Mal terminou
a Volta a Portugal, Rui Sousa (Rádio Popular-Boavista) prometeu não encostar a
bicicleta no final da temporada. Com um 2º lugar na 76ª edição e a vitória da
etapa rainha na Torre, o experiente ciclista de 38 anos mostrou-se em excelente
forma, fazendo esquecer a debatida questão da idade nos profissionais de
ciclismo e mostrando
que a força persistente de quem ama esta profissão supera qualquer ano a mais.
Em plena
época de Taça Nacional de Circuitos, encontrámos Rui Sousa à partida da prova
na Malveira com o seu habitual sorriso, amável nas palavras e sincero no modo
como viveu o pódio na Volta. Sempre ambicionou vencer a prova rainha do
calendário luso e nos últimos anos esteve bem perto de alcançar este sonho ao
finalizar no pódio desde 2011. Contudo, e como o próprio confessou, há sempre
um adversário mais forte, principalmente nos primeiros dias, que o faz
distanciar da camisola amarela. Quando se sente mais forte nos últimos dias,
escala posições na geral, mas não apaga o tempo perdido para o líder.
Triste é uma
palavra que se mostra demasiado forte por não ter ganho a Volta, já que somou ao
2º lugar uma extraordinária vitória na Torre, a etapa que todos ambicionam ter
no seu palmarés. Rui Sousa agarrou-a por duas vezes na sua carreira e esse
facto é algo extraordinário. Sentiu por não ter conquistado a vitória maior,
mas isso não apaga a forma como se bateu nos momentos cruciais da corrida,
nunca desistindo de perseguir a distância de tempo para Gustavo Veloso (OFM).
Olhando ao
futuro, vê-se a pedalar por mais um ano e quase certo na Rádio
Popular-Boavista, casa onde se sente bem e pode conciliar o ciclismo com o seu
mais recente cargo de Presidente da Junta da união de freguesias de Barroselas
e Carvoeiro. O corpo sente-se como um jovem e a mente diz-lhe que ainda tem
mais pedaladas para escrever no ciclismo.
Rui Sousa no Circuito da Malveira (Foto Helena Dias / APCP) |
(escrito em português de acordo com a
antiga ortografia)
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