Mais uma
temporada de ciclismo finalizada e continuo sem saber andar de bici, mas sempre
a desfrutar do ciclismo como se pedalasse por todas as estradas bordadas das mais
belas paisagens. A visão sobre a modalidade continua romântica, embora com
alguns laivos menos positivos, consequência de alguns banhos de realidade
experienciados este ano.
O ciclismo
em Portugal continua igual a si próprio, por vezes querendo engrandecer-se diante
dos olhares internacionais, não percebendo que apenas cai no descrédito quando
toma atitudes como a de afastar um dos melhores corredores do pelotão, Sérgio
Ribeiro, sem uma explicação 100% fiável/comprovada. Para a modalidade não perder
novamente a credibilidade perante o seu público, as atitudes tomadas em nome de
tornar melhor o ciclismo devem ser totalmente transparentes e não deixar lugar
a dúvidas. Os corredores atravessam várias fases nesta dura carreira, que
quando entra na pele de alguém dificilmente consegue sair. E se negamos a
alguém essa carreira que tanto custou a pedalar ao longo de anos, então temos
de ser claros e cientificamente exactos.
Mas este é um tema difícil de abordar para quem habitualmente não toca nestas questões e apenas quer mostrar o lado que fascina… os despiques montanha acima ou a adrenalina do sprint na linha de meta. Isso vivi e senti in loco este ano e se há corredores que me marcaram, posso nomear quatro entre elites e sub-23.
Mas este é um tema difícil de abordar para quem habitualmente não toca nestas questões e apenas quer mostrar o lado que fascina… os despiques montanha acima ou a adrenalina do sprint na linha de meta. Isso vivi e senti in loco este ano e se há corredores que me marcaram, posso nomear quatro entre elites e sub-23.
Do pelotão elite, César Fonte (Efapel-Glassdrive) e Delio Fernández (OFM-Quinta da Lixa) foram os ciclistas que mais brilharam no meu horizonte e explico porquê. As suas vitórias foram alcançadas pela força nos pedais, pela inteligência de ler o momento certo de sair do pelotão e rumar ao triunfo na meta, pela humildade demonstrada enquanto vencedor ou vencido, pela entrega à equipa em todas as ocasiões. Ambos são conhecidos pela forma como deixam tudo na estrada pelo seu líder e este ano puderam somar a essa qualidade alguns triunfos pessoais.
Do pelotão
sub-23, a escolha recai em Hélder Ferreira (Maia/Bicicletas Andrade) e
Frederico Figueiredo (Liberty Seguros/Feira/KTM). Quanto ao primeiro, não me
canso de realçar o valor deste jovem corredor, que de forma brilhante mantém-se
firme nos estudos universitários e não desiste de aperfeiçoar cada vez mais o talento
na estrada. Os pódios começam a aparecer e por diversas vezes este ano o
primeiro lugar esteve próximo, mas ser segundo na Taça de Portugal da sua
categoria é prova suficiente do seu valor. Em relação ao segundo, as vitórias
conquistadas falam por si. Não só em Portugal foi coleccionando o primeiro
lugar em diversas provas que o levaram ao triunfo final da Taça, como em
Espanha ainda arrecadou a difícil camisola da montanha na Vuelta a Madrid do
escalão. Os dois somam a qualidade fundamental de não colocar o triunfo pessoal
à frente do triunfo da equipa.
A injustiça
de referir apenas alguns nomes fica sempre na mente de quem escreve e como é
impossível descrever um a um os ciclistas que brilharam esta temporada nas
estradas lusas, aqui ficam alguns nomes de quem sobressaiu nas equipas continentais:
João Pereira e Diogo Nunes (Banco BIC-Carmim), Rui Sousa e Joni Brandão
(Efapel-Glassdrive), Márcio Barbosa e Rafael Silva (LA Alumínios-Antarte), Raúl
Alarcón e Rui Vinhas (Louletano-Dunas Douradas), Alejandro Marque e Hélder
Oliveira (OFM-Quinta da Lixa), Daniel Silva e Nuno Bico (Rádio Popular-Onda). Também nas
equipas de clube: Bruno Saraiva e Daniel Freitas (Anicolor), Rui Rodrigues e
Nuno Almeida (CC José Maria Nicolau), Renato Avelar e David Rodrigues (Liberty
Seguros/Feira/KTM), Luís Gomes e Hugo Vaz (Maia/Bicicletas Andrade).
(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)
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