O ciclismo está em constante mutação. De ano para ano há que
adaptar-se à mudança na designação das equipas, fruto da entrada de novos
patrocinadores; os novos rostos no plantel de cada equipa; as novas cores e
equipamentos a compor o pelotão; o surgimento de novas corridas e a extinção de
outras. Além disso, existe a mudança de algumas regras, como a polémica redução
do número máximo de ciclistas permitido em corrida, um filme “em exibição” na
próxima temporada.
Precisamente a 22 de Junho, ainda a época competitiva de
2017 estava longe do final, a União Ciclista Internacional (UCI) anunciou para
2018 a redução do número máximo de ciclistas nas três grandes voltas (Giro,
Tour e Vuelta), passando de nove para oito por equipa, encurtando o pelotão
para um máximo de 176 corredores.
A somar a essa redução, também nas provas de um dia (as
famosas Clássicas) e as voltas de uma semana sofrerão um corte, passando dos
actuais oito para sete ciclistas por equipa, facto que afectará por exemplo a
nossa Volta a Portugal.
A polémica reside no argumento usado para justificar a nova
regra. Segundo a UCI, na altura presidida por Brian Cookson, a redução
escuda-se no argumento de garantir uma maior segurança do pelotão e da restante
caravana em corrida.
A controvérsia aumentou com as declarações do actual
presidente da UCI à RMC Sport, nas quais David Lappartient demonstrou querer ir
mais longe e reduzir para seis ciclistas por equipa, sob o argumento de diminuir
o controlo efectuado em corrida por algumas equipas e poder desta forma
aumentar o espectáculo.
Diversos protagonistas da modalidade têm mostrado
discordância com a referida redução e os argumentos usados, entre os quais Luis
Pasamontes, ex-ciclista profissional, que pedalou os últimos anos da carreira
na Movistar Team.
Em “El Confidencial”, Luis Pasamontes explana a sua visão,
demonstrando que essa redução não contribui em nada para o aumento da segurança
em corrida, mas afecta sim os ciclistas e de forma imediata, pois “os
directores das equipas sabem que se não podem convocar os ciclistas que têm
actualmente no plantel, esse é um gasto absurdo e, por isso, devem prescindir
dos seus serviços”, refere.
No que toca ao argumento de Lappartient, o espanhol
Pasamontes mostra-se ainda mais incisivo. “Menos ciclistas não vai fazer com que uma
equipa que domine na actualidade deixe de fazê-lo, mas fará sim que seja muito
complicado terminar uma corrida de três semanas para muitos deles. Numa grande
volta, a distribuição de trabalho entre companheiros é essencial para poupar forças.
Menos ciclistas faz com que muitas equipas tenham anunciado a redução do
plantel para 2018. Muitas
jovens promessas vêem-se sem espaço para dar o salto à máxima categoria depois
de magníficas temporadas.”
Os efeitos da nova medida da UCI já se estão a fazer notar na
redução do número de ciclistas contratados pelas equipas para a próxima
temporada. A WorldTour BMC anunciou um corte de 29 para 24 ciclistas. Também em
Portugal se tem verificado a mesma situação, com a continental RP-Boavista a anunciar a
redução de 11 para 9 ciclistas.
Fecham-se portas, terminam-se carreiras prematuramente.
(© Helena Dias) |
A Primeira vista parce-me uma boa coisa, pelotao de 200 me parece demais no inicio das grandes voltas.....
ResponderEliminarfazia mais sentido tirar algumas motas e carros que la andam a mais e que acabam por provocar quedas, nao me parece que menos 25 ciclistas vao fazer a diferença no pelotao, alem disso sao os atletas e staff que vai ficar sem contrato/trabalho
EliminarEste sr. Lappartient anda a distrair toda a gente com a tomada de medidas sobre doping, sobre redução de ciclistas por equipa nas provas, sobre segurança e redução de dias nas provas.
ResponderEliminarMas sabem qual é a verdadeira intenção deste sehor FRANCÊS?
Acabar com o reinado de vencedores estrangeiros do Tour de France, um mal que atinge fortemente o chauvinismo dos franceses há já 32 longos anos.
Agora, com um francês na presidência da UCI, há que aproveitar e ele irá "ajudar" para que isso possa acontecer.
Eu estou convicto.