Avançar para o conteúdo principal

Reflexão: heróis lusos em Toscana2013



Passado o momento de maior emoção, é hora de olhar ao desempenho da Selecção Nacional no Campeonato do Mundo em Itália. Elites, sub-23 e juniores partiram rumo a Toscana com o objectivo de defender as cores nacionais e não defraudar todos aqueles que acreditam na sua potencialidade e valor.
 
Foto: UVP-FPC

Frederico Figueiredo disputou sozinho a prova de fundo sub-23 e surpreendeu ao alcançar o 14º lugar na sua estreia no Mundial. 13 segundos separaram o jovem ciclista da glória máxima, demonstrando sabedoria na colocação dentro de um pelotão que foi seleccionando os melhores até à última volta ao circuito, consolidando a convicção de poder vir a ser um dos próximos valores mais altos do ciclismo luso. Este desempenho elevou ainda mais as expectativas em relação aos elites, mais concretamente sobre Rui Costa. Visto como o grande candidato a uma medalha, alcançou a mais desejada, a de ouro, deixando o mundo inteiro sem palavras perante a força conquistadora que possui. A seu lado contou com André Cardoso e Tiago Machado, o primeiro a ter o infortúnio de sofrer duas quedas logo na primeira volta do circuito, afastando-o do objectivo de terminar a corrida, e o segundo a alcançar a meta em 36º entre os 61 corredores que conseguiram superar o dilúvio que se abateu sobre Toscana ao longo das mais de 7 horas de corrida.

Quanto às provas de contra-relógio, Tiago Machado fez o 39º tempo e Nelson Oliveira superou o resultado alcançado dois anos antes em dois lugares. Terminar em 15º fez do seu resultado o melhor de sempre de um corredor português em elites. Já em sub-23, o campeão nacional Rafael Reis viu penalizado o seu rendimento pela queda sofrida no Europeu, atrasando a preparação para o Mundial. Ainda assim, o 34º lugar faz-nos esperar mais de um jovem que já deu provas do seu valor, tanto em provas nacionais como internacionais.

Respectivamente aos juniores, tanto no contra-relógio como na prova de fundo, olha-mos ao seu desempenho com a ressalva da diferença abismal de ritmo dos lusos comparativamente com os ciclistas estrangeiros. Gaspar Gonçalves foi quem obteve o melhor resultado nas duas provas, com César Martingil a admitir ter forçado demasiado o ritmo na primeira parte da luta contra o relógio e David Ribeiro a manter-se a par do desempenho de Gaspar Gonçalves na prova de fundo. Os três jovens estão em fase de aprendizagem e assim devem ser lidos os seus resultados, pois embora parecendo fracos, reflectem o ritmo experienciado nas corridas nacionais e a falta de competição em provas internacionais. 

O balanço da participação da Selecção portuguesa é bastante positivo, não só pela conquista da camisola arco-íris por Rui Costa como também pela demonstração de valor ciclístico de todos os atletas presentes em Toscana. 

Classificação CRE 
1 Omega Pharma-Quick Step 1:04:16 [53,402 km/h]
2 Orica-GreenEdge 0:00:01
3 Sky 0:00:23
10 Movistar Team (com participação de Rui Costa) 0:02:32 

Classificação CRI Elites 
1 Tony Martin (Ger) 1:05:36 [52,957km/h]
2 Bradley Wiggins (GBr) 0:00:46
3 Fabian Cancellara (Sui) 0:00:48
15 Nelson Oliveira (Por) 0:03:14
39 Tiago Machado (Por) 0:05:28 

Classificação CRI Juniores 
1 Igor Decraene (Bel) 26:56 [49,121 km/h]
2 Mathias Krigbaum (Den) 0:08
3 Zeke Mostov (USA) 0:20
47 Gaspar Gonçalves (Por) 2:16
77 César Martingil (Por) 3:14 

Classificação CRI Sub-23 
1 Damien Howson (Aus) 49:49 [52,380 km/h]
2 Yoann Paillot (Fra) 0:57
3 Lasse Hansen (Den) 1:10
34 Rafael Reis (Por) 4:08 

Classificação Prova de Fundo Sub-23 
1 Matej Mohoric (Slo) 4:20:18
2 Louis Meintjes (Rsa) 0:00:03
3 Holst Enger (Nor) 0:00:13
14 Frederico Figueiredo (Por) 0:00:13 

Classificação Prova de Fundo Juniores 
1 Mathieu Van Der Poel (Ned) 3:33:14
2 Mads Peterson (Den) 0:00:03
3 Iltjan Nika (Alb) 0:00:03
76 Gaspar Gonçalves (Por) 0:09:04
78 David Ribeiro (Por) 0:09:45
DNF César Martingil (Por) 

Classificação Prova de Fundo Elites 
1 Rui Costa (Por) 7:25:44
2 Joaquim Rodríguez (Esp) 0:00:00
3 Alejandro Valverde (Esp) 0:00:15
36 Tiago Machado (Por) 0:02:01
DNF André Cardoso (Por)

(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)

Comentários

Artigos Mais Lidos

Apresentação Liberty Seguros/Feira/KTM 2014

Esta quinta-feira, a Biblioteca Municipal de Sta. Maria da Feira recebeu a apresentação do 6º GP Liberty Seguros/Volta às Terras de Sta. Maria e das equipas de formação Liberty Seguros/Feira/KTM do Sport Ciclismo S. João de Ver. Entre as personalidades presentes destacaram-se os patrocinadores das equipas, nomeadamente a Liberty Seguros, a KTM e a Câmara Municipal de Sta. Maria da Feira. Também não faltaram antigos corredores da casa, actualmente a pedalar no pelotão profissional nacional, entre outros o campeão nacional Joni Brandão, César Fonte, Edgar Pinto, Frederico Figueiredo, Mário Costa, Rafael Silva e o internacional André Cardoso. Nem o campeão do mundo Rui Costa faltou à chamada de um dos directores desportivos mais acarinhados no país, Manuel Correia, deixando em vídeo uma mensagem sentida de agradecimento pelo seu percurso e aprendizagem no clube. Precisamente de Manuel Correia surgiu o momento mais marcante da cerimónia, aquando do seu anúncio de fim de ciclo ...

#Giro100 no Eurosport

A 100ª edição do Giro d’Italia decorre entre os dias 5 e 28 de Maio, com transmissão alargada e personalizada no canal Eurosport , tendo como principais anfitriões da emissão portuguesa os conhecidos comentadores Luís Piçarra, Paulo Martins, Olivier Bonamici e Gonçalo Moreira. O Cycling & Thoughts esteve à fala com três dos comentadores para conhecer os pontos-chave da emissão, prognósticos do pódio e perspectivas da prestação lusitana na Corsa Rosa . No centenário do Giro d’Italia, o pelotão [ ver lista ] contará com três estreias lusitanas: o campeão nacional José Mendes (BORA-hansgrohe), José Gonçalves (Katusha-Alpecin) e o campeão do mundo de 2013 Rui Costa (UAE Team Emirates).

Entrevista a Isabel Fernandes: “África leva-nos a colocar em causa as nossas prioridades de Primeiro Mundo”

O ciclismo apareceu na vida profissional de Isabel Fernandes em 1987 para não mais sair. De comissária estagiária em 1989, chegou ao patamar de comissária internacional dez anos depois, realizando diversas funções na modalidade ao longo dos anos, nomeadamente intérprete e relações públicas de equipas, membro da APCP (Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais) e da organização de várias provas como os Campeonatos da Europa e do Mundo, em Lisboa.