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2017 passou, que venha 2018

Mais um ano que terminou, com tudo de bom e de mau que me deu.
Definitivamente, 2017 não foi dos meus melhores anos, embora profissionalmente me tenha aberto alguns caminhos novos. O balanço a esse nível acaba por ser obviamente positivo, mesmo com alguns percalços pelo caminho. Nesses percalços tive de fazer escolhas, algumas incompreendidas, mas a vida é mesmo assim e nem sempre as nossas acções têm de ser compreendidas por todas as pessoas, desde que estejamos bem com a nossa consciência. Ao terminar o ano, essa é a minha certeza: todas as decisões tomadas tiveram uma razão e termino o ano de consciência tranquila. Para superar as coisas menos boas deste ano, refugiei-me no lado profissional e o resultado foi positivo, vendo aumentar o volume de trabalho ligado ao ciclismo. Entre as novas colaborações, surgiu o Clube de Ciclismo Amaro Antunes, um projecto bastante cativante e promissor quanto ao seu futuro, com uma visão ambiciosa e ao mesmo tempo cuidada do ciclismo enquanto modalidade a ser melhor desenvolvida no país em termos comunicacionais, bem como na atenção dada à forma de cativar os mais novos para este desporto, dando ênfase ao divertimento e ao bem-estar físico e mental acima da competição. Por outro lado, começar a escrever para o jornal O Jogo foi a maior surpresa de 2017. Colaborar com um diário nacional desportivo tem tudo de diferente comparado ao blogue, mas algo totalmente idêntico: transmitir aos leitores a beleza e dureza deste desporto através de palavras. No jornal, o público é mais abrangente, os limites de palavras e o tempo de entrega são um desafio, tal como desafiantes foram as primeiras entrevistas internacionais a Roglic e Nibali (mas muito enriquecedoras, em particular a do esloveno). E se já me sentia realizada profissionalmente de cada vez que publicava no blogue uma entrevista a um dos ciclistas do pelotão nacional, ou dos portugueses além-fronteiras, vê-lo impresso n’O Jogo é uma sensação bem diferente para quem é apaixonada pelo texto impresso, pelo sentir o papel nas mãos ou o folhear das páginas… bem diferente da frieza de um ecrã de computador. Para quem conhece esta modalidade por dentro, e eu venho conhecendo há já uns aninhos, consegue perceber a importância que tem para um ciclista ver retratado o seu trabalho num jornal. É recorrente falar-se da heroicidade destes atletas, dos treinos e competições à chuva e ao sol, mas é também de não esquecer o outro lado das suas vidas. Tal como todos nós, o lado pessoal e familiar é muitas vezes transportado para o trabalho, de forma interior e tendo de ser superado para enfrentar a estrada, na qual tantas vezes encontram obstáculos e agruras. No final, “só” lhes é exigida a vitória, como se se pudesse ganhar sempre, não importa o quê, fazendo essa derrota esquecer todo o esforço e trabalho que ficou para trás. É injusto? Sim, irremediavelmente injusto. E para trás ficou um ano repleto de momentos que me marcaram. Não sei bem com que sentimento olho para o ano de 2017, com muitos dias salgados e poucos dias doces, mas todos indelevelmente marcantes. Como sabem, já o escrevi inúmeras vezes, não sou fã de passagens de ano, pois é uma noite em que minutos antes da meia-noite tudo parece ser possível no ano que se segue, mas um segundo após as doze badaladas percebemos que está tudo igual, porque nada muda por artes mágicas. Hoje, 1 de Janeiro de 2018, tudo permanece igual, tal como igual é a oportunidade que nos é dada de escrever novas histórias no novo ano que começa.

Bom Ano de 2018!
Helena Dias

© Helena Dias

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