O
pelotão continental internacional viu nascer em 2015 uma nova formação italiana,
a GM Cycling Team. A estreia
da equipa de Abruzzo pontuou-se na primeira parte da temporada por duas
vitórias UCI, uma etapa na prova francesa Rhône-Alpes Isère Tour (2.2) e outra no
Tour da Eslováquia (2.2), somando ainda o 2º lugar na Coppa della Pace - Trofeo
F.lli Anelli (1.2) e o 2º lugar no GP Adria Mobil em Novo Mesto (1.2). Em
entrevista ao Cycling & Thoughts,
o Presidente Gabriele Marchesani mostra-se satisfeito com esta aposta pessoal, que
vem ganhando um papel relevante no ciclismo italiano.
P.- Como
surgiu a ideia de formar a GM Cycling Team?
G.M.- A ideia nasceu no início
de 2014. Gosto de andar de bicicleta e surgiu-me a ideia de uma equipa. Ao
longo de um ano trabalhei imenso pela equipa e para conseguir patrocínio, agora estamos a ver os resultados. Europa Ovini é o patrocinador
principal da GM Cycling Team, mas temos muitas outras empresas que acreditam no
nosso projecto, que consiste em deixar crescer jovens corredores que espero
se tornem grandes ciclistas no futuro.
P.- Itália
tem actualmente cinco equipas continentais. Que importância tem a GM Cycling
Team no país e para os ciclistas italianos, que querem ter uma oportunidade no
ciclismo profissional?
G.M.- A nossa equipa nasceu em
Abruzzo, uma região na qual muitas pessoas gostam de ciclismo. Esta região teve
alguns problemas no passado, mas tenho esperança que o nosso projecto seja um
bom contributo para o ciclismo. Hoje em dia, não é fácil para os jovens
ciclistas terem a oportunidade de estar numa equipa que pode correr as melhores
provas em Itália. Nós tentamos dar essa oportunidade a todos os jovens
corredores que nos pareçam bons. Itália é o país do ciclismo. Eu venho do
futebol, mas penso que o ciclismo é a melhor maneira de promover patrocinadores.
Em Itália temos dois monumentos do ciclismo, Milano-Sanremo e Il Lombardia. Só
a Bélgica tem igualmente dois monumentos, Ronde Van Vlaanderen e
Liège-Bastogne-Liège. Significa que Itália tem uma enorme cultura de ciclismo.
Tem o último vencedor do Tour de France, Vincenzo Nibali. A nossa equipa não pode correr provas como o Tour ou as clássicas, mas espero que um dia os nossos
ciclistas possam correr essas provas.
P.- Qual
é o máximo objectivo da equipa?
G.M.- No início da temporada esperava
uma vitória. Por agora temos duas vitórias, Marco D’Urbano venceu uma etapa no
Rhône-Alpes Isère Tour e Filippo Fortin venceu a primeira etapa do Tour de
Slovakie. É incrível, uma grande satisfação! Os nossos patrocinadores estão
muito felizes e espero que os nossos corredores continuem a ser grandes nas
próximas corridas.
P.- Não
podias estar mais satisfeito com os resultados…
G.M.- Duas vitórias é um grande
resultado, mas já tivemos sete lugares no pódio. Penso que é um grande
resultado para uma equipa que está no seu primeiro ano de actividade.
P.- No
calendário da equipa aparece a Volta a Portugal. É certa a vossa participação?
G.M.- A organização da Volta a
Portugal está interessada na nossa presença. Espero estar presente com a equipa
e alcançar um bom resultado.
P.- A
nível internacional como vês o ciclismo italiano, Nibali e Aru?
G.M.- Nibali é um dos melhores
ciclistas do mundo e penso que pode ganhar o Tour novamente. Aru é o futuro do
ciclismo italiano. A Astana é uma óptima equipa e, apesar de ser do Cazaquistão,
muitos dos ciclistas e staff são italianos como Dario Cataldo, um amigo e que é
de Abruzzo. E no WorldTour há ainda a
equipa italiana Lampre-Merida com o ex-Campeão do Mundo, o português Rui Costa,
e vários ciclistas italianos como Diego Ulissi. Tudo isto vem confirmar uma vez
mais que Itália é o país do ciclismo e na GM Cycling Team queremos trabalhar os
jovens corredores, porque eles são o futuro do ciclismo italiano.
Filippo Fortin no Tour da Eslováquia |
Antonio Di Sante, Alessandro Ferrarotti, Jose Tito Hernández, Matteo Rotondi e Andrea Cacciotti |
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Fotos: Facebook oficial GM Cycling Team
(escrito em português de
acordo com a antiga ortografia)
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