Avançar para o conteúdo principal

1ª Volta a Portugal Feminina, uma edição para recordar

O dia 2 de Setembro de 2021 ficará para sempre marcado na história do ciclismo luso pela concretização de um dos maiores sonhos de muitas ciclistas: a realização da 1ª Volta a Portugal Feminina. A capital Lisboeta foi o ponto de reunião para o início desta bonita aventura, sendo o Parque Eduardo VII o palco eleito para receber a apresentação das 14 equipas, das quais oito portuguesas, quatro espanholas e duas britânicas. Entre as várias personalidades presentes destacamos o atleta olímpico e medalha de bronze em Sidney, o judoca Nuno Delgado, embaixador de ‘Lisboa Capital Europeia do Desporto 2021’, mostrando-se extremamente entusiasmado com este evento. Celina Carpinteiro (5Quinas/Município de Albufeira/ CDASJ) levou dorsal 1, no total de 85 ciclistas a integrar o pelotão desta primeira Volta no feminino, que juntou os escalões elite, sub-23 e júnior, tendo terminado 61 atletas.

Protagonista do primeiro ao último dia com uma performance fantástica, Raquel Queirós (Clube BTT Matosinhos-VeloPerformance), de 21 anos, conquistou a camisola amarela, após chegar ao primeiro lugar da classificação geral no decisivo contra-relógio individual do penúltimo dia de prova. Primeira atleta lusa a representar Portugal nos Jogos Olímpicos em BTT, com um 27º lugar em Tóquio, campeã nacional de XCO e 10ª no Mundial de XCO Sub-23, Raquel Queirós teve na britânica Danielle Shrosbree (Team LDN-Brother UK) a adversária mais forte na estrada.
 
Pódio final: Lucy Lee vencedora da última etapa, Danielle Shrosbree vencedora das camisolas dos pontos e da montanha, Raquel Queirós vencedora da camisola amarela e Sofia Gomes vencedora da camisola da juventude (© Helena Dias)

Nuno Delgado com Raquel Queirós na apresentação das equipas em Lisboa (© Helena Dias)
 
Celina Carpinteiro, a dorsal 1 da Volta a Portugal Feminina (© Helena Dias)

O contentamento no rosto de Raquel Queirós ao saber da vitória no contra-relógio e subida ao primeiro lugar da classificação geral (© Helena Dias)


COMO DECORREU A PROVA
 
ETAPA 1

À semelhança do que sucedeu em 1927, na primeira edição da Volta a Portugal masculina, também o pelotão feminino pedalou até ao Cais do Sodré, onde embarcou para atravessar o Tejo rumo a Cacilhas. A primeira etapa tinha a partida marcada em Almada e um total de 81,5 quilómetros no percurso desenhado até Setúbal, onde a chegada foi disputada ao sprint entre oito corredoras com as britânicas da Team LDN-Brother UK a imporem a vitória com Danielle Shrosbree e a companheira Lucy Lee a ser segunda. Raquel Queirós (Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance) cruzou a meta em terceiro e subiu ao pódio como melhor lusa do dia. A espanhola Laura Ruiz (Río Miera Meruelo-Cantabria Deporte) fechou em quinto e vestiu a camisola da juventude, representativa da melhor ciclista júnior. Neste dia, Danielle Shrosbree teve o máximo protagonismo não apenas pela vitória da etapa, mas também por vestir a camisola amarela de líder da classificação geral e ainda somar as camisolas da montanha e dos pontos.
 
Classificação 1ª Etapa (2/Setembro) – Almada / Setúbal 81,5 km:
1ª Danielle Shrosbree (Team LDN-Brother UK) 2:13:15 (36,698 km/h)
2ª Lucy Lee (Team LDN-Brother UK) mt
3ª Raquel Queirós (Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance) mt
4ª Vera Vilaça (Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi) mt
5ª Laura Ruiz (Río Miera Meruelo-Cantabria Deporte) mt
6ª Iris Gomez (Selección Catalana) mt
7ª Beatriz Pereira (Vesam/Blok-Vilanovense-Bairrada) mt
8ª Sofia Gomes (Vesam/Blok-Vilanovense-Bairrada) mt
9ª Harriet Dodd (Team LDN-Brother UK) +5
10ª Jennyfer Barragan (Efapel-Escola Ciclismo Águeda) +24
 
Danielle Shrosbree conquista a 1ª etapa, em Setúbal (© Helena Dias)


A equipa britânica Team LDN-Brother UK sempre demonstrou forte união no decorrer da prova (© Helena Dias)

