A Reforma do ciclismo
profissional foi aprovada pelo Comité da União Ciclista Internacional
(UCI), após ser aprovada por unanimidade pelo Conselho de Ciclismo Profissional
(CCP), composto por representantes de equipas, ciclistas e organizadores. O encontro
teve lugar estes dias na Áustria, país anfitrião dos Campeonatos do Mundo de
Estrada.
Num momento em que a Associação de Ciclistas Profissionais
(CPA) vai a votos, a 27 de Setembro, para eleger o Presidente para os próximos
quatro anos, Gianni Bugno vê o trabalho
de oito anos de vigência chegar a bom porto com a aprovação da Reforma: “Orgulho-me de ter feito parte deste grupo
de trabalho e de ter contribuído para esta Reforma, que trará benefícios para
os corredores e para todas as partes. O trabalho e o empenho de todos os
intervenientes em prol de um objectivo comum levarão certamente ao crescimento
do nosso desporto. Obrigado a todos!”, desabafou Bugno no Twitter.
Também através do Twitter chegaram mais palavras de apoio e
felicitação pelo trabalho realizado, como o caso de Jonathan Vaughters: “Muito
bom trabalho de Gianni Bugno e Iwan Spekenbrink ao conseguirem um acordo justo
para os ciclistas e equipas. Conseguir que UCI e ASO mudem de opinião é mais
difícil do que parece! Chapeau aos dois.” E acrescentou: “Este acordo consegue acertar agulhas na
protecção dos interesses de ciclista e equipa. A obrigatoriedade de maiores
equipas e participação em corridas WT leva a que mais ciclistas mantenham os
seus empregos. Além disso, manter as equipas WT em 18 garante mais ciclistas
empregados, enquanto três anos de licença protege o valor do capital próprio.”
Em comunicado, o Presidente da UCI David Lappartient mostrou-se “Muito
feliz por todos juntos termos conseguido chegar a um consenso favorável para
todos os intervenientes do ciclismo profissional masculino: equipa, ciclistas,
organizadores, patrocinadores e fãs. Agora temos uma base sólida para continuar
o desenvolvimento do nosso desporto para que se torne num dos maiores desportos
profissionais do mundo, O desporto do século XXI. Agradeço calorosamente a
todos os envolvidos: Iwan Spekenbrink, Presidente da Associação Internacional das Equipas de Ciclistas Profissionais (AIGCP), Gianni Bugno, Presidente da
Associação de Ciclistas Profissionais (CPA) e Christian Prudhomme, Presidente
da Associação Internacional dos Organizadores de Corridas de Ciclismo (AIOCC),
por realizar conjuntamente esta visão do ciclismo profissional e ultrapassar
potenciais diferenças. Juntos, somos mais fortes.”
No que toca à Reforma
propriamente dita, a nova organização do ciclismo profissional será introduzida
gradualmente a partir de 2019, tendo como principais pontos:
- Calendário internacional de estrada UCI terá três
divisões: UCI WorldTour, UCI ProSeries e UCI Continental Circuits.
- A partir de 2020, o WorldTour
será composto pelas três grandes voltas, as corridas por etapas, as corridas de
um dia reunidas na nova UCI Classic Series (incluindo os cinco monumentos e
potencialmente mais 15 importante eventos) e as restantes corridas de um dia, a
fim de perfazer um total de 185 dias de corrida, sendo todas elas garantidas
por três anos.
- A nova UCI ProSeries será
iniciada em 2020 e composta por uma selecção das corridas HC e classe 1, com
especificidades precisas, bem como corridas de importante estratégia para o
desenvolvimento do ciclismo.
- UCI Continental Circuits
continuarão a ser o pilar do ciclismo no nível continental.
- Equipas continuarão divididas em três categorias: UCI
WorldTeams, UCI ProTeams (designadas até ao momento por Profissional Continental)
e UCI Continental Teams. Serão 18 WorldTeams (compostas por 27 a 30 ciclistas)
com licença de três anos, e número ilimitado de ProTeams e Continental Teams.
- A partir de 2019, existirá apenas um ranking
internacional: o UCI World Ranking (deixando de existir o Ranking WorldTour). A
UCI publicará um ranking global 'UCI World Ranking', publicando também um por
nações e outro por equipas, tendo este último em conta os resultados dos 10
melhores ciclistas de cada equipa das três categorias no calendário
internacional de estrada. Os rankings individual, nações e equipas continuarão
a ser publicados para os cinco Circuitos Continentais UCI.
- A partir do final de 2019, um total de 18 equipas
receberão a licença UCI WorldTour, de três anos, baseada em cinco critérios:
ético, administrativo, financeiro, organizacional e desportivo. Estes critérios
permitirão uma comparação entre as WorldTeams e as novas candidatas a esse
estatuto. As melhores UCI ProTeams terão direito a participar nas grandes
voltas e, por isso, será reduzido o número de convites dos organizadores (wildcards)
dessas corridas. As três melhores ProTeams terão direito a participar em
corridas UCI Classic Series e noutras corridas do WorldTour.
Mais detalhes serão ainda finalizados para implementar a
Reforma por completo até 1 de Janeiro de 2020.
Encontro do Conselho de Ciclismo Profissional (CCP) na Áustria (Foto: UCI) |
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