Daniel Lima é o
terceiro ciclista da equipa júnior Bairrada a internacionalizar-se em 2023. O Cycling
& Thoughts confirmou com o jovem ciclista de 18 anos a sua
contratação por duas épocas com a equipa continental Israel Cycling Academy, satélite da Israel-Premier Tech onde corre o
britânico Chris Froome, vencedor de quatro Voltas a França, duas Voltas a
Espanha e uma Volta a Itália, e que tem na estrutura dois portugueses, o nutricionista
Gabriel Martins e o soigneur Pedro
Claudino.
Depois de oficializada a contratação do campeão nacional
António Morgado e de Gonçalo Tavares pela norte-americana Hagens Berman Axeon,
é chegada a vez de Daniel Lima, também
de 18 anos, rumar ao pelotão internacional pela mão da Israel Cycling Academy, equipa que já marcou presença nas mais
importantes provas lusas, como a Volta a Portugal e o Troféu Joaquim Agostinho,
e que distribui o seu calendário por corridas maioritariamente disputadas em
Itália, França e Bélgica.
O ano de 2022 foi pródigo em bons resultados para Daniel Lima, que fez parte do leque de
ciclistas da Bairrada que estiveram na dianteira em diversas provas nacionais e
internacionais, inclusive como elemento integrante da Selecção Nacional Júnior.
Entre os principais resultados obtidos conta-se a vitória das
duas últimas etapas na Volta a Loulé, sendo a penúltima um contra-relógio por
equipas, a vitória da primeira etapa do Grande Prémio do Minho, a vitória da terceira
etapa da Volta a Valladolid, a vitória da camisola dos pontos da Volta a
Portugal de Juniores e Top 10 em todas as etapas, a medalha de bronze na prova
de fundo dos Campeonatos Nacionais, o segundo lugar no Grande Prémio do Minho,
terceiro na Volta a Loulé, terceiro no Challenge Volta Barbanza A Orixe 1,
terceiro na Ruta do Albariño, terceiro na Volta a Portugal Juniores, sétimo na
Volta a Valladolid, sétimo na Anadia Capital do Espumante, nono na Volta a Besaya
e 11.º na prova de fundo do Campeonato da Europa.
Participou ainda em importantes provas internacionais ao
serviço da Selecção Nacional, a contar para a Taça das Nações, como a Corrida
da Paz (31.º CG), na Chéquia, o Tour du Pays de Vaud (34.º CG), na Suíça, e o Trophée
Centre Morbihan (38.º CG), na França, onde foi o melhor luso na primeira etapa
ao terminar em sétimo lugar na chegada a Malachappe Pluvigner. Foi ainda 38.º
na prova de fundo do Campeonato do Mundo.
O Cycling & Thoughts falou com Daniel Lima sobre a sua contratação
pela Israel Cycling Academy e o seu
jovem percurso no ciclismo.
Cycling &
Thoughts: Como e quando começaste no ciclismo?
Daniel Lima: “Iniciei com sete anos no BTT no clube da terra, o BTT Loulé. Comecei por iniciativa própria. Gostava de andar de bicicleta e a minha mãe disse-me que havia um clube na terra que fazia BTT. Fui experimentar e fiquei. Fiz BTT até ao ano passado, depois percebi que não era possível conjugar as duas vertentes a um bom nível e optei pela Estrada. Em 2022 só fiz Estrada, mas continuo a dar umas voltas de BTT sempre que consigo.”
C&T: Como aconteceu
a passagem de Loulé para a Bairrada em 2022?
DL: “No final do ano de 2021, o director-desportivo Henrique Queiroz veio falar comigo a perguntar se gostava de integrar a equipa. Como sabia que era uma equipa que podia dar-me novas oportunidades, fazer crescer e correr várias corridas internacionais, decidi juntar-me à Bairrada e foi o melhor que fiz.”
C&T: Como te
defines enquanto ciclista?
DL: “Ainda não tenho bem uma definição. Gosto do que faço, sou trabalhador e não levo isto como uma obrigação, mas como sendo a minha paixão.”
C&T: Como avalias
a temporada de 2022?
DL: “Foi boa, consegui bons resultados e ajudei a equipa. A nível de equipa conseguimos grandes resultados aqui e lá fora.”
C&T: Os resultados
alcançados este ano devem-se ao grupo que a Bairrada criou?
DL: “Sim, nós éramos todos muito unidos e isso fez com que corresse quase sempre tudo bem.”
C&T: Que
importância tem a Selecção Nacional no teu percurso?
DL: “Tem muita importância. Quando vamos pela Selecção às corridas lá fora é um grande ‘abre-olhos’, porque não é o mesmo ritmo e a quilometragem é outra. Lá fora é tudo diferente, é outro nível.”
C&T: Como surgiu
a oportunidade de correr na Israel Cycling Academy?
DL: “Foi através do Henrique Queiroz, que me ajudou muito e apresentou-me à equipa.”
C&T: O contrato é
de quantas épocas?
DL: “É de duas épocas na equipa continental.”
C&T: Já sabes
algumas das corridas que irás fazer?
DL: “Ainda não sei o calendário.”
C&T: O que
esperas do próximo ano?