ETAPA 2

Um pouco mais curta, a segunda etapa viajou entre Mafra e Loures ao longo de 72 quilómetros. A equipa da camisola amarela esteve em destaque com Harriett Dodd em fuga e posteriormente, com a fuga já anulada, a ter a líder Danielle Shrosbree a passar em primeiro no único prémio de montanha do dia, no Vale de S. Gião, localizado a 15,6 quilómetros da meta. Sempre atenta às movimentações das britânicas esteve a olímpica Raquel Queirós, que desta feita conseguiu bater ao sprint a detentora da camisola amarela e vencer a jornada em Loures, num final entre 10 corredoras. A única camisola a mudar de mãos neste dia foi a da juventude, que passou para a lusa Sofia Gomes (Vesam/Blok-Vilanovense-Bairrada), quarta a cruzar a meta.
 
Classificação 2ª Etapa (3/Setembro) – Mafra / Loures 72 km:
1ª Raquel Queirós (Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance) 1:59:48 (36,060 km/h)
2ª Danielle Shrosbree (Team LDN-Brother UK) mt
3ª Mariana Libano (Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance) mt
4ª Sofia Gomes (Vesam/Blok-Vilanovense-Bairrada) mt
5ª Maaris Meier (Maiatos) mt
6ª Marta Beti (Río Miera Meruelo-Cantabria Deporte) mt
7ª Laura Ruiz (Río Miera Meruelo-Cantabria Deporte) mt
8ª Naima Diesner (5Quinas/Município de Albufeira/CDASJ) mt
9ª Vera Vilaça (Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi) mt
10ª Harriet Dodd (Team LDN-Brother UK) mt
 
Raquel Queirós impõe-se ao sprint diante da camisola amarela, em Loures (© Helena Dias)


Danielle Shrosbree mantém-se de camisola amarela no final da 2ª etapa e sempre sorridente, mesmo de máscara! (© Helena Dias)

Em todas as etapas, Shrosbree oferecia o ramo de flores às companheiras de equipa (© Helena Dias)

ETAPA 3

Com as primeiras cinco da classificação geral com o mesmo tempo e mais cinco a menos de 1 minuto, o contra-relógio da terceira etapa mostrou-se decisivo para abrir espaço entre as favoritas à camisola amarela. Em Vila Franca de Xira foram pedalados 11,1 quilómetros e a reviravolta na geral aconteceu. Raquel Queirós impôs-se de forma peremptória a toda a concorrência, vencendo a segunda etapa consecutiva e passando do segundo lugar para a liderança da camisola amarela ao pedalar o crono em 19m55s, deixando a 35s a líder da camisola da juventude Sofia Gomes e a 44s Iris Gomez (Selección Catalana), segunda e terceira na meta, respectivamente. O dia acabou por ser negativo para Danielle Shrosbree, que sofreu uma queda e acabou por perder a camisola amarela ao pedalar o 13º tempo, gastando mais 1m32s, e caindo para sexto na geral, mantendo as camisolas da montanha e dos pontos.
 
Classificação 3ª Etapa (4/Setembro) – Vila Franca de Xira CRI 11,1 km:
1ª Raquel Queirós (Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance) 0:19:55 (33,439 km/h)
2ª Sofia Gomes (Vesam/Blok-Vilanovense-Bairrada) +35
3ª Iris Gomez (Selección Catalana) +44
4ª Raquel Rocha (Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi) +50
5ª Vera Vilaça (Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi) +58
6ª Lucy Lee (Team LDN-Brother UK) +1:04
7ª Ana Caramelo (ATPLINE_UC Ponte da Barca) +1:07
8ª Beatriz Pereira (VEesam/Blok-Vilanovense-Bairrada) +1:11
9ª Diana Pedrosa (Team Farto-BTC) +1:20
10ª Iuliia Legkova (Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi) +1:26
 
Raquel Queirós foi gigante no crono em Vila Franca de Xira, batendo a concorrência com mais de meio minuto de vantagem (© Helena Dias)


Uma queda deitou por terra as aspirações de Danielle Shrosbree manter a camisola amarela (© Helena Dias)

Sofia Gomes destacou-se no crono, sendo a adversária que mais se aproximou do tempo da vencedora (© Helena Dias)

