Amaro Antunes voltou a entrar fortíssimo em mais uma temporada
de ciclismo ao mais alto nível. O agora ciclista da W52-FC Porto abriu o ano de
2017 a rivalizar e imperar sobre a nata do ciclismo WorldTour, conquistando a etapa do Malhão na Volta ao Algarve. Dias
mais tarde, arrecadou a segunda vitória na dura prova internacional lusa
Clássica da Arrábida.
O novo ano significou novas cores para Amaro Antunes, que aos 26 anos ingressou na poderosa W52-FC Porto, após dois anos de franco crescimento na LA Alumínios-Antarte, equipa com a qual se impôs como um dos mais fortes contenders do pelotão nacional. As últimas três temporadas confirmaram o potencial demonstrado nas camadas de formação, tornando-se num dos principais rostos nacionais e forte candidato à conquista da prova rainha Volta a Portugal, terminando sempre entre os dez primeiros da geral.
De azul e branco, deu a pedalada de saída da presente
temporada na Vuelta a la Comunitat Valenciana, conseguindo um notável pódio na
etapa rainha com final no alto de 1ª categoria de Llucena del Cid, apenas
superado por Merhawi Kudus (Dimension Data) e Nairo Quintana (Movistar Team). Fechou
a competição espanhola em 20º da geral, partindo em seguida para a Volta ao
Algarve.
Já em solo lusitano, entregou à equipa W52-FC Porto a
primeira vitória da temporada no alto do Malhão, deixando atrás de si nomes como Tiesj Benoot (Lotto Soudal) e Michal Kwiatkowski (Team Sky), e terminou a Algarvia em 5º da
geral. Rumou dias depois à segunda vitória na Clássica da Arrábida, prova
inserida no Troféu Liberty Seguros, no qual ficou em 2º lugar. Alcançou ainda
lugares cimeiros na Clássica Aldeias do Xisto (5º) e no Grande Prémio Mortágua
(7º), sendo uma vez mais protagonista de um excelente início de temporada ao ocupar até ao momento o 2º lugar no Ranking Ciclista do Ano 2017, elaborado pela APCP - Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais.
Ao Cycling &
Thoughts, Amaro Antunes falou sobre a estreia de sucesso na equipa W52-FC
Porto.
“Acho que o início de época falou por si, correu tudo na perfeição.
Tinha delineado com a equipa entrar bem mais uma vez na Volta ao Algarve. Fui
para a Volta a Valência fazer um teste à minha forma física, aí vimos que
tínhamos opções de chegar a um bom nível na Volta ao Algarve e apostámos tudo
na etapa do Malhão. As coisas na etapa da Fóia não me correram na perfeição,
mas no Malhão conseguimos a tão esperada vitória e isso deixou-me bastante
feliz. Foi um início de época muito positivo para mim e para a equipa.”
Amaro Antunes é um corredor que se caracteriza por entrar
bastante forte a cada início de temporada, em particular na Volta ao Algarve. O
segredo, como nos revelou, está nas gentes algarvias, no sabor especial de
pedalar na sua terra.
“Na Volta ao Algarve estou a correr em casa. É uma corrida junto
daquelas pessoas que mais gostam de ciclismo e de mim. Este ano tive um apoio
fenomenal no Malhão, tinha a estrada toda repleta de apoio desde cá de baixo
até lá acima, tanto escrito na estrada como as pessoas a gritarem pelo meu
nome. Fiz a primeira subida do Malhão com pele de galinha, porque cheguei lá e
deparei-me com aquela multidão toda a gritar por mim.”
“Acho que isso é o que nos deixa orgulhosos, é o que faz com que o
trabalho flua cada vez mais, com que trabalhemos com dedicação e, claro, estar
no Algarve e conseguir uma vitória daquele nível foi fantástico. É isso que me
motiva a preparar todos os inícios de época.”
O valor demonstrado nas épocas anteriores e o sucesso
alcançado nos primeiros meses de 2017 acenderam os rumores de uma possível ida
para o pelotão internacional. Amaro Antunes mostrou-se cauteloso sobre essa
possibilidade.
“É natural agora falar-se disso. Depois do que fiz, tenho sido abordado
constantemente pelas pessoas acerca do meu futuro. Neste momento, gosto de ter
os pés bem assentes na terra. Estou focado na equipa onde estou, nas corridas
que temos pela frente, nos objectivos a que ainda me propus e só depois de passar
a Volta a Portugal, como as outras competições, irei pensar e decidir o que
poderei fazer ou o que poderá estar à minha espera.”
Precisamente, a Volta a Portugal cumpre 90 anos de vida e a
W52-FC Porto irá tentar vencer a prova pelo quinto ano consecutivo, contando
com as edições ganhas ainda na estrutura designada OFM-Quinta da Lixa. Pela equipa
venceram Alejandro Marque (2013), Gustavo Veloso (2014/2015) e Rui Vinhas
(2016). Amaro Antunes desvendou-nos o papel a assumir na competição.
“Acima de tudo, é cumprir o que o director me propuser. Sabemos que o
nosso líder para a Volta a Portugal é o Gustavo Veloso. Partimos para essa
Volta com esse objectivo. Quanto a mim, estarei ao dispor do que a equipa me propuser,
seja trabalhar, ter que atacar, ter que defender algo. Estarei às ordens do
director desportivo.”
Desde a chegada do Futebol Clube do Porto ao patrocínio da
equipa, tem sido falado o tema da subida ao escalão Profissional
Continental.
“Era das coisas mais positivas que poderíamos vir a ter no ciclismo
nacional. É algo que faz falta, que enriquecia o nosso pelotão e ia ser muito
positivo para os ciclistas portugueses. De facto, já ouvi falar muito disso,
não sei ao certo se irá para a frente ou não, mas como disse era algo muito
benéfico para o ciclismo em geral e faço votos para que possa acontecer.”
Amaro Antunes cruzou a linha em 7º no GP Mortágua (© Helena Dias) |
W52-FC Porto triunfou por equipas no GP Mortágua e obteve com Joaquim Silva o 2º lugar na geral (© Helena Dias) |
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