O programa
Cyclin’Portugal, criado este ano pela Federação Portuguesa de Ciclismo com
vista à promoção do país enquanto destino de qualidade para a prática da
modalidade e como meio de cativar a vinda de equipas estrangeiras para as
competições nacionais, terminou este domingo com a disputa da última prova
inserida no programa de estrada.
No total, o
Cyclin’Portugal abarcou cinco importantes competições, começando com a Volta ao Algarve, Clássica Internacional de Loulé,
Troféu Alpendre Internacional do Guadiana, Grande Prémio Liberty Seguros / Troféu do Sudoeste e Costa Vicentina e, por último, a
Volta ao Alentejo. Em todas
as provas a vitória da classificação geral fugiu às equipas portuguesas,
registando-se bons desempenhos por parte de alguns corredores e a confirmação
do jovem valor internacional Rúben Guerreiro.
Internacionalização das provas
nacionais
O aumento de
competições nacionais no calendário UCI Europe Tour mostrou-se uma mais-valia
para a divulgação do ciclismo português. O final de Fevereiro e o mês de Março foram
palco de provas bem disputadas, renhidas na luta pelo pódio, cativantes aos
olhares de equipas estrangeiras e alvo de atenção por parte dos media
internacionais. A inclusão de mais três corridas no calendário UCI trouxe ainda
a narração em directo das mesmas (as Voltas já tinham narração), algo que o
público e os media internacionais vêm reclamando como essencial para a
divulgação das provas, das equipas e do próprio país enquanto refúgio turístico,
quer em geral quer no particular caso de atrair equipas para estagiar em
território lusitano. Tratando-se do sul de Portugal, este factor é ainda mais
relevante dado o ameno clima propício à prática da modalidade.
A confirmação de Rúben Guerreiro
O início de
temporada não podia correr melhor para Rúben Guerreiro. Com apenas 20 anos,
agarrou a oportunidade de correr no estrangeiro pela norte-americana Axeon
Cycling Team e à primeira competição conquistou o lugar mais desejado do pódio.
A amarela do GP Liberty Seguros foi sua através de uma magnífica exibição na
Costa Vicentina, atacando no momento certo para a vitória da meta em Odemira.
Esta vitória de etapa, juntamente com um bom posicionamento no final da jornada
anterior, garantiu-lhe a conquista da geral logo na primeira prova da
temporada. Juntou a esta exibição, um forte desempenho na Volta ao Alentejo,
sendo 2º e 5º em duas etapas, 11º na geral final e 2º na juventude tendo apenas
à sua frente o companheiro James Oram (vencedor da etapa inaugural). A jovem esquadra
Axeon mostrou-se determinada nos seus objectivos e Rúben Guerreiro refletiu em
ambas as provas o valor de que é dono e comprovando-o de forma exemplar. Um
valor lusitano em crescendo de forma, que ainda tem muitos anos para evoluir e
poder alcançar feitos importantes para o ciclismo português.
As equipas estrangeiras
Exceptuando a
Volta ao Algarve e a Volta ao Alentejo, que já faziam parte do calendário UCI
Europe Tour, as restantes três provas ganharam esta temporada o atractivo de integrar
esse mesmo calendário, um importante factor para cativar a vinda de equipas
estrangeiras de qualidade às competições nacionais. No Algarve, o pelotão
recebeu as habituais esquadras WorldTour, competindo nas demais provas as Continentais
Profissionais, Continentais e as Equipas de Clube Sub-23 nacionais.
Chegaram a
Portugal 28 equipas, algumas com objectivos bem definidos, impondo um forte ritmo
ao longo de cada jornada e lutando a cada quilómetro pelo lugar mais alto do
pódio bem como pelas classificações secundárias. Destacou-se a poderosa
britânica Sky, que levou consigo duas etapas e a geral da Algarvia, mas também a
polaca ActiveJet Team e a norte-americana Optum p/b Kelly Benefit Strategies, únicas
esquadras a disputar a totalidade das cinco provas e arrecadando a vitória da
geral em duas. Os polacos levaram para casa a camisola amarela da Alentejana
com vitória de uma etapa e também uma etapa do GP Liberty Seguros, enquanto os
norte-americanos agarraram o primeiro lugar da Clássica de Loulé e do Troféu
Alpendre, onde ainda triunfaram na última etapa.
Por países formaram
parte dos pelotões a Astana (Kaz), ActiveJet Team (Pol), Bora-Argon 18 (Ger), Rietumu-Delfin
(Lat), Team Bliz-Merida (Swe), Team Ecuador (Ecu), Sky e Zappi’s (Gbr), Team
Coop-Oster Hus e Team Fixit.No (Nor), Etixx-Quick Step, Lotto Soudal e Wanty-Groupe
Gobert (Bel), Katusha, Lokosphinx e Rusvelo (Rus), Lotto NL-Jumbo, Metec-TKH
Continental Team e Team Roompot (Ned), Axeon Cycling Team, Cannondale-Garmin, Optum
p/b Kelly Benefit Strategies e Team USA (USA), Andalucía-Promesas, Caja
Rural-Seguros RGA, Euskadi-EDP, Movistar e Murias Taldea (Esp).
