Foto: www.volta-portugal.com |
Do
estrangeiro vieram onze equipas e umas destacaram-se mais na estrada do que
outras. A holandesa Rijke-Shanks deu o tiro de partida à prova e ao primeiro
pódio, vencendo o contra-relógio por equipas. Esteve dois dias de Amarelo, como
a IAM Cycling pelas pedaladas de Marcel Wyss, que este ano já tinha ganho a
clássica Berner Rundfahrt e foi 10º no Tour de Romandie. A Continental Team Astana
destacou-se pela Camisola Branca da juventude conquistada por Vladislav
Gorbunov e, inesquecível, pelo episódio insólito protagonizado por Abdraimzhan
Ishanov, que não querendo continuar na fuga em solitário decidiu esperar pelo
pelotão à sombra de um viaduto, aproveitando os vastos minutos para se alimentar
tranquilamente na 1ª etapa.
A
MTN-Qhubeka chegou com o grande vencedor da Milano-Sanremo Gerald Ciolek a
prometer espectáculo nos sprints, mas foi com o espanhol Sergio Pardilla que
mais brilhou ao vencer na mítica Sra. da Graça e luzindo quatro dias de Camisola Amarela. A Caja Rural-Seguros RGA, a par com a equipa sul-africana,
tomou muitas vezes o comando do pelotão para terminar com o sonho das fugas e
a espanhola com o objectivo de levar o luso Manuel Cardoso à sua primeira vitória da temporada, que conseguiu tal como a conquista da Camisola Vermelha dos pontos.
Quanto
às seis equipas lusas, a OFM-Quinta da Lixa foi a mais vitoriosa, não só por
conquistar a Camisola Amarela com Alejandro Marque, mas também por vencer três
etapas com os seus três principais corredores. Marque fulminou no
contra-relógio e subiu ao primeiro lugar da geral, mas antes já tinha sorrido
na meta Gustavo Veloso (2º na geral) na dura escalada ao Alto da Torre e Delio Fernández no
sprint em Fafe, que não festejou por ter sido diante do companheiro que viria a
vencer a Volta. Feliz estreia da equipa na categoria continental!
Também a
Efapel-Glassdrive esteve em foco nas etapas mais duras. Rui Sousa sonhava com a
Amarela e tudo fez para conquistá-la. Venceu uma etapa de significado
importante por ser na sua terra, Viana do Castelo, e esteve sempre a par no
tempo igual a Sergio Pardilla, pronto para o assalto à sua liderança, que
acabaria por lograr à 8ª etapa, mas perder no dia seguinte. Desta equipa,
destaque ainda para o Campeão Nacional Joni Brandão, que mostrou estar disposto
a vencer etapas, como poderia ter acontecido à 2ª, não fosse a sua própria
equipa ter anulado a fuga onde estava e tão perto de alcançar o risco da
vitória. Ainda assim, foi o homem incansável das fugas e de trabalho para os
seus companheiros. A equipa terminou esta edição como a melhor no colectivo e
Rui Sousa melhor corredor português, no 3º lugar do pódio.
A LA
Alumínios-Antarte viu a geral perdida de Hugo Sabido, mas não se rendeu e à 5ª etapa colocou 7
homens na frente da corrida, dando muito trabalho ao pelotão para anular a fuga
onde os homens de laranja faziam de tudo para voltar à luta principal. Um autêntico
despique fuga versus pelotão! Não
conseguiram, mas tiveram em Márcio Barbosa a recompensa de ser o melhor
trepador. O temor das montanhas fez da Camisola Azul uma ‘brincadeira de
crianças’ e, entrando nas fugas acertadas, pontuou nos cumes que lhe permitiram
a vitória final, mas não sei antes dar espectáculo com outro luso, Hélder
Oliveira (OFM-Quinta da Lixa), que apenas não continuou com esta ‘guerra’
por uma gastroenterite ser mais forte que as montanhas da Volta a Portugal.
Da equipa laranja destaque também para Edgar Pinto, não fosse o furo no prólogo
e a perda irrecuperável de tempo, poderia ter discutido os lugares do pódio,
mas a conquista do 4º lugar ninguém lhe tira, além das grandes exibições na
Sra. da Graça (2º) e na Torre (4º).
