Tal como num grande auditório podemos assistir à história de
um bailado contado em vários actos através dos passos suaves das protagonistas,
na 2.ª edição da Volta a Portugal Feminina a ex-bailarina sueca Nathalie Eklund (Massi Tactic), de 31
anos, pedalou a sua histórica vitória em quatro actos, cada um finalizado com
um triunfo diário.
Após 10 anos na Royal Swedish Ballet School, na Suécia, e
meio ano na Codarts Rotterdam – Universidade de Artes, nos Países Baixos, Nathalie Eklund deixou para trás o
ballet clássico, experimentou o triatlo, dedicou-se ao estudo da naprapatia [“método de tratamento que
atribui todas as doenças a alterações dos ligamentos e
do tecido conjuntivo” – Infopédia] e desde há três anos entregou-se
de corpo e alma ao ciclismo.
Com dois títulos nacionais já inscritos no seu palmarés,
campeã na prova de fundo em 2020 e na especialidade de contra-relógio em 2021, Nathalie Eklund dominou a Volta a
Portugal Feminina com a sua equipa Massi Tactic. A campeã sueca começou os
quatro dias de prova com o triunfo do contra-relógio pedalado no prólogo, num
curto percurso rápido e técnico de 2,9 quilómetros, no qual conseguiu ser a
mais veloz. O sabor da vitória não ficaria por aqui, já que o triunfo das três
etapas em linha também lhe sorriu.
No final da corrida, estivemos à conversa com a vencedora da
2.ª edição da Volta a Portugal Feminina, sucessora da lusa Raquel Queirós (MMR Factory Racing Team), Nathalie Eklund (Massi Tactic):
Cycling & Thoughts: Como foi
vencer a Volta a Portugal Feminina?
Nathalie Eklund: “Foi fantástico.
Penso que fizemos realmente um grande trabalho aqui, toda a equipa. Não consigo
descrever… ganhámos todas as etapas, é simplesmente fantástico!”
C&T: Qual a
diferença entre correr a Volta a Portugal e ser bailarina?
NE: “Posso
dizer que tem algumas semelhanças. Quando dançava eu era um pouco tímida, mas
no ciclismo não se pode ser tímida. Por isso aprendi, e ainda tenho de aprender
mais, a fazer o meu caminho até à frente da corrida, como num bailado. As duas coisas acabam por
não ser assim tão diferentes.”
C&T: O que
mais gostou desta Volta?
NE: “Gostei
dos percursos. Planos e com algum vento e subidas não muito longas, o que é bom
para mim. Por tudo isto, gostei mesmo muito desta corrida por etapas.”
C&T: O que
pensa das ciclistas portuguesas?
NE: “Vi
que a Vera é muito forte. Mas confesso que estavam muitas ciclistas
internacionais e não as distingui por nacionalidade. Não distingui quem era
portuguesa, espanhola ou britânica.”
C&T: Este é o
terceiro ano como ciclista e tem como objectivo principal os Jogos Olímpicos de
2024, em Paris.
NE: “Sim,
esse é o meu objectivo. Na Suécia tem de se estar no Top 8 no mundo para poder
ser seleccionada para os Jogos Olímpicos. Portanto, ainda tenho um longo
caminho pela frente, mas espero alcançá-lo.”
Esta quinta-feira, a Biblioteca Municipal de Sta. Maria da Feira recebeu a apresentação do 6º GP Liberty Seguros/Volta às Terras de Sta. Maria e das equipas de formação Liberty Seguros/Feira/KTM do Sport Ciclismo S. João de Ver. Entre as personalidades presentes destacaram-se os patrocinadores das equipas, nomeadamente a Liberty Seguros, a KTM e a Câmara Municipal de Sta. Maria da Feira. Também não faltaram antigos corredores da casa, actualmente a pedalar no pelotão profissional nacional, entre outros o campeão nacional Joni Brandão, César Fonte, Edgar Pinto, Frederico Figueiredo, Mário Costa, Rafael Silva e o internacional André Cardoso. Nem o campeão do mundo Rui Costa faltou à chamada de um dos directores desportivos mais acarinhados no país, Manuel Correia, deixando em vídeo uma mensagem sentida de agradecimento pelo seu percurso e aprendizagem no clube. Precisamente de Manuel Correia surgiu o momento mais marcante da cerimónia, aquando do seu anúncio de fim de ciclo
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