Avançar para o conteúdo principal

Pelotão da Volta a Portugal 2020: favoritos e nomes em destaque


Está prestes a começar a Edição Especial da Volta a Portugal, organizada pela Federação Portuguesa de Ciclismo com o importante apoio dos Jogos Santa Casa, que dá nome à camisola amarela. Entre 27 de Setembro e 5 de Outubro teremos nove dias de prova rainha, numa época marcada pela pandemia, que chegou a colocar em causa a sua realização, o que se revelaria trágico para a sobrevivência e continuidade da maioria das equipas nacionais. Para todos os corredores das equipas lusas, o simples facto de correr a Volta este ano é já uma grande vitória. Passada a tormenta, é hora de olhar aos favoritos à vitória da camisola amarela e ao que poderão fazer as 14 equipas que compõem o pelotão. João Rodrigues (W52-FC Porto), Joni Brandão (Efapel) e Delio Fernández (Nippo Delko One Provence) são favoritos ao lugar mais alto do pódio.

Pela tradição instalada nas últimas épocas, a equipa continental lusa W52/FC Porto surge como principal favorita à conquista da camisola amarela. Nas últimas sete edições, a estrutura azul e branca mudou de designação e de director desportivo, mas o triunfo da prova rainha foi sempre seu e este ano alinha com três desses vencedores: João Rodrigues (2019), Rui Vinhas (2016) e Gustavo Veloso (2015 e 2014), não esquecendo Ricardo Mestre, vencedor em 2011 pela equipa tavirense. O galego Veloso apresentou-se em boa forma no recente Troféu Joaquim Agostinho, onde finalizou em quarto lugar, mas o favoritismo recai no luso João Rodrigues, que viu a sua performance cair por terra no Agostinho, fruto de uma queda. Ainda assim, mantém-se como máximo favorito à reconquista da amarela, que agarrou em 2019 juntamente com duas etapas. A esquadra comandada por Nuno Ribeiro tem por tradição entrar em cena com mais de um chefe-de-fila, sendo Amaro Antunes o nome mais sonante que se segue, apesar de também este ter sofrido queda no Agostinho. É detentor de pergaminhos na prova, nomeadamente o segundo lugar alcançado em 2017 e uma vitória de etapa, não tendo disputado a Volta nos dois anos seguintes por se encontrar no pelotão internacional ao serviço da CCC Team. A equipa conta ainda com os sprinters Daniel Mestre e Samuel Caldeira, ambos vencedores de etapas na Volta.

Do lado da Efapel, todas as atenções recaem em Joni Brandão, que por três vezes já ocupou o segundo lugar na geral final (2019, 2018 e 2015). Na edição transacta, a vitória esteve muito próxima de ser alcançada, partindo de amarelo para o contra-relógio final, o qual perdeu ficando a 27 segundos do primeiro lugar. Embora esta liderança seja incontestável, o nome de António Carvalho há muito que soa no pelotão como uma forte aposta para a vitória na Volta, à imagem do feito alcançado pelo tio Fernando Carvalho (Ruquita-Feirense) há precisamente 30 anos, em 1990. O ano passado venceu na mítica chegada à Sra. da Graça pela W52-FC Porto, mudando-se esta temporada de armas e bagagens para a Efapel. Também Luís Mendonça chegou este ano à equipa e já ofereceu uma importante vitória na etapa inaugural do Troféu Joaquim Agostinho, podendo repetir a proeza na Volta a Portugal. César Fonte também sabe o que é vencer uma etapa na Volta, tal como Sérgio Paulinho, que conta com duas no seu palmarés. Rafael Silva e Tiago Machado são outros dos nomes sonantes da equipa relâmpago.

