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Desafio e sonho na Vuelta de Contador

Começou a escrever a vitória a 14 de Agosto, quando anunciou a sua participação. A 2 de Setembro fez do contra-relógio o palco perfeito para superar os adversários mais directos à liderança do ‘maillot rojo’… subiu a 1º da geral, de onde não mais saiu até final. A Vuelta a España 2014 é sua, é de Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) pela terceira vez na sua carreira.

(©Unipublic www.lavuelta.com)
A primeira semana foi um teste à condição física do espanhol. A queda sofrida no Tour de France deixava muitas dúvidas quanto à real capacidade de Contador estar a par de Quintana (Movistar), Froome (Sky), Rodríguez (Katusha), Valverde (Movistar), apenas falando dos mais destacados favoritos ao pódio. Mas a verdade é que o joelho direito deu sinais de boa recuperação, fazendo esquecer a fissura na tíbia ao terminar a semana inaugural a ocupar o 2º lugar da geral, apenas distanciado por 3s do detentor da camisola vermelha Quintana.

Chegado à segunda semana, o contra-relógio com a meta na cidade de Borja marcou um fosso entre a sua nova liderança e os demais adversários. Completamente arredado da geral, Quintana sofreu uma queda no crono ficando a mais de 2m do 1º lugar. Contador foi apenas superado no esforço individual pelo tri-campeão mundial Tony Martin (Omega Pharma-Quick Step), o companheiro Urán e Cancellara (Trek). Contador assumiu a liderança da Vuelta e desde aí defendeu-se na montanha, num combate onde o principal adversário revelou ser Froome. Já sem o colombiano Quintana em prova, abandonando após nova queda, Contador ganhou tempo ao 2º da geral Valverde em La Camperona e voltou a fazê-lo na etapa rainha, onde logrou a vitória em La Farrapona, após resistir a um ataque de Froome, que cruzou a meta em seguida e subiu a 3º da geral a 3s de ‘Bala’, ambos a mais de 1m do ‘Pistolero’.

Restava o tudo ou nada da terceira semana. Aqui, enfrentou três jornadas decisivas. Na 18ª com chegada ao Monte Castrove, Contador viu Froome corresponder à sua pessoal certeza de ser o britânico o principal rival a temer, já que arrancou com Fabio Aru (Astana) rumo à meta, tendo o italiano ganho a etapa e o líder da Sky finalizado em 2º, o que lhe permitiu subir ao mesmo posto da geral, diminuindo a distância para o espanhol líder da Vuelta. Depois seguiu-se a chegada a Puerto de Ancares, a categoria especial da penúltima etapa, onde no quilómetro final Contador deu o ‘pistoletazo’ fatal para a conquista da segunda vitória em etapa e reforço da liderança. Ao cruzar a meta, o apontar para o joelho direito reflectiu o que mais tarde Contador escreveu na sua conta de Twitter: “Por mais difícil que se ponham as coisas e pareça que a sorte não te acompanha, com vontade e trabalho os desafios conseguem-se! Querer é poder”.

Mas havia ainda o derradeiro desafio, a última jornada não de consagração mas sim de um esforço individual de 9,7 km. Alberto Contador partiu com uma vantagem de 1m37s para Chris Froome e 2m35s para Alejandro Valverde. Em Santiago de Compostela, cidade onde termina o Caminho de Santiago para milhares de peregrinos que acreditam no superar de desafios e conquista de sonhos, Contador pedalou pelo seu sonho e superação de um grande desafio, ou não fosse essa a sua história de vida e no ciclismo. E assim escreveu o capítulo final da 69ª edição da Vuelta… Com todo o cuidado que a chuva e o empedrado exigiam, entregou-se ao desafio, pedalou pelo sonho, desfez cada quilómetro e a cada golpe de pedal sentiu-se o seu querer mais profundo pelo ‘maillot rojo’.

Por mais difíceis que fossem as circunstâncias com que começou, no mais alto lugar do pódio Contador sorriu, respirou fundo e realizou que a Vuelta era sua. Uma temporada de pódios na Volta ao Algarve (2º), Tirreno-Adriatico (1º), Volta a Catalunya (2º), Volta al Pais Vasco (1º) e Critérium du Dauphiné (2º), na qual o maior objectivo do Tour se perdeu na dureza do asfalto por uma queda que não lhe conseguiu roubar o sonho de ganhar uma grande volta na temporada. Num exemplo de superação, Contador conquistou a sua terceira Vuelta a España, ficando a 1m10s de Froome e 1m50s de Valverde.

