Bruno Pires terminou
a primeira parte da temporada com um Top 10 no Tour d’Azerbaidjan. O 7º
lugar na geral reflectiu o mais forte desempenho alcançado até ao momento pelo
experiente ciclista português, neste primeiro ano com as cores suíças da Team Roth.
A prova por
etapas no Azerbaijão marcou o melhor resultado obtido até ao momento, num ano
em que tem assinalado a sua presença nas partes cimeiras das tabelas
classificativas. Na temporada de estreia da equipa suíça no escalão Profissional
Continental, Bruno Pires tem cumprido com o compromisso de somar experiência e
conhecimento ao grupo. No Tour d’Azerbaidjan, terminou todas as etapas no grupo
da frente, com o mesmo tempo do vencedor da jornada ou a escassos segundos,
destacando-se com uma forte performance na etapa rainha, que ligou Gabala à
exigente chegada a Pirqulu, onde acabou por cruzar a linha em 10º lugar.
Na opinião de
Bruno, “A primeira fase da temporada está
feita e terminou, na minha opinião, com um bom desempenho na última competição
que disputei [Tour d’Azerbaidjan]. O
balanço é positivo de vários pontos de vista, pois tenho sido bastante regular
com vários resultados entre os 25 melhores corredores e não tendo sempre a
sorte do meu lado, como aconteceu no Algarve onde furei muito perto do final em
alto do último dia. É verdade que fiquei desapontado com o Tour de Romandie, preparei-o
bastante bem e as sensações ao início eram bastante boas, mas sabia que corria
o risco de não sacar todo o partido das mesmas, devido ao problema de saúde que
tenho nesta altura do ano, alergias e asma, e na Romandia isso fez-se sentir em
especial. No entanto, o sentimento mais importante é o de consciência tranquila
e eu tive esse sentimento.”
Em números, a
primeira parte da temporada fez-se do 7º lugar no Tour d’Azerbaidjan, 24º no
Critérium International, 24º no GP Città di Lugano, 30º na Volta ao Algarve,
33º no Trofeo Serra de Tramuntana, 34º na Volta a la Comunitat Valenciana, 58º
no Tour de Romandie e 83º no Trofeo Felanitx-Ses Salines-Campos-Porreres. Em 26
dias de competição, somou 3.570,51 km, segundo dados do site especializado
ProCyclingStats (ver aqui).
Sobre a
entrada no projecto suíço, Bruno Pires revela-nos: “O projecto teve um início complicado, mas de mês para mês tem melhorado
e estabilizado e creio que os melhores resultados estão para chegar. A nível de
experiência, tem sido muito interessante o papel de líder, mas
também a nível de grupo. Era algo que eu tinha algum receio de não estar à altura, mas
até ao momento penso que tudo tem corrido bem, pois consigo ter um grupo organizado
e unido dentro e fora de corrida. Sinceramente, sinto-me satisfeito com os meus
colegas e staff e isso viu-se no Tour d’Azerbaidjan. Tenho vários anos de
ciclista profissional e o privilégio de ter estado com os melhores corredores
do mundo, isso é uma experiência que não é fácil de ter, mas eu tenho-a e agora
utilizo-a na Team Roth.”
Bruno Pires entra
agora num período de preparação face à segunda parte da temporada. No
horizonte, o regresso à prova rainha lusa Volta a Portugal e a batalha pelo
Tour de Suisse, a mais importante competição da Team Roth, que corre em casa. “Regresso este ano à nossa Volta, depois de
5 anos de ausência. Posso dizer que tenho muita vontade de viver essa
experiência novamente. Contudo, o meu principal objectivo e da equipa é o Tour
de Suisse e será esse objectivo que irei preparar a 100%. No entanto, acredito
e quero chegar bem de forma a dignificar a nossa corrida [Volta a Portugal]
e a sua organização. Sei que os principais
favoritos são as equipas nacionais e os seus representantes, pois as suas
cabeças e energias estão apontadas para esse objectivo, assim como eu estou
para o meu e da minha equipa.”
Apesar de
deixar bem patente os objectivos da equipa, não nos podemos esquecer da real
qualidade de Bruno Pires e dos Top 10 obtidos na Volta a Portugal [9º em 2009, 7º em 2006],
aquando da sua presença no pelotão nacional. Quanto ao percurso e à introdução do troço de sterrato, de cerca de
2 km do percurso do Rali de Portugal, afirma: “Não conheço muito do percurso, mas será sempre duro. São bastantes
dias com calor e bastantes subidas, pois o nosso país tem essas
características. O percurso de terra batida parece-me bem, desde que estejam
reunidas as condições de segurança, o que acredito que aconteça, pois é uma
organização responsável. Por exemplo, lembro-me que no Tour do Colorado
fazíamos 15 km em terra batida e as coisas corriam bem.”
“Espero que tudo corra bem com a minha
preparação e que o público me venha apoiar à estrada. Sinto que tenho o apoio
de vários adeptos e quero estar e sentir isso ao vivo”, conclui Bruno Pires em entrevista ao
Cycling & Thoughts.
Selfie num dos treinos de Bruno Pires |
Mais um belíssimo trabalho e nunca será demais evidenciar a boa informação que aqui encontramos na divulgação da modalidade e seus protagonistas.
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