A equipa Aviludo-Louletano mantém a aposta em Vicente de Mateos, corredor espanhol que tem deixado uma forte marca na Volta e tem vindo a demonstrar uma qualidade crescente de ano para ano, surpreendendo com boas performances tanto na estrada como em pista. Não fora a queda sofrida na edição transacta, que o fez abandonar a Volta à nona etapa quando se posicionava em quarto da geral, podia ter terminado no pódio, como já o fez por duas vezes na terceira posição (2018 e 2017), além de contar no palmarés com seis vitórias em etapas. Este ano conta com um grupo renovado e forte em seu redor, podendo superar os lugares alcançados anteriormente. Chegado à equipa este ano, o campeão russo de fundo Sergey Shilov é outro dos corredores que conta com uma vitória de etapa, em 2014. João Matias é um nome a ter em conta na luta por uma chegada rápida.

Frederico Figueiredo encabeça as fileiras da equipa Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel e chega a esta edição especial da Volta a Portugal com o ânimo revigorado pelas vitórias da camisola amarela e da última etapa no recente Troféu Joaquim Agostinho. Também esta equipa conta com um ex-vencedor da Volta no seu alinhamento, o galego Alejandro Marque (2013), que poderá ser um importante aliado na luta pela amarela, além de ser dono de três vitórias em etapas.

A Rádio Popular-Boavista surge novamente com o trio João Benta (vencedor de etapa e 6º em 2019), David Rodrigues e Daniel Silva, que no ano passado fecharam nos dez primeiros da classificação geral. Benta venceu uma etapa na referida edição e Rodrigues já se sagrou como o melhor jovem no ano de 2014. Entre os demais elementos da equipa contam com Gonçalo Carvalho, recente vencedor da camisola da juventude no Troféu Joaquim Agostinho.

A equipa Feirense é encabeçada pelo especialista em contra-relógio Rafael Reis, um dos máximos favoritos à vitória do prólogo e, consequentemente, primeiro camisola amarela desta edição especial, algo que já alcançou na sua carreira por duas vezes (2018 e 2016). Oscar Pelegrí pode surpreender com vitória em etapa.

A equipa Kelly-InOutbuild-UDO vem maioritariamente com jovens, mas tem uma jóia chamada Henrique Casimiro, que poderá surpreender entre os primeiros lugares, tal como fez o ano passado ao fechar o Top 10 da geral. O grupo conta também com Luís Gomes, vencedor da montanha e de uma etapa da passada edição, e com Fábio Costa, campeão nacional de fundo sub-23.

Outra equipa com bastantes jovens é a LA Alumínios-LA Sport, que em 2019 venceu a camisola da juventude com Emanuel Duarte, presente na edição de 2020 com o objectivo de finalizar entre os 15 primeiros lugares da geral. Entre os corredores destaca-se ainda Bruno Silva, vencedor da camisola da montanha em 2015.

A Miranda-Mortágua entra na Volta em busca de vitórias em etapas e um bom lugar na classificação geral. O ano passado, a equipa fechou em 11º da geral com Hugo Sancho, que tentará usar a sua experiência para alcançar algo mais este ano. O mesmo sucede com Joaquim Silva, que neste regresso a uma casa que bem conhece espera estar na luta por um lugar entre os dez primeiros da geral.

Mas nem só de equipas portuguesas é composto este pelotão de 98 corredores. Cinco equipas do escalão ProTeam participam este ano na “Portuguesa” e neste grupo a francesa Nippo Delko One Provence surge com uma carta importante. O galego Delio Fernández é sobejamente conhecedor da Volta a Portugal e do pelotão luso, com três etapas no seu palmarés e um terceiro lugar na geral (2014), tendo sido um elemento crucial à vitória dos companheiros Veloso e Marque. É com grande expectativa que se aguarda o seu regresso à Volta, para mais sob a direcção desportiva do português José Azevedo, que conta com um grupo de qualidade.

A espanhola Burgos-BH apresenta-se com dois lusos na liderança da equipa, Ricardo Vilela e José Neves. Com o objectivo de lutar por etapas, há ainda a destacar Ángel Madrazo, vencedor de uma etapa na Vuelta a España de 2019, e Diego Rubio, que este ano esteve perto de vencer o Trofeo Matteotti, perdendo por um segundo para Valerio Conti (UAE Team Emirates).

A igualmente espanhola Caja Rural-Seguros RGA é histórica em participações na Volta a Portugal e vem à procura de vitórias em etapas. Para tal conta, entre outros, com Héctor Sáez, vencedor de uma jornada em 2019.

