André Cardoso supera-se
a cada ano nas grandes voltas do WorldTour.
O ciclista português da norte-americana Cannondale acaba de conquistar um
assinalável 14º lugar na 99ª edição do Giro d’Itália.
Chegado ao WorldTour em 2014, André Cardoso participa
desde esse ano na bela Corsa Rosa com
prestações marcantes, quer em termos de resultados individuais quer no que
respeita ao trabalho que desenvolve em prol da equipa. Em 2016 consegue a sua melhor
classificação numa prova de três semanas, sendo no Giro a terceira melhor classificação geral alcançada por um ciclista português. Depois de José Azevedo
5º em 2001 e Acácio da Silva 7º em 1986, André termina em 14º da geral,
superando o 21º de 2015 e 20º de 2014.
De cada vez que enfrenta
a dureza do Giro, a sua performance mostra-se fundamental no desempenho da
equipa. Se os resultados individuais são de destacar, de igual modo a sua
excelência enquanto gregário deve ser elogiada e enaltecida, pois num pelotão
de quase 200 corredores este trabalho é de enorme importância ao mesmo tempo
que muitas vezes despercebido à maioria dos olhares. Contudo, temporada após
temporada, a entrega de André Cardoso é assinalada e reconhecida pelos
companheiros de equipa e director desportivo Jonathan Vaughters. O pequeno luso
de 1,68m tem ainda a particularidade de unir ao crucial trabalho de gregário a
capacidade de estar entre os primeiros da geral no final de cada grande volta, dono de uma singular regularidade:
- 14º Giro d'Italia 2016
- 21º Giro d'Italia 2015
- 20º Giro d'Italia 2014
- 18º Vuelta a España 2015
- 25º Vuelta a España 2014
- 16º Vuelta a España 2013
- 21º Vuelta a España 2012
No que se refere ao
Giro d’Italia, em 2014 a vitória recaiu no colombiano Nairo Quintana (Movistar
Team). No seu primeiro ano no WorldTour,
na então denominada Garmin-Sharp, André Cardoso foi o 2º melhor corredor da equipa na geral ao finalizar em 20º, tendo trabalhado para o canadiano Ryder
Hesjedal (9º CG). Em 2015, a vitória ficou nos pedais do espanhol Alberto Contador (Tinkoff). No ano da junção das equipas Cannondale-Garmin, André foi
de novo o 2º melhor ciclista da equipa na geral ao terminar em 21º, trabalhando
novamente para Hesjedal (5º CG). Nesse ano, a esquadra norte-americana terminou
ainda em 2º na juventude com o italiano Davide Formolo e em 5º por equipas.
Em 2016, o
italiano Vincenzo Nibali (Astana) arrecadou a sua segunda conquista do Giro sendo igual a si próprio, destemido e audaz, indiscutivelmente dos melhores ciclistas do mundo. Como
nas edições anteriores, a terceira semana foi decisiva na performance de André
Cardoso, escalando lugares na geral ou não fosse a sua especialidade a
montanha. No seu terreno favorito, sempre presenteia o público com actuações
que perduram na memória pela magia que exerce nos pedais, como na subida do
duríssimo Stelvio em 2014 ou mesmo na presente edição em plena subida de Colle
dell’Agnello, integrando a fuga da 19ª etapa e posteriormente ainda trabalhando
no apoio ao líder Rigoberto Urán, aquando da sua chegada à frente de corrida
com Valverde (Movistar Team) e Majka (Tinkoff). Depois dessa fuga e apoio ao
líder, André terminou na linha de meta em Risoul na 12ª posição. Ele tem a
capacidade de estar onde e quando é preciso, ele tem a qualidade inerente aos
melhores gregários do WorldTour. Mais
uma vez, na geral foi o 2º melhor corredor da sua equipa com o líder Urán a
finalizar em 7º da geral, Davide Formolo em 4º da juventude e o grupo a terminar em 2º por equipas.
Como escrevemos no
final do ano passado, André Cardoso catapultou-se de Portugal para o Mundo
fruto do seu enorme talento e profunda qualidade. Podíamos procurar
inúmeras palavras para descrever o pequeno ciclista português, que tem dado cartas
com as suas performances ao mais alto nível do ciclismo profissional, mas
fazemos uso do que o seu companheiro Joe Dombrowski escreveu no diário mensal
na revista Procycling, deste mês de Maio: “Ele
é um corredor experiente, um companheiro de equipa abnegado, um óptimo
companheiro de quarto e uma excelente pessoa.”
André Cardoso na 19ª etapa do Giro d'Italia 2016 (foto Bettini) |
C. Geral final Giro d'Italia 2016
1º Vincenzo Nibali (Ita) Astana 86:32:49
2º Johan Esteban Chaves (Col) Orica-GreenEdge +52"
3º Alejandro Valverde (Esp) Movistar Team +1:17"
4º Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo +1:50"
5º Rafal Majka (Pol) Tinkoff +4:37"
6º Bob Jungels (Lux) Etixx-Quick Step +8:31"
7º Rigoberto Urán (Col) Cannondale +11:47"
8º Andrey Amador (CRc) Movistar Team +13:21"
9º John Darwin Atapuma (Col) BMC +14:09"
10º Kanstantsin Siutsou (Blr) Dimension Data +16:20"
14º André Cardoso (Por) Cannondale +34:12"
Resultados completos aqui
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