Um bom início
de temporada é sempre motivador para qualquer ciclista. Se falamos das
primeiras pedaladas numa prova disputada com equipas do máximo escalão World Tour, maior é a intensidade da
motivação resultante dessa boa performance. No cantinho da Península Ibérica, a
Volta ao Algarve (2.1) recebeu os mais aclamados nomes do pelotão
internacional, brilhando entre eles uma pérola do pelotão nacional. Falamos de Amaro Antunes (LA Alumínios-Antarte), 25 anos, 10º na geral da Algarvia e
primeiro líder do Ranking APCP de 2016.
A 42ª Volta
ao Algarve abriu o calendário português de estrada e o Ranking nacional da APCP
– Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais. Amaro Antunes destacou-se
em ambos os lados, dando continuidade não só à brilhante temporada de 2015 bem
como à carreira que tem vindo a construir como profissional desde 2011,
mostrando um talento acima da média desde as camadas de formação.
Já no ano
transacto, Amaro Antunes liderou o Ranking APCP Ciclista do Ano nos meses de
Junho e Julho, voltando a ocupar esse lugar de destaque no começo de 2016. Em
Fevereiro, a tabela nacional abriu com a Algarvia, onde o jovem ciclista obteve
um grande resultado ao digladiar-se com as estrelas do World Tour. Para Amaro, terminar a prova em 10º da geral “É algo extraordinário e muito motivante
para os desafios que se seguem.”
Não é fácil
para um corredor de uma equipa Continental destacar-se frente a corredores de
esquadras World Tour. As diferenças
existentes entre as estruturas marcam não só a discrepância das máquinas ao
dispor dos ciclistas como também o rendimento de cada um na estrada, fruto da bastante
distinta pré-temporada efectuada. Contudo, quando a qualidade existe e o objectivo
em foco é trabalhado, tudo é possível. “Contrariamente
a anos anteriores, este ano fiz uma pré-época bem mais rigorosa, um trabalho
específico direccionado para esta competição. Desde o regime alimentar ao
trabalho específico em montanha, todos os pormenores foram tidos em conta”,
revela-nos Amaro Antunes.
Algarvio e
conhecedor do terreno, conseguiu unir o bom posicionamento nos finais ao sprint
à perda relativa de tempo para os máximos favoritos à geral no contra-relógio individual,
destacando-se pela notável performance entre os melhores trepadores nas etapas
de montanha, na Fóia e no Malhão. Amaro refere que “Conhecer o percurso é algo que considero muito importante. Saber até
onde podemos gerir o esforço faz muita diferença. Em relação às duas chegadas
em alto, são subidas que conheço bastante bem e que desde o início da minha
pré-época foram uma constante nos meus treinos.”
No alto da
Fóia, conquistado por Luis León Sánchez (Astana), Amaro foi 7º a 9 segundos
atrás de nomes como Thomas (Sky), Roglic (LottoNL-Jumbo), Ion Izagirre
(Movistar), Pinot (FDJ) e o internacional luso Tiago Machado (Katusha). No alto
do Malhão, conquistado por Contador (Tinkoff), o jovem luso cruzou a linha a 20
segundos na 4ª posição, superado em cima do risco por Fabio Aru (Astana) e
Thibaut Pinot (FDJ), um resultado aguardado com expectativa: “Para ser sincero, depois da etapa de
Monchique, no alto da Fóia, sabia que poderia fazer uma boa subida ao alto do
Malhão, caso não sucedesse nenhum azar. No entanto, com um pelotão daquele
nível, estava um pouco apreensivo de como seria o meu desempenho.”
Esta
brilhante performance trouxe a Amaro Antunes o comando do Ranking APCP Ciclista
do Ano, no mês de Fevereiro. Pela frente, espera-lhe um calendário bem
preenchido a nível nacional, olhando todas as provas de modo igual. “Encaro sempre todas as competições com a
mesma ambição, a de querer fazer sempre o melhor resultado possível.” A
Clássica de Amarante [05/Mar] e a Clássica da Primavera [06/Mar] são as
próximas batalhas do jovem da LA Alumínios-Antarte.
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Realizado para APCP - Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais
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