A francesa Team Arkéa Samsic é liderada pelo britânico Daniel McLay, dono de 8 vitórias profissionais, duas conquistadas em 2019.

 A norte-americana Rally Cycling, de Minneapolis, surge com o experiente canadiano Rob Britton, que tanto nos lembra as fantásticas performances nas corridas americanas The Larry H. Miller Tour of Utah (vencedor em 2017), Tour of the Gila (vencedor em 2018 e 2015), USA Pro Challenge ou Amgen Tour of California. Outro dos nomes sonantes é o de Gavin Mannion, que fechou o Agostinho em oitavo, vindo de um quinto lugar na geral do Le Tour de Savoie Mont Blanc, onde venceu duas etapas (entre elas o contra-relógio), e o 10º lugar na Settimana Internazionale Coppi e Bartali.

Equipa Portugal, composta por uma selecção nacional maioritariamente sub-23, não irá alinhar na Volta a Portugal, devido a um dos seus elementos, João Salgado (JV Perfis-Gondomar Cultural), ter dado positivo no teste de despistagem à covid-19. Faziam também parte do grupo seleccionado por José Poeira os internacionais André Carvalho e Pedro Andrade (Hagens Berman Axeon), Diogo Barbosa (Caja Rural-Seguros RGA amateur) e João Carvalho (Baqué Cycling Team), o vice-campeão nacional sub-23 em contra-relógio Daniel Dias e Francisco Guerreiro (Sicasal-CM Torres Vedras).



PERCURSO – clicar aqui!

LIVRO DE PROVA – clicar aqui!

SITE OFICIAL – clicar aqui!

Comentários

Artigos Mais Lidos

Apresentação Liberty Seguros/Feira/KTM 2014

Esta quinta-feira, a Biblioteca Municipal de Sta. Maria da Feira recebeu a apresentação do 6º GP Liberty Seguros/Volta às Terras de Sta. Maria e das equipas de formação Liberty Seguros/Feira/KTM do Sport Ciclismo S. João de Ver. Entre as personalidades presentes destacaram-se os patrocinadores das equipas, nomeadamente a Liberty Seguros, a KTM e a Câmara Municipal de Sta. Maria da Feira. Também não faltaram antigos corredores da casa, actualmente a pedalar no pelotão profissional nacional, entre outros o campeão nacional Joni Brandão, César Fonte, Edgar Pinto, Frederico Figueiredo, Mário Costa, Rafael Silva e o internacional André Cardoso. Nem o campeão do mundo Rui Costa faltou à chamada de um dos directores desportivos mais acarinhados no país, Manuel Correia, deixando em vídeo uma mensagem sentida de agradecimento pelo seu percurso e aprendizagem no clube. Precisamente de Manuel Correia surgiu o momento mais marcante da cerimónia, aquando do seu anúncio de fim de ciclo

Os velódromos de Portugal

Velódromo de Palhavã (© Arquivo Municipal de Lisboa) Em Portugal, o ciclismo já foi considerado o desporto da moda entre as elites. Para chegarmos a esse momento da história, temos de recuar ao tempo da monarquia, até finais do século XIX, para encontrar o primeiro velódromo em território nacional, o Velódromo do Clube de Caçadores do Porto , na Quinta de Salgueiros, não sendo a sua data totalmente precisa, já que a informação a seu respeito é muito escassa. Em alguns relatos, a sua inauguração data de 1883, enquanto noutros data de 1893.

Entrevista a Isabel Fernandes: “África leva-nos a colocar em causa as nossas prioridades de Primeiro Mundo”

O ciclismo apareceu na vida profissional de Isabel Fernandes em 1987 para não mais sair. De comissária estagiária em 1989, chegou ao patamar de comissária internacional dez anos depois, realizando diversas funções na modalidade ao longo dos anos, nomeadamente intérprete e relações públicas de equipas, membro da APCP (Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais) e da organização de várias provas como os Campeonatos da Europa e do Mundo, em Lisboa.