Passado o momento de maior emoção, é
hora de olhar ao desempenho da Selecção Nacional no Campeonato do Mundo em
Itália. Elites, sub-23 e juniores partiram rumo a Toscana com o objectivo de
defender as cores nacionais e não defraudar todos aqueles que acreditam na sua
potencialidade e valor.
Frederico Figueiredo disputou sozinho a
prova de fundo sub-23 e surpreendeu ao alcançar o 14º lugar na sua estreia no Mundial.
13 segundos separaram o jovem ciclista da glória máxima, demonstrando sabedoria
na colocação dentro de um pelotão que foi seleccionando os melhores até à
última volta ao circuito, consolidando a convicção de poder vir a ser um dos próximos
valores mais altos do ciclismo luso. Este desempenho elevou ainda mais as
expectativas em relação aos elites, mais concretamente sobre Rui Costa. Visto
como o grande candidato a uma medalha, alcançou a mais desejada, a de ouro, deixando o
mundo inteiro sem palavras perante a força conquistadora que possui. A seu lado
contou com André Cardoso e Tiago Machado, o primeiro a ter o infortúnio de
sofrer duas quedas logo na primeira volta do circuito, afastando-o do objectivo
de terminar a corrida, e o segundo a alcançar a meta em 36º entre os 61
corredores que conseguiram superar o dilúvio que se abateu sobre Toscana ao
longo das mais de 7 horas de corrida.
Quanto às provas de contra-relógio, Tiago
Machado fez o 39º tempo e Nelson Oliveira superou o resultado alcançado dois
anos antes em dois lugares. Terminar em 15º fez do seu resultado o melhor de
sempre de um corredor português em elites. Já em sub-23, o campeão nacional
Rafael Reis viu penalizado o seu rendimento pela queda sofrida no Europeu,
atrasando a preparação para o Mundial. Ainda assim, o 34º lugar faz-nos esperar
mais de um jovem que já deu provas do seu valor, tanto em provas nacionais como
internacionais.
Respectivamente aos juniores, tanto no
contra-relógio como na prova de fundo, olha-mos ao seu desempenho com a
ressalva da diferença abismal de ritmo dos lusos comparativamente com os
ciclistas estrangeiros. Gaspar Gonçalves foi quem obteve o melhor resultado nas
duas provas, com César Martingil a admitir ter forçado demasiado o ritmo na
primeira parte da luta contra o relógio e David Ribeiro a manter-se a par do
desempenho de Gaspar Gonçalves na prova de fundo. Os três jovens estão em fase
de aprendizagem e assim devem ser lidos os seus resultados, pois embora parecendo
fracos, reflectem o ritmo experienciado nas corridas nacionais e a falta de
competição em provas internacionais.
O balanço da participação da Selecção portuguesa é bastante positivo, não só
pela conquista da camisola arco-íris por Rui Costa como também pela
demonstração de valor ciclístico de todos os atletas presentes em
Toscana.
Classificação
CRE
1 Omega
Pharma-Quick Step 1:04:16 [53,402 km/h]
2 Orica-GreenEdge 0:00:01
3 Sky 0:00:23
10
Movistar Team (com participação de Rui Costa) 0:02:32
Classificação CRI Elites
1 Tony Martin (Ger) 1:05:36 [52,957km/h]
2 Bradley Wiggins (GBr) 0:00:46
3 Fabian
Cancellara (Sui) 0:00:48
15
Nelson Oliveira (Por) 0:03:14
39 Tiago
Machado (Por) 0:05:28
Classificação CRI Juniores
1 Igor
Decraene (Bel) 26:56 [49,121 km/h]
2
Mathias Krigbaum (Den) 0:08
3 Zeke
Mostov (USA) 0:20
47
Gaspar Gonçalves (Por) 2:16
77 César
Martingil (Por) 3:14
Classificação CRI Sub-23
1 Damien Howson (Aus) 49:49 [52,380 km/h]
2 Yoann Paillot (Fra) 0:57
3 Lasse Hansen (Den) 1:10
34 Rafael Reis (Por) 4:08
Classificação Prova de Fundo
Sub-23
1 Matej
Mohoric (Slo) 4:20:18
2 Louis Meintjes (Rsa) 0:00:03
3 Holst Enger (Nor) 0:00:13
14
Frederico Figueiredo (Por) 0:00:13
Classificação Prova de Fundo
Juniores
1 Mathieu Van Der Poel (Ned) 3:33:14
2 Mads
Peterson (Den) 0:00:03
3 Iltjan
Nika (Alb) 0:00:03
76
Gaspar Gonçalves (Por) 0:09:04
78 David
Ribeiro (Por) 0:09:45
DNF
César Martingil (Por)
Classificação Prova de Fundo
Elites
1 Rui
Costa (Por) 7:25:44
2
Joaquim Rodríguez (Esp) 0:00:00
3
Alejandro Valverde (Esp) 0:00:15
36 Tiago
Machado (Por) 0:02:01
DNF
André Cardoso (Por)
(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)
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