ETAPA 4

Embora difícil, a quarta etapa era a derradeira oportunidade para a britânica Team LDN-Brother UK reaver a camisola amarela e assim o tentaram fazer as corredoras ao longo dos 94,7 quilómetros, que ligaram as Caldas da Rainha a Lisboa, com passagem por A-dos-Francos, terra natal do internacional João Almeida (Deceuninck-QuickStep). Contudo, a equipa Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance, de Raquel Queirós, não deixou que tal acção tivesse êxito, anulando qualquer tentativa de fuga. Ainda assim, as britânicas levaram para casa a segunda vitória em etapa, desta feita com Lucy Lee, que bateu a concorrência ao sprint, deixando na segunda e terceira posições da jornada a dupla Lucia Garcia e Laura Rodriguez, da Selección Catalana. Raquel Queirós foi sétima na meta, com o mesmo tempo, e sagrou-se vencedora da camisola amarela da 1ª Volta a Portugal Feminina. Completaram o pódio da geral a lusa Sofia Gomes, a 35s, e a espanhola Iris Gomez, a 48s. A camisola da juventude, ganha pela melhor júnior, ficou nas mãos de Sofia Gomes, que mostrou a sua qualidade dia-a-dia, seguida da companheira de equipa Beatriz Pereira e da espanhola Laura Ruiz (Rio Miera Meruelo-Cantabria Deporte). As camisolas da montanha e dos pontos foram conquistadas desde o primeiro dia pela britânica Danielle Shrosbree, que acabou em sexto na geral, e a sua Team LDN-Brother UK venceu por equipas, seguida da Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi e de Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance.
 
Classificação 4ª Etapa (5/Setembro) – Caldas da Rainha / Lisboa 94,7 km:
1ª Lucy Lee (Team LDN-Brother UK) 2:55:54 (32,302 km/h)
2ª Lucia Garcia (Selección Catalana) mt
3ª Laura Rodriguez (Selección Catalana) mt
4ª Danielle Shrosbree (Team LDN-Brother UK) mt
5ª Vera Vilaça (Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi) mt
6ª Maaris Meier (Maiatos) mt
7ª Raquel Queirós (Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance) mt
8ª Laura Ruiz (Rio Miera Meruelo-Cantabria Deporte) mt
9ª Carolina Vega (Rio Miera Meruelo-Cantabria Deporte) mt
10ª Naima Diesner (5Quinas/Município de Albufeira/CDASJ) mt
 
Classificação Geral:
1ª Raquel Queirós (Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance) 7:28:52
2ª Sofia Gomes (Vesam/Blok-Vilanovense-Bairrada) +35
3ª Iris Gomez (Selección Catalana) +48
4ª Vera Vilaça (Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi) +58
5ª Beatriz Pereira (Vesam/Blok-Vilanovense-Bairrada) +1:15
6ª Danielle Shrosbree (Team LDN-Brother UK) +1:32
7ª Harriet Dodd (Team LDN-Brother UK) +1:46
8ª Laura Ruiz (Rio Miera Meruelo-Cantabria Deporte) +1:49
9ª Raquel Rocha (Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi) +2:23
10ª Mariana Libano (Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance) +2:35
 
Geral Juniores:
1ª Sofia Gomes (Vesam/Blok-Vilanovense-Bairrada)
2ª Beatriz Pereira (Vesam/Blok-Vilanovense-Bairrada)
3ª Laura Ruiz (Rio Miera Meruelo-Cantabria Deporte)
 
Geral Equipas:
1ª Team LDN-Brother UK
2ª Korpo Activo/Penacova-Extremosul/Hotel Alisi
3ª Clube BTT Matosinhos/VeloPerformance
 
Geral Pontos:
1ª Danielle Shrosbree (Team LDN-Brother UK) 23
 
Geral Montanha:
1ª Danielle Shrosbree (Team LDN-Brother UK) 15
 
A última etapa valeu mais uma vitória para as britânicas, com o vigoroso sprint de Lucy Lee (© Helena Dias)
Pódio da geral: 1ª Raquel Queirós, 2ª Sofia Gomes, 3ª Iris Gomez (© Helena Dias)


NOTAS FINAIS

A 1ª Volta a Portugal Feminina deixou uma impressão positiva quanto à forma como as ciclistas nacionais e estrangeiras encararam a prova, mas também quanto aos receios iniciais (e naturais) relativos à forma como se iria desenrolar na estrada, bem como à aceitação do público, se estaria ou não presente no apoio ao pelotão. Quanto a este último receio, o mesmo foi-se desfazendo de etapa para etapa, com as pessoas a aderirem à prova, principalmente nas chegadas e em todo o dia do contra-relógio. Estando nós entre o público, podemos confirmar o entusiasmo, a curiosidade e a adesão relativos ao pelotão feminino e à primeira edição da corrida, sendo assinalada a falta de divulgação por parte dos meios de comunicação televisivos, em particular a ausência da estação de serviço público de televisão, RTP. Outro facto notado, pelos seguidores do ciclismo nacional, foi a ausência de acompanhamento da prova em tempo real na internet por parte da organização, tal como fazem por escrito com algumas provas do pelotão masculino.
 
