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João Matias: "Estivemos unidos nas vitórias e nos momentos mais difíceis"

A Volta ao Algarve abriu o calendário nacional de estrada e o Ranking APCP 2015. Numa e noutro, o ciclista luso João Matias experienciou sensações diferentes, abandonando a primeira e liderando o segundo na classificação de equipier. Esta liderança deveu-se ao trabalho e abnegação demonstrados pelo jovem na Algarvia, que num momento crítico ao segundo dia de corrida não hesitou em entregar a bicicleta ao seu líder, levando à não continuidade em prova. No rescaldo da Volta ao Algarve, quisemos sentir o pulso ao corredor de 23 anos da equipa continental W52-Quinta da Lixa.

Como te sentes neste início de temporada?
Neste início de temporada, apenas com uma prova cumprida, o estado de forma não pode ser completamente avaliado, mas penso que depois das provas de pista em que participei consigo entrar com algum ritmo, o que por vezes nos faz falta no arranque da competição.

A Volta ao Algarve foi a primeira competição de estrada e logo com equipas WorldTour. Como viste a tua prestação?
Estava a pensar que a prova ia ser diferente e sei que teria ainda mais para fazer pela equipa, mas só cumpri duas etapas. Quanto a essas etapas, nota-se a diferença de ritmo das equipas WorldTour para as portuguesas, mas acabei por fazer o que me foi pedido e isso deixa-me feliz.

Como referiste, acabaste por pedalar apenas as duas primeiras etapas, fruto de cederes a bicicleta ao líder. O que se passou?
A cerca de 25 km do final da etapa, com chegada a Monchique e vindo num dos grupos atrasados, depois de passar a primeira vez pela meta, encontro o meu capitão Gustavo Veloso apeado com o dropout da bicicleta partido. O que achei mais correcto fazer foi entregar-lhe a minha bicicleta para que ele pudesse continuar em prova para ajudar o resto da equipa e fazer um importante teste no contra-relógio.

A W52-Quinta da Lixa conta com algumas caras novas este ano, mantendo o núcleo principal do grupo. Seguem o ditado, em equipa vencedora não se mexe? Sentes que a cumplicidade existente no grupo faz a diferença na estrada?
Na minha opinião, seria um erro mexer no núcleo da equipa depois de tudo o que passámos juntos. Estivemos unidos nas vitórias e nos momentos mais difíceis e isso trouxe ao grupo uma grande cumplicidade. Esta união e amizade que sentimos uns pelos outros fazem toda a diferença na hora de trabalhar em equipa ou na hora de atacar a corrida, pois sentimos que os colegas não falham. Quanto aos reforços, já tivemos um primeiro contacto e são todos excelentes companheiros e estão completamente inseridos no grupo. Aliás, no momento da escolha dos reforços de certeza que a direcção teve em conta não só a qualidade desportiva mas também humana.

Quais as próximas competições em que vão estar presentes?
Vamos estar presentes nas provas do calendário nacional: GP Internacional de Loulé, GP Alpendre e Guadiana, Clássica da Primavera, Costa Vicentina e Volta ao Alentejo.

E a nível internacional, têm alguma prova em vista?
Temos em vista algumas provas em Espanha, nomeadamente a Klasica da Primavera em Amorebieta, entre outras.

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Realizado para APCP
Foto: Facebook Oficial Equipa W52-Quinta da Lixa
(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)

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