A Rádio
Popular-Onda teve uma vez mais em Daniel Silva o seu homem forte e não fosse
também um furo, desta feita no contra-relógio final, poderia ter conseguido uma
posição ainda melhor no Top 10, onde terminou em 6º lugar. O Louletano-Dunas
Douradas foi a única equipa a ter êxito numa fuga pelas pedaladas de Raúl
Alarcón, a primeira vitória da temporada do espanhol, esquadra que teve o seu melhor resultado na geral com Rui Vinhas em 15º. A histórica equipa de
Tavira, agora denominada Banco BIC-Carmim, lutou
na estrada, mas com poucas realizações. Um grupo em formação, que teve ainda de
lidar com problemas de saúde de vários corredores. Ainda assim, teve em
Henrique Casimiro o seu melhor homem, a terminar em 23º num total de 131
corredores que finalizaram a prova.
Por
falar em final de prova, o ‘lanterna vermelha’ desta Volta foi o italiano Filippo
Baggio (Ceramica Flaminia-Fondriest).
A
crónica já vai longa... nada melhor do que terminar referindo os dois corredores
lusos mais jovens do pelotão, que se afirmaram nesta edição. Aos 22 anos, Rafael
Silva (LA Alumínios-Antarte), vencedor da Volta a Portugal do Futuro em 2012, terminou
em 20º lugar e Nuno Bico (Rádio Popular-Onda), com apenas 19 anos, finalizou a
sua primeira Volta a Portugal na 38ª posição.
Vencedores
das jornadas:
Prólogo
– De Rijke-Shanks
1 Etapa
– Alexander Serov (Rus) Rusvelo
2 Etapa
– Rui Sousa (Por) Efapel-Glassdrive
3 Etapa
– Delio Fernández (Esp) OFM-Quinta
da Lixa
4 Etapa – Sergio
Pardilla (Esp) MTN-Qhubeka
5 Etapa
– Manuel Cardoso (Por) Caja
Rural-Seguros RGA
6 Etapa
– Maxime Daniel (Fra) Sojasun
7 Etapa
– Raúl Alarcón (Esp) Louletano-Dunas
Douradas
8 Etapa
– Gustavo Veloso (Esp) OFM-Quinta da
Lixa
9 Etapa
– Alejandro Marque (Esp) OFM-Quinta
da Lixa
10 Etapa
– Jacob Keough (USA)
UnitedHealthcare
Vestiram
a Camisola Amarela:
Prólogo – Christoph
Pfingsten (Ger) Rijke-Shanks
1 Etapa – Christoph
Pfingsten (Ger) Rijke-Shanks
2 Etapa
– Marcel Wyss (Sui) IAM Cycling
3 Etapa
– Marcel Wyss (Sui) IAM Cycling
4 Etapa – Sergio
Pardilla (Esp) MTN-Qhubeka
5 Etapa – Sergio
Pardilla (Esp) MTN-Qhubeka
6 Etapa – Sergio
Pardilla (Esp) MTN-Qhubeka
7 Etapa – Sergio
Pardilla (Esp) MTN-Qhubeka
8 Etapa
– Rui Sousa (Por) Efapel-Glassdrive
9 Etapa
– Alejandro Marque (Esp) OFM-Quinta
da Lixa
10 Etapa
– Alejandro Marque (Esp) OFM-Quinta
da Lixa
Camisola
Amarela: Alejandro Marque (Esp)
OFM-Quinta da Lixa
Camisola
Vermelha Pontos: Manuel Cardoso (Por)
Caja Rural-Seguros RGA
Camisola
Azul Montanha: Márcio Barbosa (Por)
LA Alumínios-Antarte
Camisola
Branca Juventude: Vladislav Gorbunov
(Kaz) Continental Team Astana
Melhor
Equipa: Efapel-Glassdrive (Por)
Melhor
Português: Rui Sousa (Por)
Efapel-Glassdrive
Classificação Geral:
1
Alejandro Marque (Esp) OFM-Quinta da Lixa 43:02:20
2
Gustavo Veloso (Esp) OFM-Quinta da Lixa 0:00:04
3 Rui
Sousa (Por) Efapel-Glassdrive 0:00:50
4 Edgar Pinto
(Por) LA Alumínios-Antarte 0:02:44
5
Hernâni Brôco (Por) Efapel-Glassdrive 0:02:57
6 Daniel
Silva (Por) Rádio Popular-Onda 0:02:59
7 Marcel
Wyss (Sui) IAM Cycling 0:03:14
8
Virgílio Santos (Por) Rádio Popular-Onda 0:05:23
9 Nuno
Ribeiro (Por) Efapel-Glassdrive 0:06:49
10 Célio
Sousa (Por) Rádio Popular-Onda 0:07:49
Fotos do Prólogo por Helena Dias, aqui.
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