DL: “Não sei o que esperar. No início sei que vai ser um grande choque, mas estou a treinar para conseguir adaptar-me e aprender, que é o mais importante neste primeiro ano.”
C&T: Qual foi a
corrida que mais te marcou até hoje?
DL: “Tenho duas. A primeira foi a corrida pela Selecção, na República Checa. Gostei muito de representar Portugal e foi lá que percebi que o nível é completamente outro, que precisava de trabalhar mais e levar muito mais a sério se queria estar a um nível para disputar as corridas. A segunda foi o Campeonato da Europa, porque fez-me perceber que se treinar bem, fizer tudo bem e tiver num dia bom talvez consiga disputar uma corrida daquele nível. Fez-me acreditar mais em mim.”
C&T: Tens ídolos
no ciclismo ou no desporto em geral?
DL: “Não tenho um ídolo específico, mas gosto de acompanhar vários ciclistas: o João Almeida, o Rui Costa, também gosto muito do Wout van Aert, do Mathieu van der Poel e também do meu colega António Morgado, que para mim é um ciclista de muita classe e tem resultados que mostram que está noutro patamar.”
C&T: Os jovens
estão a sair de Portugal cada vez mais cedo para o estrangeiro, principalmente no
escalão júnior. Pensas que o futuro da modalidade passa por aí?
DL: “Sim. Penso que, havendo um calendário muito mais vasto de corridas internacionais para juniores, é muito mais fácil para as equipas internacionais verem quem está em forma e escolherem alguns atletas para acompanhar desde cedo. Pode ser uma aposta das equipas.”
C&T: O que gostarias
de alcançar futuramente no ciclismo?
DL: “Gostaria muito de chegar ao nível mais alto do ciclismo, chegar a uma equipa WorldTour, e correr as grandes voltas e as clássicas, que para mim são as corridas em que mais gostaria de participar.”
Daniel Lima nos Campeonatos Nacionais de Juniores 2022 (foto: Helena Dias) |
Daniel Lima foi terceiro na prova de fundo dos Campeonatos Nacionais 2022 (foto: Helena Dias) |
Daniel Lima: “Iniciei com sete anos no BTT no clube da terra, o BTT Loulé. Comecei por iniciativa própria. Gostava de andar de bicicleta e a minha mãe disse-me que havia um clube na terra que fazia BTT. Fui experimentar e fiquei. Fiz BTT até ao ano passado, depois percebi que não era possível conjugar as duas vertentes a um bom nível e optei pela Estrada. Em 2022 só fiz Estrada, mas continuo a dar umas voltas de BTT sempre que consigo.”
DL: “No final do ano de 2021, o director-desportivo Henrique Queiroz veio falar comigo a perguntar se gostava de integrar a equipa. Como sabia que era uma equipa que podia dar-me novas oportunidades, fazer crescer e correr várias corridas internacionais, decidi juntar-me à Bairrada e foi o melhor que fiz.”
DL: “Ainda não tenho bem uma definição. Gosto do que faço, sou trabalhador e não levo isto como uma obrigação, mas como sendo a minha paixão.”
DL: “Foi boa, consegui bons resultados e ajudei a equipa. A nível de equipa conseguimos grandes resultados aqui e lá fora.”
DL: “Sim, nós éramos todos muito unidos e isso fez com que corresse quase sempre tudo bem.”
Daniel Lima cruza a meta no Bombarral com o companheiro Gonçalo Tavares (foto: Helena Dias) |
DL: “Tem muita importância. Quando vamos pela Selecção às corridas lá fora é um grande ‘abre-olhos’, porque não é o mesmo ritmo e a quilometragem é outra. Lá fora é tudo diferente, é outro nível.”
DL: “Foi através do Henrique Queiroz, que me ajudou muito e apresentou-me à equipa.”
DL: “É de duas épocas na equipa continental.”
DL: “Ainda não sei o calendário.”
DL: “Não sei o que esperar. No início sei que vai ser um grande choque, mas estou a treinar para conseguir adaptar-me e aprender, que é o mais importante neste primeiro ano.”
DL: “Tenho duas. A primeira foi a corrida pela Selecção, na República Checa. Gostei muito de representar Portugal e foi lá que percebi que o nível é completamente outro, que precisava de trabalhar mais e levar muito mais a sério se queria estar a um nível para disputar as corridas. A segunda foi o Campeonato da Europa, porque fez-me perceber que se treinar bem, fizer tudo bem e tiver num dia bom talvez consiga disputar uma corrida daquele nível. Fez-me acreditar mais em mim.”
DL: “Não tenho um ídolo específico, mas gosto de acompanhar vários ciclistas: o João Almeida, o Rui Costa, também gosto muito do Wout van Aert, do Mathieu van der Poel e também do meu colega António Morgado, que para mim é um ciclista de muita classe e tem resultados que mostram que está noutro patamar.”
DL: “Sim. Penso que, havendo um calendário muito mais vasto de corridas internacionais para juniores, é muito mais fácil para as equipas internacionais verem quem está em forma e escolherem alguns atletas para acompanhar desde cedo. Pode ser uma aposta das equipas.”
DL: “Gostaria muito de chegar ao nível mais alto do ciclismo, chegar a uma equipa WorldTour, e correr as grandes voltas e as clássicas, que para mim são as corridas em que mais gostaria de participar.”
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