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Nota à performance das equipas profissionais lusas em 2019


O ano de 2019 trouxe confirmações e surpresas quanto à performance das equipas profissionais lusas. À imagem do artigo publicado pelo Cycling Weekly sobre as equipas WorldTour, também aqui fizemos a nossa classificação relativa ao comportamento da equipa Pro Continental e das oito Continentais lusas no decorrer da temporada. Numa escala de 1 a 10 (sendo 10 a nota máxima), não classificámos nenhuma abaixo de 5, por darmos valor ao trabalho realizado, apesar da falta de vitórias [ver: resultados 2019].


W52-FC PORTO (10/10)

No ano de estreia no escalão Profissional Continental, a W52-FC Porto foi uma equipa vitoriosa, como habituou os adeptos nos anos transactos. Com 19 vitórias em etapas e classificações gerais, mais 13 vitórias em classificações secundárias, a equipa dirigida por Nuno Ribeiro triunfou nas principais corridas portuguesas e foi ao estrangeiro obter bons resultados. João Rodrigues venceu a Volta a Portugal e a Volta ao Alentejo e foi o corredor sensação em terras lusitanas, enquanto além-fronteiras as atenções recaíram nas performances de Rui Vinhas e Edgar Pinto. As vitórias sorriram ainda a Ricardo Mestre no Grande Prémio Jornal de Notícias e a Francisco Campos na Rota da Filigrana e no Grande Prémio Anicolor, depois deste jovem se ter evidenciado com uma vitória de etapa no Tour de l’Espoir pela Selecção Nacional. Um ano que apenas peca no seu final pela certeza da equipa regressar ao escalão Continental na próxima temporada.


AVILUDO-LOULETANO (7/10)

Com apenas três vitórias em etapas e classificações gerais, e 11 secundárias, a Aviludo-Louletano ficou aquém das expectativas, perdendo em plena Volta a Portugal a sua mais-valia Vicente de Mateos, devido a doença, quando prometia ser protagonista de uma excelente edição, encontrando-se à nona etapa em quarto da geral, a 34 segundos da amarela. O corredor espanhol tem vindo a ganhar qualidade de ano para ano, não apenas na estrada como também em pista, assinalando-se a sua vigorante presença em competições de pista pela Selecção de Espanha. Por falar em outras vertentes, é de destacar a prestação de Márcio Barbosa em provas de ciclocrosse, merecendo um aplauso a sua aposta por esta vertente na qual é campeão nacional.


EFAPEL (9/10)

Onze foram as vitórias da equipa relâmpago em etapas e classificações gerais, além de 17 secundárias, tendo em Joni Brandão o homem forte da Efapel com a maioria das vitórias por si assinadas. Embora não atingindo o principal objectivo de vencer a camisola amarela da Volta a Portugal, meta que a Efapel há muito busca, desde a vitória em 2012 com David Blanco, a equipa esteve muito perto de alcançar esse objectivo, tão perto como partir de amarela para o derradeiro contra-relógio e escapando a vitória por 27 segundos. Sem a vitória na Volta, Joni Brandão encheu o palmarés com a Clássica Aldeias do Xisto e etapas no Grande Prémio Jornal de Notícias, Troféu O Jogos e Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela. Antonio Angulo, Bruno Silva Henrique Casimiro e Rafael Silva também lograram vitórias, destacando-se a conquista do Troféu Joaquim Agostinho por Casimiro.


LA ALUMÍNIOS-LA SPORT (9/10)

Dentro da sua realidade de equipa Continental Sub-25, a LA Alumínios-LA Sport protagonizou uma excelente temporada, angariando quatro vitórias em etapas e classificações gerais, mais seis vitórias secundárias, onde se encontra a conquista da camisola da juventude da Volta a Portugal por Emanuel Duarte. Aliás, foi este mesmo jovem que, dias mais tarde, se impôs na conquista da camisola amarela da Volta a Portugal do Futuro. André Ramalho e Gonçalo Leaça foram outros dos triunfadores da equipa, destacando-se ainda as performances de Rodrigo Caixas na vertente de pista.


MIRANDA-MORTÁGUA (5/10)

A Miranda-Mortágua, outra das equipas Continentais Sub-25, protagonizou uma época um tanto ou quanto apagada, com apenas uma vitória alcançada no Circuito Póvoa da Galega por Daniel Freitas, tendo sido também este corredor a angariar as duas únicas vitórias em classificações secundárias.


RÁDIO POPULAR-BOAVISTA (8/10)

Seis vitórias em etapas e classificações gerais, mais 10 vitórias em classificações secundárias, tornam o saldo bastante positivo para a Rádio Popular-Boavista em 2019. A conquista de duas etapas na prova rainha Volta a Portugal, com João Benta e Luís Gomes, trouxeram um brilho extra à temporada da equipa axadrezada, que contou ainda com a conquista da Taça de Portugal e do Troféu O Jogo por Luís Mendonça, mais a vitória do GP Mortágua por Daniel Silva. O espanhol Pablo Guerrero sagrou-se ainda Campeão Nacional de Espanha de XCM, enquanto o jovem João Salgado vai ganhando destaque em cada prova disputada na vertente de ciclocrosse.


SPORTING-TAVIRA (6/10)

No ano de despedida do Sporting Clube de Portugal do ciclismo, esta foi a pior das quatro épocas do clube leonino ao lado do Clube de Ciclismo de Tavira. Com apenas duas vitórias em classificações gerais e duas secundárias, a equipa Sporting-Tavira prometia mais no epílogo desta aliança. José Mendes sagrou-se campeão nacional de fundo e César Martingil conquistou a Clássica da Primavera, dois triunfos que souberam a pouco numa equipa composta de corredores de renome. De salientar ainda são as performances de Martingil na vertente de pista, tanto a nível nacional como com a camisola da Selecção.


UD OLIVEIRENSE-INOUTBUILD (6/10)

A UD Oliveirense-InOutbuild, uma das três equipas do escalão Continental Sub-25, somou três vitórias em etapas e classificações gerais, mais sete secundárias, tendo Rafael Lourenço logrado uma importante vitória de etapa na Volta a Portugal do Futuro e Fábio Costa a conquista da Taça de Portugal Sub-23. A par destes dois jovens, Pedro Miguel Lopes foi outro dos nomes mais destacados da formação Oliveirense. Assinalamos também a medalha de bronze alcançada por Hélder Gonçalves no Campeonato Nacional de XCO em Sub-23.


VITO-FEIRENSE-PNB (8/10)

Uma das equipas mais vitoriosas na temporada lusa, a Vito-Feirense-Pnb fechou o ano de 2019 com sete triunfos em etapas e classificações gerais, mais sete secundárias. Não podemos deixar de referir o caminho que esta equipa trilhou na vertente de pista, conquistando um total de 16 medalhas em eventos nacionais e internacionais, maioritariamente por João Matias, mas também com Oscar Pelegrí, dois corredores que também brilharam em estrada com importantes conquistas, nomeadamente Matias com uma etapa no Grande Prémio Jornal de Notícias e Pelegrí também com uma etapa no Grande Prémio Abimota. Entre os mais jovens, António Ferreira brilhou com vitória da etapa rainha e da geral do Grande Prémio Azores, Pedro Andrade com a vitória da última etapa do Grande Prémio Abimota, ambos com apenas 19 anos de idade e vivendo o seu primeiro ano de sub-23 numa equipa profissional. Entre os diversos pódios alcançados, assinala-se o segundo lugar de Jesus del Pino na Prueba Villafranca-Ordiziako Klasika diante do vencedor Rafa Valls (Movistar Team).



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