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Um ano na APCP, agradecimento a Joaquim Andrade



Este mês de Julho, a minha colaboração com a Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais completa um ano. A oportunidade de ‘estar’ no ciclismo português deveu-se a um convite por parte do Presidente da APCP, Joaquim Andrade, que acreditou ser uma mais-valia a minha presença no mundo luso das bicis. Não poderia deixar passar esta data sem um agradecimento a quem valoriza o nosso trabalho e acredita em nós.

Campeão Nacional, o ex-ciclista profissional Joaquim Andrade desdobra-se entre a presidência da APCP e a direcção desportiva da equipa Maia/Bicicletas Andrade, mas não só. A somar à Estrada, reparte a sua atenção pelas outras vertentes do ciclismo como Pista e BTT. Além da sua carreira enquanto ciclista, o que conheço do recordista de presenças na Volta a Portugal, Campeão Nacional e vencedor da duríssima clássica Porto-Lisboa é a sua incansável labuta em prol do ciclismo português e a preocupação em melhorar os direitos e as condições de todos os corredores do pelotão, profissionais ou em formação.


Este agradecimento pretende apenas demonstrar o porquê de acreditar que a sua presença activa no ciclismo nacional faz toda a diferença pela forma como trabalha a formação dos jovens corredores, preparando-os para a vida numa modalidade que, como o próprio costuma dizer, «tem mais dias difíceis do que fáceis». Por essa razão pensei nos Maiatos, os seus pupilos da equipa de clube, pois a convivência fá-los conhecer a pessoa de Joaquim Andrade e as palavras que se seguem de alguns dos seus corredores demonstram a importância do seu trabalho.

Mas antes, a opinião de um talento betetista do Núcleo Desportivo de Travanca/Bicicletas Andrade, o júnior João Santos: «O ‘Kim’ é uma pessoa extraordinária! Tem-me acompanhado na minha carreira desportiva desde sempre e é graças a ele que tenho tido bons resultados. Com ele aprendi e continuo a aprender como ‘olhar’ para uma prova, tácticas, treinos, etc. É um bom ouvinte, empenhado naquilo que faz, amigo, profissional! Para mim é uma enorme honra ter um Treinador e, acima de tudo, um Amigo como ele! Apesar de ter tido alguns momentos menos bons, teve uma grande carreira profissional e isso é visto no seu Record do Guinness e não só. Só lhe tenho a agradecer tudo o que tem feito por mim e que continuemos o nosso trabalho e amizade». 

Hélder Ferreira: «Considero um dos responsáveis para que eu voltasse a mostrar ambição no ciclismo, que me caracterizou em anos anteriores. Depois de períodos difíceis em que não estava com grande confiança nem motivação para o ciclismo (como alguém disse andava a brincar ao ciclismo), a ajuda da família e de pessoas como o Chefe foi fundamental. Acima de tudo é calmo e acredita que todos podemos evoluir e mostrar qualidades que nos são inatas. Preocupa-se com os pormenores a melhorar e é cumpridor. Nas situações menos positivas destaca os aspectos em que nós estivemos bem. Concluindo, é competente e transmitiu-me uma grande confiança». 

Pedro Santos: «Um verdadeiro sábio da Modalidade, que já deu e ainda tem muito para dar! Joaquim Andrade, herdeiro de uma outra velha lenda do ciclismo, o seu pai, que tal como ele marcou a diferença no ciclismo. Pessoa compreensiva, sincera, preocupada, muito calma… são alguns dos aspectos que o caracterizam como pessoa e que, actualmente, dá uso a essa sua imagem dedicando-se para connosco (equipa) na tentativa de superarmos metas e evoluir de dia para dia. Será a pessoa que muitos dos jovens terão a sorte de encontrar como treinador num futuro e na qual espero que continue ligado por muitos mais anos. É um prazer trabalhar com ele». 

Vítor Rodrigues: «Joaquim Andrade é nome de campeão, referência no mundo do ciclismo. Para além de ser o nosso "chefe" é um amigo que se preocupa e nos transmite todos os seus conhecimentos, experiência e sabedoria. É uma pessoa calma, simples, humilde e acima de tudo respeitadora. Como Director Desportivo é realmente muito inteligente e sabe bastante bem o que faz. Em poucos meses de contacto com ele, aprendi mais do que em 5 anos de ciclismo. É um chefe preocupado e sobretudo tem noção do esforço que os ciclistas fazem (talvez, por ter estado sempre ligado à modalidade) e quando as coisas correm menos bem não é uma pessoa que aponta o dedo, mas sim um ombro amigo que nos conforta e nos ajuda a ultrapassar os maus momentos. Sem dúvida alguma, uma das melhores pessoas que podemos encontrar no ciclismo português. Tenho um grande prazer em poder fazer parte desta grande família que é a União Ciclista da Maia e poder estar em contacto com pessoas como o Joaquim Andrade».


(escrito em português de acordo com a antiga ortografia)

Comentários

  1. Estou a ler o texto com algum atraso mas, como diz o ditado, mais vale tarde que nunca! A verdadeira formação de atletas (não a maioria da que anda por aí extravagantemente publicitada), por vezes, mais do que resultados quase imediatos, é feita de paciência... muita paciência! Só gente ponderada consegue "fazer" ou recuperar atletas, sobretudo num desporto tão exigente como o ciclismo. Pena é que a maior parte da dita formação não pense assim e a tendência até seja dar pouco valor a quem pensa a formação de forma paciente. Todos os anos se perdem alguns potenciais ciclistas à conta disso. Há poucas equipas que invistam na formação de atletas que, por vezes quando chegam, mal sabem pedalar e, quando saiem para outros lados (que depois dizem que os formaram!!)já têm aptidões e resultados de alguma ou bastante evidência. Isso é formação e neste texto estão retratados dois bons exemplos atuais (Maia e Travanca) que, sem luxos e com muita paciência, têm feitos surgir bons atletas ou, pelo menos, bons cidadãos.

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