto, tinha conquistado o Campeonato Nacional de contra-relógio duas vezes
em sub-23 [2014/2013] e duas vezes em juniores [2010/2009].
No que toca às expectativas e objectivos para a presente temporada, o
jovem corredor de Palmela afirma: “A
época está a ser planeada passo a passo. Estou na equipa certa para poder
melhorar alguns aspectos como ciclista, pois temos excelentes ciclistas com
muita experiência, que podem ajudar os mais novos a crescer. Tal como todas as
equipas portuguesas, vamos trabalhando em equipa para que o principal objectivo
seja concretizado, que é vencer a Volta a Portugal.”
A próxima competição chega já no próximo fim-de-semana, de 12 e 13 de
Março, com o 8º Grande Prémio Liberty Seguros, inserido no programa Cyclin’Portugal,
que reúne no pelotão um leque alargado de esquadras estrangeiras.
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