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Sensações de final da temporada lusa júnior



A temporada júnior está a chegar ao fim. Embora as provas do calendário de estrada da Federação Portuguesa de Ciclismo tenham finalizado no princípio de Setembro, com a Volta a Portugal de Juniores, algumas Associações regionais ainda têm provas por cumprir, mas esse facto não invalida uma pequena visão sobre alguns nomes que confirmaram o trabalho desenvolvido no ano transacto.

Quando quem vos escreve assistiu à chegada dos juniores na última etapa da Volta a Portugal, no Parque Eólico da Carvoeira, a forma como estes jovens pedalaram as rampas de pendente a 15% impressionou e, entre os mais destacados, quatro evidenciaram-se não apenas nesse dia ao terminar nos dez primeiros da etapa rainha, mas também ao longo do ano. César Martingil (CC José Maria Nicolau), David Ribeiro (Liberty Seguros/Feira/KTM), Fábio Mansilhas (Alcobaça CC/Crédito Agrícola) e Gaspar Gonçalves (Anicolor) cresceram enquanto ciclistas e demonstraram-no nas provas da Taça de Portugal bem como nas provas regionais.
 
César Martingil, foto by Helena Dias

César Martingil está a tornar-se um caso sério no panorama nacional, dono de uma evolução incrível que este ano somou o triunfo da Taça de Portugal ao Campeonato Nacional de Fundo, para além dos títulos obtidos em pista. David Ribeiro mostrou-se cada vez mais forte na qualidade de trepador, vencendo este ano a camisola da montanha na Volta ao Município de Loulé e, pela segunda vez consecutiva, na Volta a Portugal após sagrar-se vice-campeão nacional de fundo e ocupar o terceiro lugar do pódio da Taça.

Quanto a Fábio Mansilhas, este é um corredor que não alcança com frequência o pódio, mas tem o dom de manter a regularidade intacta a cada prova. Coerente nos seus resultados, foi raro falhar presença nos dez primeiros a cruzar a meta, realçando a sua combatividade na estrada. Já Gaspar Gonçalves obteve vitórias importantes a par da medalha de bronze no Campeonato Nacional de fundo, como a Volta ao Município de Loulé. Além disso, destacou-se como o único corredor da Selecção Nacional a terminar a participação na clássica Paris-Roubaix Júnior.

Este escalão é pouco acompanhado, talvez pelo facto da maior parte dos jovens não prosseguir a carreira de ciclista profissional, não por sua vontade mas sim pelo número reduzido de equipas existentes no escalão subsequente. No entanto, não devemos esquecer que o futuro começa nos níveis mais baixos e o seu acompanhamento ajuda a uma melhor percepção do progresso de um atleta desde a base. Desta forma, ficam aqui alguns nomes a ter em conta: Miguel Amorim (CC Bairrada), Paulo Silva (Liberty Seguros/Feira/KTM), Pedro Seabra e Rui Carvalho (Silva & Vinha/ADRAP/Sentir Penafiel), João Silva e Tiago Machado (Alcobaça CC/Crédito Agrícola), Ivo Oliveira e Rui Oliveira (EC Venceslau Fernandes).


(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)

Comentários

  1. Boa noite,

    Está bem escrito, mas acho mal estar a referir nomes de altetas como melhores, porque se fossemos a ver por esse panorama há muitos mais, por exemplo quem observa o panorama de todas as provas, comprova que o João Silva é um Ciclista muito mais combativo que o Fábio Mansilhas, e no lote dos bons ciclistas faltou referir o Pedro Costa por exemplo, ou até o André Ramalho que sendo de primeiro ano está sempre nos 10 primeiros, tal como o Mansilhas ou até melhor (sendo o André Ramalho de primeiro ano), mas pronto foi apenas uma opinião, há, e não se esqueçam o João Silva foi campeão Nacional de contra relógio e ganhou a 2.ª Etapa da Volta e na Geral final fez 2.º lugar, sendo assim não é só o César que é um "caso sério" e quem percebe e viu nos circuitos, observou que o João não tem equipa como a do César para poder discutir de igual para igual o primeiro lugar.

    Tenho dito.

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    Respostas
    1. Não me referi aos jovens corredores como 'os melhores'. Tal como faço em todas as minhas crónicas, entre os corredores mais destacados tento evidenciar alguns nomes e divulgar o seu trabalho ao longo da temporada. Acompanho os quatro juniores e sei o quanto evoluiram desde o ano passado. Como tenho sempre a sensação de injustiça por apenas referir alguns, acrescento no final do texto nomes que, a meu ver, também são importantes de seguir. Obviamente, é impossível escrever sobre todos os corredores e a minha intenção é tão somente levar mais longe as pedaladas dos nossos heróis. Obrigada pelo comentário.

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