Aos 22 anos,
Rafael Reis é considerado uma das maiores promessas do ciclismo português,
contando ainda com uma grande margem de progressão relativamente às suas
capacidades enquanto ciclista. Numa temporada marcada pelo regresso ao pelotão
nacional, abraçou a equipa Banco BIC-Carmim após dois anos a pedalar no
estrangeiro. Este ano, sagrou-se pela segunda vez consecutiva campeão nacional sub-23
em contra-relógio, uma especialidade na qual alcançou o mesmo feito em júnior.
Pela formação
de Tavira disputou as provas do calendário nacional, vivendo também o desafio
internacional Tour do Dubai, ao qual juntou a participação pela Selecção
Nacional Sub-23 em La Côte Picarde, Liège-Bastogne-Liège U23, Tour de l’Avenir
e Campeonatos da Europa em Nyon, conseguindo na prova de contra-relógio o
15º melhor tempo. Em todas as corridas demonstrou um carácter trabalhador, brilhando
no pódio sub-23 na Clássica da Primavera e na 1ª prova da Taça de Portugal.
Apesar de jovem, és dono de uma
carreira ímpar no ciclismo português, tendo pertencido a equipas como a Caja
Rural Amateur e a Ceramica Flaminia-Fondriest. Que factores foram cruciais para
teres esta visibilidade internacional?
Em júnior representei pela primeira vez a Selecção Nacional e
aí fui adquirindo alguma experiência num nível de corridas mais alto, onde as Selecções
traziam os seus melhores ciclistas e onde consegui resultados relevantes, os
quais considero que me permitiram ingressar em equipas estrangeiras.
No entanto, regressaste ao pelotão
português. No teu caso, o que te levou a regressar?
Principalmente, a experiência que tive o ano passado na
equipa italiana Ceramica Flaminia-Fondriest. Não foi o que eu esperava e impediu-me
de progredir enquanto ciclista. Surgiu a oportunidade da Banco BIC-Carmim-Tavira
e optei por ficar na equipa Algarvia.
Quais as maiores dificuldades que um
ciclista enfrenta para se impor no estrangeiro, principalmente em tão jovem
idade?
No estrangeiro há ciclistas de maior qualidade, pois normalmente
as equipas do centro da Europa procuram sempre os melhores para o seu grupo de
trabalho e têm muitas corridas, o que lhes permite ganhar mais experiência e
ritmo de corrida. Não encontramos isso no nosso país, mas acredito que se tivermos
mais corridas em Portugal poderemos estar ao mesmo nível do estrangeiro.
No regresso a Portugal, optaste pela
equipa de Tavira. Como tens vivido este ano sob o comando do director
desportivo Vidal Fitas?
Está a ser muito bom, por ter na equipa pessoas que confiam
no nosso trabalho e que nos apoiam quando as coisas nos correm menos bem. Os
atletas da equipa, para além de colegas, são todos amigos e bastante unidos.
Estou muito contente por representar esta equipa e agradeço a confiança que
depositam em mim!
A equipa de Tavira tem uma longa
história na estrada, repleta de êxitos. Como é fazer parte desta esquadra?
É um orgulho pertencer à equipa mais antiga do mundo no
activo. A equipa está a criar um grupo de trabalho, que no futuro seguramente
irá vingar.
Duas das metas mais procuradas pelos
ciclistas são o título nacional e a participação na Selecção. No primeiro
contas já com 5 títulos e no segundo és quase sempre chamado a representar
Portugal. Que outras metas tens delineadas para a tua carreira? Gostarias de
repetir a experiência numa equipa estrangeira?
São 5 títulos nacionais dos quais me orgulho bastante e que
requereram muito esforço e dedicação no dia-a-dia. Estou pré-convocado para
representar o país no Campeonato do Mundo em Ponferrada no qual, se for, darei
o meu melhor para conseguir um bom resultado. E entrar numa equipa estrangeira
é sempre um objectivo para qualquer ciclista.
Pela 4ª vez sagraste-te campeão
nacional de contra-relógio. Além dessa especialidade, como te defines enquanto
ciclista?
A minha principal especialidade é o contra-relógio. Tenho
algumas dificuldades em etapas de alta montanha, mas consigo andar bem em média
montanha e em etapas a rolar.
Quanto ao futuro, já tens planos para 2015?
Ainda não tenho planos para 2015, resta-me terminar a
temporada e esperar.
(escrito
em português de acordo com a antiga ortografia)
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