O ciclista José Neves
(Liberty Seguros-Carglass), de 21 anos, andou de camisola amarela no Troféu Joaquim Agostinho, fazendo frente ao poderio dos profissionais do pelotão
nacional numa das mais importantes e exigentes provas do calendário nacional.
No final dos cinco dias de competição, conquistou a camisola da juventude e fechou em 5º da geral ganha por Amaro
Antunes (W52-FC Porto).
O Cycling &
Thought entrevistou José Neves em exclusivo no Troféu Joaquim Agostinho,
onde o jovem corredor se mostrou focado num objectivo bem claro. “O
objectivo passa pelo Troféu Joaquim Agostinho, passa por andar bem e estar
sempre com os profissionais para poder arranjar equipa para fora. O objectivo é
sair de Portugal.”
José Neves não podia ter iniciado de melhor forma a 40ª
edição do Troféu, pedalando o 8º melhor tempo no prólogo inaugural, gastando
mais 25 segundos do que o vencedor, o vice-campeão norueguês da especialidade
Andreas Vangstad (Team Sparebanker Sor). Mas a maior glória chegou à segunda etapa, no alto de Montejunto, onde foi 3º e vestiu a camisola amarela. “É
uma sensação incrível! Nem sabia que estava de amarelo, só agora é que soube. É
uma sensação enorme! Foi um sofrimento até chegar cá acima”, relatou
emocionado ao Cycling & Thoughts,
após cruzar a meta a 32 segundos de Amaro Antunes (W52-FC Porto), vencedor do
dia.
Sabendo do poderio das equipas profissionais, José Neves
olhou para a manutenção da liderança da geral com cautela. “Vai ser um bocadinho difícil,
mas vamos ver como é que corre. O objectivo passará por vencer a juventude”,
disse-nos ao final da manhã no primeiro sector da terceira jornada. Pela tarde,
após o circuito de Torres Vedras, passou a amarela para as mãos daquele que
viria a vencer o Troféu no dia seguinte, Amaro Antunes.
A perda da amarela não ofuscou o brilhantismo com que se
bateu pelo Troféu, alcançando o objectivo da conquista da camisola laranja da
juventude, um triunfo a juntar esta temporada à vitória do Campeonato Nacional de Contra-relógio
e da Volta a Portugal do Futuro, que para José Neves “Significam o querer muito e o trabalhar
para as obter. Trabalhei bastante para estar bem nesta fase da época e para os
objectivos que faltam. Esforcei-me sempre ao máximo para cumprir tudo o que
estava no plano e agora chegou a recompensa.”
Num percurso diferente do pedalado em Braga em 2015, José
Neves repetiu a conquista do título nacional na especialidade de contra-relógio,
desta feita em Santa Maria da Feira. No Campeonato deste ano, encontrou “Um
percurso que se adaptava bem a mim, porque era um pouco duro, devido aos topos
que tinha.”
À camisola de campeão nacional seguiu-se a conquista da mais
importante prova do calendário nacional sub-23, a Volta a Portugal do Futuro, com direito a vitória na etapa rainha. “Sofri muito pelo São Macário acima na etapa
rainha, porque ataquei logo de início. Tentei sempre manter o mesmo ritmo, mas
quando vi que ia ganhar, tentei ganhar ainda mais tempo e consegui. Alcancei a
vitória com a ajuda dos meus colegas, que estiveram sempre comigo em todos os
momentos. Tivemos uma equipa motivada e muito forte durante a Volta.”
Motivação é a palavra-chave na presente temporada para José
Neves, que se estreou na Liberty Seguros-Carglass, uma “Equipa nova, onde temos muitas
condições e nos maus momentos tentam sempre que estejamos novamente bem.”
O ano de 2017 apresenta-se como a rampa de lançamento para a
ribalta do jovem ciclista que em 2015 venceu o seu primeiro Nacional de
contra-relógio e a Volta às Terras de Santa Maria.
José Neves vestiu a amarela do Troféu Joaquim Agostinho no alto de Montejunto (© Helena Dias) |
José Neves no esforço individual no prólogo do Troféu Joaquim Agostinho (© Helena Dias) |
O sofrimento da dureza de Montejunto no rosto de José Neves (© Helena Dias) |
Alegria de José Neves com Venceslau Fernandes na celebração da subida à liderança da amarela no Troféu Joaquim Agostinho (© Helena Dias) |
A defesa da amarela foi levada até ao limite das forças de José Neves (© Helena Dias) |
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