Muitos almejam conquistar o Troféu Joaquim Agostinho, mas
nem todos conseguem alcançá-lo. Para Frederico Figueiredo (Efapel), essa tarefa
até parece fácil, sendo já a segunda vez que agarra a vitória da classificação
geral da prova, que pretende homenagear todos os anos o grande campeão luso
Joaquim Agostinho. A 44ª edição foi ganha ainda com maior distinção, envergando
a camisola amarela desde a vitória da primeira etapa.
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Frederico Figueiredo, comandante do Troféu Joaquim Agostinho pelo segundo ano consecutivo (foto: Helena Dias) |
Para Frederico Figueiredo, esta segunda vitória consecutiva teve
um significado especial, como contou ao nosso blogue.
“É um sentimento especial. É sempre bom voltar a vencer uma corrida tão
prestigiante como é o Troféu Joaquim Agostinho. Estou extremamente contente.
Foi aqui que alcancei a minha primeira vitória como ciclista profissional e irá
ficar sempre marcada na minha memória. Vencer pelo segundo ano consecutivo, nem
tenho palavras para descrever!”
O segredo para o forte desempenho na estrada ao longo dos
três dias de prova, Frederico confessou-nos ser um em particular. “
Tenho trabalhado de forma muito
profissional. Quando ingressei na equipa Efapel, acreditaram muito no meu
trabalho e penso que estou a corresponder de forma positiva. No início do ano, as
coisas não correram da melhor maneira no primeiro objectivo, que era a Volta ao
Algarve. Fracturei o escafoide numa das etapas, o que acabou por me tirar um
bocadinho da preparação que tinha feito. Mas dei a volta por cima e o mais
importante é terem confiado sempre no meu trabalho, algo preponderante para rematar
com a vitória no Troféu Joaquim Agostinho. Daqui a menos de 20 dias estamos na
Volta a Portugal.”
Com a prova rainha do calendário nacional à porta, Frederico
assinalou: “
Aí já é uma história
diferente. Temos o António Carvalho como líder e é para ele que vamos trabalhar
para que a Volta nos corra da melhor maneira possível. Como temos vindo a ver
ao longo do ano, vai ser mais uma vez uma guerra Efapel vs W52-FC Porto e vamos
tentar levar a melhor. Desta vez levámos nós a melhor no Troféu. Penso que
estamos a fazer um ano muito positivo, contamos com muitas vitórias ao longo do
ano, com ciclistas distintos e vamos continuar a trabalhar para que as coisas
continuem nesta onda de vitórias.”
Sobre a possibilidade de chegar ao primeiro lugar do pódio
na Volta a Portugal, Frederico contornou a questão.
“O ano passado já fiz um pódio na Volta. Mas o que me marcou mais foi a
minha primeira vitória como profissional no Troféu, porque quando alcançamos
uma primeira vitória já não temos aquela pressão de ter de ganhar, as coisas fluem
muito mais naturalmente. Não é que as coisas fiquem mais fáceis, mas saem mais
naturalmente e isso viu-se na primeira etapa do Troféu deste ano, porque antes
não arrancava daquela maneira, não tinha tanta confiança para fazê-lo, mas agora
arranquei para ganhar. Tal como no Montejunto podia estar na discussão da
etapa, mas já ia ganhar o Troféu e temos de ter os pés bem assentes na terra. O
José Neves merecia aquela vitória, porque também fez uma grande corrida, o que
só enalteceu ainda mais a minha vitória.”
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José Neves (W52-FC Porto) foi um adversário duro de roer ao longo dos três dias de prova (foto: Helena Dias) |
Para quem acompanha a carreira de Frederico Figueiredo desde
as camadas de formação, denota uma mudança muito mais mental do que física.
“Fisicamente estou igual. Mentalmente estou
mais maduro, mais ciclista. A idade também é um factor importante e, é como
disse anteriormente, aquela primeira vitória mudou tudo completamente. Quando estamos
focados em querer ganhar, nem sempre sai da melhor maneira. Isso acontecia
muito, colocava uma pressão muito grande em cima de mim. Não conseguia ganhar e
ia para casa a pensar: «se estou a andar tanto e tenho bons números, bons
valores, porque não consigo ganhar?». Isso colocava-me numa situação
complicada. Agora as coisas estão a correr naturalmente e, respondendo um pouco
à pergunta anterior, sim, acho que posso estar na discussão da Volta a Portugal.”
Regressando à questão que se impunha sobre a Volta a
Portugal, desta feita Frederico acrescentou: “N
ão quero colocar isso na minha cabeça, porque fui contratado para a
equipa Efapel com um líder bem definido, que é o António Carvalho, mas a
qualquer momento a Volta pode virar para qualquer um dos lados. Tenho que estar
focado na liderança do António, mas ao longo dos dias pode acontecer muita
coisa e tenho de estar preparado para assumir a liderança, se tiver de ser, com
grande vontade, porque é sempre um objectivo para qualquer ciclista ganhar corridas
como a Volta a Portugal ou o Campeonato Nacional. É assim que encaro as coisas.”
A equipa Efapel conta com 11 vitórias na presente temporada.
Questionámos sobre o que tem esta equipa de especial.
“Acima de tudo, temos um grande grupo. É como o nosso director
desportivo diz. O Rúben Pereira diz que, com um grupo destes, é sempre muito
mais fácil trabalhar e as coisas surgem naturalmente por isso mesmo. Temos ciclistas
como o Rafael Reis, que já ganhou, eu, o Mendonça, o Moreira ou o André Domingues,
todos já ganhámos e isso é importante para um excelente grupo, que tem vindo a
formar-se e a trabalhar de forma muito profissional. Já tivemos vários líderes
nas diversas corridas e damo-nos todos muito bem”, rematou Frederico
Figueiredo.
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Director desportivo Rúben Pereira ao lado de Frederico Figueiredo na homenagem a Joaquim Agostinho (foto: Helena Dias) |
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