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Jovens lusas bateram-se pela camisola branca da Volta a Portugal Feminina

A 2.ª Volta a Portugal Feminina manteve a tradição da primeira edição ao unir no mesmo pelotão ciclistas dos escalões elite, sub-23 e júnior de segundo ano. Estes dois últimos escalões contaram para a camisola branca da juventude, ganha pela espanhola de 22 anos Mireia Trias, da Massi Tactic, equipa dominadora de todas as classificações. Entre as jovens lusas presentes, foram diversos os nomes em destaque.
 
A folha dos resultados raramente conta a história da corrida e quando falamos das ciclistas mais novas essa premissa é ainda mais verdadeira. Em cada chegada à meta, principalmente na última linha desenhada em Anadia, o derradeiro cruzar do risco sentiu-se como sendo uma vitória para muitas das ciclistas presentes, após quatro dias de prova, sendo o último o mais duro de todos com quatro prémios de montanha. Nos rostos das mais jovens estava espelhado o significado do objectivo superado e a esperança de chegar mais longe no futuro.
 
Beatriz Pereira, de 18 anos, ingressou este ano na equipa basca Bizkaia-Durango, de categoria UCI, e foi uma das quatro atletas a pedalar pela Selecção Nacional na Volta a Portugal Feminina, destacando-se ao ser a primeira lusa a surgir na classificação da juventude no 4.º lugar, fechando em 20.º na geral. Já na edição transacta tinha feito furor ao terminar em 5.º na geral e 2.º na classificação da juventude, apenas superada por Sofia Gomes, vencedora da camisola branca e 2.ª na geral de 2021, que este ano correu a Volta pela Massi Tactic, contribuindo dia após dia para a vitória final da equipa.
 
Beatriz Pereira na partida para o contra-relógio

Na primeira edição, Beatriz Pereira corria pela Bairrada e Sofia Gomes pela Cantanhede Cycling/Vesam. O talento das jovens lusas transbordou além-fronteiras, abrindo a porta de duas equipas espanholas de categoria UCI, demonstrando que a formação realizada nos clubes portugueses tem qualidade e perspectivas de um bom desenvolvimento e crescimento das atletas.
 
Também Beatriz Santos (Korpo Activo/Penacova), Íris Chagas (Cantanhede Cycling/Vesam), Beatriz Roxo (Selecção Nacional) e Mariana Líbano (Velo Performance-JS Campinense) protagonizaram boas prestações, fechando entre as 10 primeiras da classificação da juventude. Mariana Líbano e Beatriz Roxo estiveram na discussão ao sprint da primeira etapa em linha, mas a vencedora Nathalie Eklund (Massi Tactic) não deixou a vitória de qualquer etapa para as adversárias, conquistando todas as jornadas.
 
Beatriz Santos cruza a última meta e Sofia Gomes festeja a vitória final da companheira de equipa Nathalie Eklund

Irís Chagas a terminar a Volta a Portugal Feminina

Beatriz Roxo a finalizar a última etapa da Volta a Portugal Feminina

De ressalvar que Mariana Líbano, de 18 anos, poderia ter chegado a um resultado final mais acima na tabela classificativa, como em 2021 que terminou em 10.º na geral. Contudo, um problema mecânico na derradeira etapa levou-a a terminar o dia em lágrimas e a correr até à meta de bicicleta na mão, fazendo assomar à memória o mesmo gesto protagonizado por Chris Froome na 12.ª etapa do Tour de France de 2016, na subida do Mont Ventoux.
 
A classificação é, na maioria das vezes, o que fica para a história de cada corrida, mas o sentimento de superação de cada atleta que cruza a última linha de meta é eterno. Principalmente numa prova como a que tiveram oportunidade de realizar nesta segunda edição da Volta a Portugal Feminina, vivida a uma média final de 38,678 km/h e com as etapas a terminarem sempre antes do melhor horário projectado pela organização.

Mariana Líbano em lágrimas após passar a última meta em Anadia

Ao fundo à direita na imagem, Mariana Líbano logo após cruzar a meta de bicicleta na mão com Celina Carpinteiro a consolar a companheira de pelotão

Mireia Trias conquistou a camisola branca da juventude da 2.ª Volta a Portugal Feminina

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