Gaspar
Gonçalves arrecadou no início de Abril a vitória de uma das mais prestigiantes
provas sub-23 portuguesas. O jovem ciclista da Liberty Seguros-Carglass
conquistou a Volta às Terras de Santa Maria, somando também a vitória da etapa
em contra-relógio, especialidade na qual é campeão nacional sub-23.
Pelo
segundo ano consecutivo, a equipa Liberty Seguros-Carglass fechou a Volta às Terras de Santa Maria com a vitória da camisola amarela. O ano passado pelos
pedais de Luís Gomes, que subiu este ano a profissional pela RP-Boavista, e em
2017 pelo suor e esforço de Gaspar Gonçalves.
Depois
de finalizar a primeira etapa em 10º na meta, o ciclista de 21 anos vestiu a camisola
de campeão nacional, impôs-se no contra-relógio e subiu à liderança da prova ao
vencer o esforço individual de 7,5 km a uma jornada do final da prova. Gaspar
Gonçalves defendeu com garra o comando da geral no Circuito final do Castelo, conquistando
desta forma a Volta às Terras de Santa Maria, ficando ladeado no pódio pelo
companheiro César Martingil em 2º e Jorge Magalhães (Miranda-Mortágua) em 3º
lugar.
Em
exclusivo ao Cycling & Thoughts, Gaspar
Gonçalves falou sobre esta relevante vitória; o início da temporada; alguns
marcos da sua jovem carreira; a estadia na equipa Liberty Seguros-Carglass; objectivos
no presente e sonho no futuro.
Como te sentes ao terminar
a Volta às Terras de Santa Maria de camisola amarela?
“Muito bem, a Volta às
Terras de Santa Maria é uma competição importante no calendário sub-23 e o
objectivo era ganhá-lo. Foi conseguido e, por isso, estou muito satisfeito.”
O ano passado a equipa
venceu a prova com Luís Gomes e este ano repetiu o triunfo contigo. Como foi
delineada essa conquista ao longo da corrida?
“O objectivo da equipa
era repetir o feito do Luís no ano passado e sabíamos que tínhamos 2/3 atletas
capazes disso. No primeiro dia, o objectivo era a vitória ao sprint com o César
[Martingil] e quase o conseguimos. Houve
um contra-tempo para mim, uma queda ainda no início da etapa, que me deixou um
pouco mal tratado, mas mesmo assim consegui acabar na frente e ajudar o César
no que pude."
"No segundo dia, tínhamos os dois sectores. De manhã o contra-relógio,
onde eu mesmo com as mazelas saí vencedor e fiquei de líder! À tarde, o
Circuito duro do Castelo, onde sabíamos que íamos ser atacados e que tínhamos
que fazer o máximo para chegar tudo junto ao final, para eu manter a amarela. E
assim o fizemos, com um trabalho fantástico da equipa, a quem tenho muito a
agradecer!”
Este ano já tinhas ganho a camisola da juventude na Clássica Aldeias do Xisto. Esperavas este início de ano tão positivo?
“Não estava à espera
de ter um início tão positivo, visto que todos os anos tenho algumas
dificuldades no início de época, até pela zona fria e complicada para treinar
onde vivo, mas fico muito feliz por ter contrariado os anos anteriores.”
Começaste
no ciclismo em 2010, na equipa Mortágua, e desde então já viveste importantes
momentos na tua jovem carreira. Que três desses momentos destacas?
“Não é fácil destacar três
momentos, mas acho que a primeira corrida é sempre marcante e os dois
Campeonatos Nacionais vencidos em 2011 e 2016, cadete e sub-23 respectivamente.
Também me marcou muito Paris-Roubaix de juniores, pela dureza extrema que tem.”
Qual
a melhor vitória?
“A melhor vitória foi
o Campeonato Nacional de contra-relógio sub-23 no ano passado.”
E
qual a corrida mais difícil que enfrentaste até hoje?
“Paris-Roubaix de
juniores, sem dúvida.”
Estás
no Bike Clube de Portugal desde a sua criação. Que balanço fazes do teu
percurso na equipa?
“Este é o meu terceiro
ano no Bike Clube de Portugal. O balanço é óptimo e não poderia pedir melhor, tanto
do staff como dos colegas. O ambiente da equipa é óptimo, desde o seu primeiro
ano, e temos dois chefes [Manuel Correia e Luís Pinheiro] que nos apoiam muitíssimo e dão tudo por nós! Temos
também o melhor mecânico, o grande Mingos!”
Quais os teus objectivos
para esta temporada e o teu maior sonho a cumprir no ciclismo?
“Esta temporada as
expectativas são altas, visto que é o meu último ano [em sub-23]. Tenho objectivos focados
em algumas corridas, mas quero estar bem em todas e fazer o melhor, tanto individualmente
como pela equipa. O meu sonho começa por chegar ao profissionalismo e, depois, correr
no escalão WorldTour e fazer as melhores corridas do mundo. É para isso que
trabalho e onde sonho um dia chegar.”
O Cycling &
Thoughts recorda que Gaspar Gonçalves delineou em 2016 uma temporada
brilhante, não só pela conquista da medalha de ouro no Nacional de contra-relógio
sub-23, bem como pela vitória em Espanha da etapa inaugural da Volta a
Valência, prova onde terminou em 8º da geral, melhor jovem no Grande Prémio
Jornal de Notícias, 2º na geral da Volta a Portugal do Futuro, 5º na Volta a
Galicia, 6º no Grande Prémio Liberty Seguros Açores e 8º na espanhola Clásica
de Páscua.
No seu palmarés, o jovem natural de Lamego conta ainda com a
presença assídua na Selecção Nacional, pela qual pôde disputar importantes
provas internacionais como a clássica Paris-Roubaix em júnior no ano de 2013 e
já em 2017 o Tour des Flandres em sub-23.
Gaspar Gonçalves com o companheiro de equipa César Martingil |
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