Relativamente às ciclistas, das mais novas às mais experientes, das nacionais às estrangeiras, todas demonstraram uma forte garra e vontade de competir nesta primeira edição, destacando-se a vontade confessada pelas britânicas da Team LDN-Brother UK em quererem regressar às competições lusas, tendo tecido comentários positivos à prova. Ainda longe do que é ofertado ao pelotão masculino em semelhantes provas, as ciclistas não esmoreceram e deram igual espectáculo, abrilhantando a corrida com fugas, com a saudável batalha pela camisola amarela da geral e pela camisola branca de melhor júnior, demonstrando vontade de estar ao melhor nível.
 
Concluindo, o nível de competitividade, o entusiasmo do público presente, o suspense no desenrolar da corrida e a total entrega das ciclistas levam-nos a olhar para a 1ª Volta a Portugal Feminina como porta de entrada para a realização ao longo do ano de mais competições femininas divididas por escalões, a fim de incrementar o ciclismo feminino a nível nacional, captar mais investimento e empresas para a criação de equipas (com salário pago às corredoras) e elevar o nível competitivo dentro do país, através a abertura de uma janela de oportunidade à vinda de equipas estrangeiras.

Sofia Gomes e Raquel Queirós (© Helena Dias)

A claque de Raquel Queirós no final em Lisboa (© Helena Dias)

Duas atletas olímpicas: a grande vencedora Raquel Queirós com Maria Martins (© Helena Dias)


Comentários

  1. Como habitualmente Helena ótima descrição quer escrita,quer por fotos e um comentário à maneira de quem sabe ,e sabe muito,da matéria.Que apareçam mais provas de ciclismo feminino,pois existe público e matéria prima muito boa! Aliás o ciclismo só não avança mais,pois os mídia falam pouco. Parabéns Helena e contínua!!!

    ResponderEliminar
  2. Parabéns Helena por mais um excelente artigo, já divulguei, infelizmente não pude marcar presença neste grande evento, por me encontrar fora, mas acompanhei sempre e divulguei, força.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Artigos Mais Lidos

Apresentação Liberty Seguros/Feira/KTM 2014

Esta quinta-feira, a Biblioteca Municipal de Sta. Maria da Feira recebeu a apresentação do 6º GP Liberty Seguros/Volta às Terras de Sta. Maria e das equipas de formação Liberty Seguros/Feira/KTM do Sport Ciclismo S. João de Ver. Entre as personalidades presentes destacaram-se os patrocinadores das equipas, nomeadamente a Liberty Seguros, a KTM e a Câmara Municipal de Sta. Maria da Feira. Também não faltaram antigos corredores da casa, actualmente a pedalar no pelotão profissional nacional, entre outros o campeão nacional Joni Brandão, César Fonte, Edgar Pinto, Frederico Figueiredo, Mário Costa, Rafael Silva e o internacional André Cardoso. Nem o campeão do mundo Rui Costa faltou à chamada de um dos directores desportivos mais acarinhados no país, Manuel Correia, deixando em vídeo uma mensagem sentida de agradecimento pelo seu percurso e aprendizagem no clube. Precisamente de Manuel Correia surgiu o momento mais marcante da cerimónia, aquando do seu anúncio de fim de ciclo

Os velódromos de Portugal

Velódromo de Palhavã (© Arquivo Municipal de Lisboa) Em Portugal, o ciclismo já foi considerado o desporto da moda entre as elites. Para chegarmos a esse momento da história, temos de recuar ao tempo da monarquia, até finais do século XIX, para encontrar o primeiro velódromo em território nacional, o Velódromo do Clube de Caçadores do Porto , na Quinta de Salgueiros, não sendo a sua data totalmente precisa, já que a informação a seu respeito é muito escassa. Em alguns relatos, a sua inauguração data de 1883, enquanto noutros data de 1893.

Entrevista a Isabel Fernandes: “África leva-nos a colocar em causa as nossas prioridades de Primeiro Mundo”

O ciclismo apareceu na vida profissional de Isabel Fernandes em 1987 para não mais sair. De comissária estagiária em 1989, chegou ao patamar de comissária internacional dez anos depois, realizando diversas funções na modalidade ao longo dos anos, nomeadamente intérprete e relações públicas de equipas, membro da APCP (Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais) e da organização de várias provas como os Campeonatos da Europa e do Mundo, em Lisboa.