(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)


______VERSIÓN EN CASTELLANO ______


Reto y sueño en la Vuelta de Contador

Comenzó a escribir la victoria el 14 de agosto, cuando anunció su participación. El 2 de septiembre hizo de la contrarreloj el escenario perfecto para superar a los más directos adversarios al liderato del maillot rojo... subió al 1º de la general, de donde no más salió hasta el final. La Vuelta a España 2014 es suya, es de Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) por tercera vez en su carrera.

La primera semana fue un test a la condición física del español. La caída sufrida en el Tour de France dejaba muchas dudas en cuanto a la capacidad real de Contador estar a par de Quintana (Movistar), Froome (Sky), Rodríguez (Katusha), Valverde (Movistar), hablando sólo de los principales favoritos hacia el podio. Pero la verdad es que la rodilla derecha dio señal de una buena recuperación, haciendo olvidar la fisura en la tibia al terminar la semana inaugural ocupando el 2º puesto de la general, sólo distanciado por 3s del poseedor del maillot rojo Quintana.

Llegado a la segunda semana, la contrarreloj con la meta en la ciudad de Borja marcó una diferencia entre su nuevo liderato y los demás opositores. Completamente alejado de la general, Quintana sufrió una caída en la crono quedándose a más de 2m del 1er lugar. Contador fue superado en el esfuerzo individual solamente por el triple campeón del mundo Tony Martin (Omega Pharma-Quick Step), su compañero Urán y Cancellara (Trek). Contador tomó el liderato de la Vuelta y desde entonces se defendió en la montaña, en una batalla en la que el principal adversario se ha revelado ser Froome. Ya sin el colombiano Quintana en carrera, después de abandonar por nueva caída, Contador ganó tiempo al 2º de la general Valverde en La Camperona y volvió a hacerlo en la etapa reina, donde logró la victoria en La Farrapona, tras resistir a un ataque de Froome, que cruzó la línea en seguida y subió a 3º de la general a 3s de ‘Bala’, ambos a más de 1m del ‘Pistolero’.

Restaba el todo o nada de la tercera semana. Aquí, enfrentó tres jornadas decisivas. En la 18ª con llegada al Monte Castrove, Contador vio Froome corresponder a su personal certeza de ser el británico el principal rival a temer, ya que lanzó un ataque con Fabio Aru (Astana) hacia la meta, con el italiano ganando la etapa y el líder del Sky terminando en 2º, lo que le permitió subir al mismo puesto de la general, disminuyendo la distancia para el líder español de la Vuelta. Después se siguió la llegada a Puerto de Ancares, la categoría especial de la penúltima etapa, donde en el último kilómetro Contador dio el ‘pistoletazo’ fatal para la conquista de la segunda victoria en etapa y el refuerzo del liderato. Al cruzar la meta, el apuntar hacia la rodilla derecha reflejó lo que más tarde Contador escribió en su cuenta de Twitter: “Por muy difícil que se pongan las cosas y parezca que la suerte no te acompañe, con ganas y trabajo los retos se consiguen! Querer Es Poder”.

Pero todavía quedaba el último reto, la última jornada no de consagración sino de un esfuerzo individual de 9,7 km. Alberto Contador salió con una ventaja de 1m37s para Froome y 2m35s para Alejandro Valverde. En Santiago de Compostela, ciudad donde el Camino de Santiago termina para miles de peregrinos que creen en la superación de retos y cumplir de sueños, Contador pedaleó por su sueño y superar de un gran reto, o no fuera esa su historia de vida y en el ciclismo. Y así escribió el capítulo final de la 69ª edición de la Vuelta... Con todo el cuidado que la lluvia y el adoquín exigían, se entregó al reto, pedaleó por el sueño, deshizo cada kilómetro y en cada golpe de pedal se sintió su querer más profundo por el maillot rojo.

Por más difíciles que fueran las circunstancias con las que comenzó, en el lugar más alto del podio Contador sonrió, respiró hondo y se dio cuenta de que la Vuelta era suya. Una temporada de podios en la Volta ao Algarve (2º), Tirreno-Adriatico (1º), Volta a Catalunya (2º), Volta al Pais Vasco (1º) y Critérium du Dauphiné (2º), en la que el máximo objetivo del Tour se perdió en la dureza del asfalto por una caída que no pudo robar el sueño de ganar una gran vuelta en la temporada. En un ejemplo de superación, Contador ganó su tercera Vuelta a España, quedando a 1m10s de Froome y 1m50s de Valverde.

(©Unipublic www.lavuelta.com)

Comentários

  1. Parabéns por tão fantástica crónica. Aliás como é seu hábito e a que já nos acostumou. Continue e nunca desista.

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  2. Bravo por tu post Helena ! Cuando estamos leyendote parecemos vivir la carrera en directo. Gracias y Ánimos!

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    1. Muchas gracias Jean, siempre escribo intentando transmitir la emoción de la carrera. Feliz que te haya gustado!

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