Há
precisamente um ano espelhámos num artigo a admiração pelo talento e
valor de um ciclista do pelotão português. Um ano depois, esse corredor agarra um dos mais importantes triunfos do seu palmarés. Aos 27 anos, César Fonte (Rádio Popular-Boavista) conquista a Taça de Portugal e sonha voar mais alto na senda das vitórias.
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César Fonte, vencedor da Taça de Portugal (Foto Zé Paulo) |
Surpreso com a conquista da Taça
de Portugal?
Desde a primeira prova, esperava
estar na discussão da Taça de Portugal. A minha condição física era aceitável e
sabia que podia estar na luta. Agora, admito que fiquei surpreso pelas três
vitórias em cinco provas… é sempre difícil vencer, mas na verdade estou a
realizar um mês de Junho formidável.
Venceste 3 das 5 provas
pontuáveis da Taça, além de contares com o triunfo do Challenge de Tavira, a
camisola das metas volantes na Volta ao Algarve e o 3º posto no GP Abimota. É
um dos teus melhores inícios de temporada?
Sim, comecei bem a época na Volta
ao Algarve, depois entrei numa maré de azar com sucessivas quedas. Eram umas
atrás das outras! Passei uma fase complicada, apostei forte para estar na
discussão da Volta ao Alentejo, mas o mês de Março foi para esquecer. Aos
poucos, passei essa fase mais difícil. No GP Liberty Seguros estive sempre
entre os cinco primeiros, venci o Challenge de Tavira e no GP Abimota estive a
um grande nível, que me deixou optimista para as provas seguintes. Por último,
chegou a Taça de Portugal e não podia pedir mais, vencer três provas e a Taça deixa-me tranquilo para futuras competições. Por tudo isto posso
afirmar que, até ao momento, estou a realizar o melhor início de época como
profissional.
Esperavas uma integração tão
positiva na nova equipa?
Acreditava que sim. Desde a primeira
abordagem para me contratar até tudo se concretizar, a equipa mostrou
confiança no meu potencial. Procurei uma equipa que me desse mais oportunidades
e não podia ter feito melhor escolha. A integração foi rápida, os treinos de
equipa que vamos realizando ao longo do ano também têm ajudado muito e o espírito
de grupo é fantástico.
Como é trabalhar sob o comando do
Prof. José Santos?
É muito bom. O Prof. José Santos
leva uma vida ligada ao ciclismo, não nos mete muita pressão, é uma pessoa
calma em competição e isso é um factor muito importante. Na realidade, aos
poucos vou tirando dele mais algum conhecimento para a minha evolução.
Seguem-se os Campeonatos
Nacionais. Expectativas?
O Campeonato Nacional é aquela
corrida que todos sonham ganhar um dia e eu não sou excepção. Não conheço o
percurso, mas tudo indica que se vai tornar muito duro. Estou muito motivado e
bastante optimista num bom resultado, por isso mesmo espero estar na luta pela
medalha de ouro.
Estamos a cerca de um mês da
Volta a Portugal. Qual a equipa que a teu ver é a principal candidata à
amarela?
Pessoalmente, acho que as equipas
nacionais estão este ano mais equilibradas. Todas têm pelo menos um candidato a
vencer a Volta e colegas capazes de controlar. Mas a OFM é a equipa a bater,
tem um conjunto muito forte na montanha e experiente. Por isso, é naturalmente
a principal candidata.
Para finalizar, qual a tua maior
fonte de inspiração para enfrentar os treinos diários e em competição?
A minha principal inspiração é a
ambição de querer ser ainda mais forte e melhor ciclista. Tudo o que já
conquistei foi perfeito, vai ficar na minha história... Mas continuo a ambicionar
coisas ainda mais altas e mais difíceis de alcançar.
Tais como?
Na verdade, ao longo da minha
carreira já conquistei vitórias em diversas corridas e acho que chegou a hora
de tentar lutar pela geral da Volta a Portugal. Não será este ano, mas porque
não na próxima época? Acredito que tenho capacidades para estar na luta, só
falta uma equipa que também acredite no mesmo.
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