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Ano novo, escrita nova

Com o ano a terminar, chega o momento de fazer o balanço do que vivi ao longo de 2014. Obviamente, aqui refiro-me à ligação com o ciclismo.

Pois bem, no início do ano optei por fazer uma caminhada em solitário neste blogue. Tentei passar em cada artigo o trabalho dos ciclistas do pelotão nacional em todas as provas disputadas. Escrevi alguns artigos de opinião e realizei entrevistas, ambos bastante bem recebidos pelos leitores, que demonstram ano após ano um maior interesse pelo ciclismo português e pelos heróis a pedalar em Portugal e no estrangeiro. Por vezes, dentro do país parece-nos impossível perceber esse interesse, mas ele existe. Não só os media internacionais como também os fãs de ciclismo procuram saber o que se faz por cá para além da Volta a Portugal, apesar da Grandíssima ser, sem dúvida alguma, o grande foco de atracção do ciclismo luso.
Os heróis da Volta a Portugal 2014
A nossa competição é cativante, os ciclistas profissionais têm grande qualidade, os jovens em formação demonstram ser donos de uma base sólida para se tornarem excelentes profissionais, a qualidade da formação exercida nas equipas de clube é inegável, os ciclistas lusos são uma incontestável mais-valia no pelotão internacional... Estas são razões mais do que suficientes para nos fazer acreditar no valor do ciclismo português, merecedor de uma aposta maior por parte de empresas e marcas no apoio ao seu crescimento e desenvolvimento económico e estrutural, como também de um maior interesse por parte dos media nacionais.

Neste final de ano, só posso dizer que o balanço é positivo na forma como o mundo do ciclismo me recebeu. O pelotão nacional é fascinante no modo como nos faz vibrar desde o primeiro ao último a cruzar a meta, desde os mais veteranos aos mais jovens sonhadores, desde as equipas continentais às equipas de clube sub-23 [que para o ano serão mais!], desde a prova rainha aos circuitos. O pelotão em Portugal une sub-23 e profissionais num mesmo grupo, simbiose essa que divide opiniões. Como escrevi num artigo recente, “Cedo a juventude ganha experiência em correr com ciclistas mais experientes, sofrendo de início o choque de passar do pelotão júnior ao profissional, mas obtendo anos mais tarde a recompensa de já saber como estar nesse mesmo pelotão aquando da oportunidade de entrar no mundo das formações continentais”. Continuo dividida entre os prós e contras desta realidade, pois se por um lado concordo com a necessidade de construir um calendário exclusivo para os sub-23, por outro vejo a dificuldade e escassez de meios económicos para manter dois pelotões e calendários distintos.

É patente a dificuldade económica no ciclismo e no país, a luta diária para manter uma equipa na estrada ou uma prova no calendário. No entanto, a luta conjunta de dirigentes e ciclistas vai dando os seus frutos e o ciclismo português continua de pé, contra ventos e marés, resistindo às dificuldades e crescendo ligeiramente, mesmo que seja em passos pequenos contudo consistentes. Acredito nestas palavras, tal como acredito na força de cada ciclista em cumprir o sonho de ser profissional desta dura e bela modalidade, que me apaixona de uma maneira inexplicável.

Para concluir este artigo que já vai longo, neste blogue vou continuar a escrever sobre os heróis dos pedais, que me fazem sentir mil e uma emoções a cada corrida. Em 2015, irei centrar-me menos em crónicas descritivas das provas e mais em artigos de opinião ou sobre episódios que queira ressaltar, continuando com as entrevistas e regressando à escrita de alguns textos em espanhol. Acima de tudo, continuar a desfrutar deste desporto apaixonante e passar a minha visão através das palavras.

Espero que continuem a pedalar pelo Cycling & Thoughts!
Feliz 2015 a tod@s! Que seja um ano repleto de sorrisos, sonhos cumpridos e muito ciclismo!


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(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)

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