As equipas portuguesas
À primeira
vista, a análise mais ligeira recai sobre a falta de vitórias logradas pelas
formações portuguesas. Contudo, esta mesma análise desvaloriza o poder que as
equipas vencedoras demonstraram na estrada. Sem contar com a estrutura
WorldTour, que se impôs de forma natural na Volta ao Algarve, nas restantes
competições tivemos por parte das seis equipas continentais nacionais uma combatividade que não
chegou à vitória por muito pouco, terminando nos
lugares cimeiros em diversas linhas de meta e da geral.
Também é de
realçar a forma como foram adaptando a abordagem das provas aos adversários
presentes no asfalto. Principalmente notório na Volta ao Alentejo, as equipas
lusas demonstraram uma atitude mais demarcada na estrada, agarrando mais vezes para
si o comando do pelotão. Essa atitude mais agressiva deu os seus frutos com
Manuel Cardoso (Team Tavira) a triunfar numa etapa e a vestir a amarela da
Alentejana, embora mais tarde a tenha perdido. O adversário mostrou-se mais
forte, não devendo com isto ocultar a luta constante por parte dos corredores
das equipas nacionais na busca da vitória.
Os resultados,
embora longe da sonhada camisola amarela, não devem ser desvalorizados. Por essa
razão, destacamos os momentos mais importantes de cada equipa, continental e de
clube, alcançados nestas cinco competições:
Efapel
8º Rafael
Silva CG Grande Prémio Liberty Seguros
LA Alumínios-Antarte
1ª Equipa
Troféu Alpendre
1º Hernâni
Brôco *Montanha Clássica de Loulé
2º Hernâni Brôco CG Troféu Alpendre
4º Pedro
Paulinho CG Clássica de Loulé
6º Sérgio
Sousa CG Volta ao Alentejo
8º Pedro
Paulinho CG Troféu Alpendre
15º Sérgio
Sousa CG Volta ao Algarve
Louletano-Dunas
Douradas
4º Vicente de Mateos CG Troféu Alpendre
8º José de
Segovia CG Clássica de Loulé
10º Marcos
García CG Clássica de Loulé
10º Vincente
de Mateos CG Grande Prémio Liberty Seguros
Rádio Popular-Boavista
1º Alberto
Gallego *Metas Volantes Clássica de Loulé
1º César
Fonte *Montanha Grande Prémio Liberty Seguros
2º César
Fonte CG Clássica de Loulé
3º Nuno Bico *Juventude Troféu Alpendre
7º Alberto
Gallego CG Volta ao Alentejo
10º Nuno Bico
*Juventude Volta ao Algarve
Team Tavira
1º Manuel
Cardoso Et2/Liderança Volta ao Alentejo
2º João Rodrigues *Juventude Clássica de Loulé
5º Manuel Cardoso CG Volta ao Alentejo
5º Manuel Cardoso CG Volta ao Alentejo
17º Ricardo
Mestre CG Volta ao Algarve
W52-Quinta da Lixa
1º Samuel
Caldeira *Pontos Volta ao Alentejo
2º Delio
Fernández CG Volta ao Alentejo
4º Samuel
Caldeira CG Volta ao Alentejo
6º Samuel
Caldeira CG Clássica de Loulé
6º Samuel
Caldeira CG Grande Prémio Liberty Seguros
8º Joaquim
Silva *Juventude Volta ao Algarve
Anicolor
1º Daniel
Freitas *Ciclista Eq.Clube Troféu Alpendre
1º Daniel
Freitas *Ciclista Eq.Clube Grande Prémio Liberty Seguros
5º Renato
Macedo *Juventude Clássica de Loulé
5º Renato
Macedo *Juventude Troféu Alpendre
6º José
Fernandes *Juventude Clássica de Loulé
9º Daniel
Freitas CG Troféu Alpendre
Liberty Seguros-Carglass
1º Luís Gomes
*Juventude Troféu Alpendre
3º Luís Gomes
*Juventude Clássica de Loulé
7º David
Ribeiro *Juventude Troféu Alpendre
8º Gaspar
Gonçalves *Juventude Troféu Alpendre
9º Luís Gomes
*Juventude Grande Prémio Liberty Seguros
10º Rui
Oliveira *Juventude Troféu Alpendre
Maia-Ribeiro’s Bike Shop
10º Hugo
Nunes *Juventude Clássica de Loulé
Moreira Congelados-Feira-KTM
6º Tiago
Ferreira *Juventude Troféu Alpendre
7º Ricardo
Teixeira *Juventude Clássica de Loulé
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(escrito em português de acordo com a
antiga ortografia)
Eu acho que as equipas portuguesas, deixaram ganhar as estrangeiras, para eles não ficarem tristes e voltarem para a próxima época!
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