Na juventude
dos seus 20 anos, Rúben Guerreiro deixou para trás o pelotão nacional e rumou
ao sonho americano chamado Axeon Cycling Team. Uma temporada de 2014 desenhada
de importantes êxitos contribuiu de sobremaneira para dar este salto
internacional. O triunfo na Volta a Portugal do Futuro, prova rainha do
calendário luso sub-23, o 4º lugar nos Campeonatos Nacionais sub-23 de fundo e
7º no contra-relógio, a vitória da Taça de Portugal sub-23, o 3º lugar na Taça
de Portugal elite e o 14º lugar no Tour de l’Avenir foram alguns dos resultados
mais relevantes da anterior temporada, que fechou com chave de ouro ao
conquistar o 1º lugar sub-23 do Ranking Ciclista do Ano da APCP – Associação Portuguesa de Ciclistas
Profissionais.
O talento do
jovem ciclista português deu nas vistas e a oportunidade de ingressar na equipa
norte-americana não tardou. Dirigida por Axel Merckx, o ex-ciclista profissional
tem feito desta esquadra um caso de sucesso desde a sua criação em 2009. Desde
então tem sofrido alterações na respectiva denominação, começando por
designar-se no ano de estreia Trek Livestrong, passando em 2012 para Bontrager
Livestrong, em 2013 apenas Bontrager, em 2014 Bissell Development Team até à presente
temporada assumir o nome Axeon Cycling Team. Nestes 7 anos de vida já lançou 18
talentos para o escalão mais alto do ciclismo internacional, o Pro Tour: Sam
Bewley, Bjorn Selander, Tim Roe, Jesse Sergent, Taylor Phinney, Ben King, Alex
Dowsett, George Bennett, Dale Parker, Joe Dombrowski, Ian Boswell, Carter
Jones, Antoine Duchesne, Lawson Craddock, Jasper Stuyven, Nate Brown, Clement
Chevrier e Ruben Zepuntke.
Para Rúben
Guerreiro, o desafio apresentou-se na altura certa. Com uma formação exemplar
vivida no Mato-Cheirinhos, Alcobaça Clube de Ciclismo e Sport Ciclismo São João
de Ver, este último na equipa de clube Liberty Seguros, os 20 anos
apresentaram-se como o momento chave para subir ao escalão continental. Sendo
através da Axeon, ainda mais valiosa se tornou essa ascensão. E a temporada não
poderia ter começado de melhor forma… na estreia agarrou logo a camisola
amarela, vencendo a última etapa e a geral do GP Liberty Seguros / Troféu Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
(2.2). A segunda prova do ano também foi pedalada em território lusitano,
brilhando novamente na Volta ao Alentejo (2.2) com um 2º e 5º lugar em duas
jornadas e finalizando em 11º da geral.
Seguiu-se uma
curta incursão internacional com a Selecção Nacional sub-23, alcançando o 18º
lugar na corrida francesa La Côte Picarde (1.Ncup), seguindo-se a participação
na Liège-Bastogne-Liège U23 (1.2U), onde uma queda o arredou de finalizar a
clássica belga e uma consequente luxação no cotovelo perigou a participação com
a equipa nas provas americanas que se apresentavam de imediato. Ainda em
recuperação, Rúben Guerreiro encarou essas competições com a fibra que lhe é
característica. Na sua primeira pedalada pelo Silver City’s Tour of the Gila
(2.2), finalizou em 50º da geral e 18º entre os 41 ciclistas da classificação
da juventude.
Igualmente em
estreia no Amgen Tour of California (2.HC), a batalha californiana mostrou-se ainda
mais exigente. Etapas mais longas e um pelotão recheado de equipas WorldTour aumentaram o nível
competitivo, com o jovem Guerreiro a afirmar antes do início da competição que
não se encontrava na melhor forma. Contudo, as primeiras etapas passaram e a
sua forma foi melhorando progressivamente até chegar a 4ª jornada e cruzar a
meta em 17º no sprint ganho por Peter Sagan (Tinkoff-Saxo), seguindo-se um 12º
posto no sprint da 5ª etapa ganha por Mark Cavendish (Etixx-Quick Step), que
foi um autêntico calvário de chuva pelo qual o pelotão teve de passar.
Seguiu-se o contra-relógio, a dura etapa rainha com final no Mt. Baldy, onde as
pendentes chegaram a atingir os 17%, e a última jornada no circuito de Pasadena.
Tudo superado com a estreia na Califórnia a resultar num 30º lugar na geral e
7º na juventude, entre 24 jovens classificados.
Axel Merckx tem
como máximo objectivo da Axeon Cycling Team desenvolver as melhores capacidades
de cada jovem talento, a fim de torná-lo num valor real ao mais alto nível no
pelotão profissional. Rúben Guerreiro é um dos seus mais recentes pupilos e até
ao momento demonstrou capacidade e potencial para ganhar nos próximos anos um
papel de relevo no âmbito internacional.
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(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)
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