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Quem é o vencedor do Troféu Joaquim Agostinho?

José Neves entrou em 2018 para a poderosa W52-FC Porto e com ela acabou de conquistar uma das corridas mais emblemáticas do calendário nacional: o Grande Prémio Internacional de Torres Vedras – Troféu Joaquim Agostinho.

José Neves é o sucessor de Amaro Antunes na conquista
do Troféu Joaquim Agostinho (Foto: Helena Dias)

Também conhecido por José Fernandes, o jovem José Neves tem apenas 22 anos de idade (30/Outubro/1995), mas um passado feito de momentos marcantes no ciclismo. Por duas vezes campeão nacional de contra-relógio no escalão sub-23 (2015 e 2017), venceu em 2015 a Volta às Terras de Santa Maria e em 2017 encerrou a etapa do escalão sub-23 com a importante conquista da Volta a Portugal do Futuro, onde sobressaiu ao vencer a etapa rainha com o exigente final no alto de S. Macário.

Com raízes no btt, onde tudo começou ainda em cadete no ano de 2010, José Neves experimentou mais tarde a estrada, em 2012, vertente na qual se fixou em 2013 entrando na equipa júnior do Clube de Ciclismo José Maria Nicolau e na qual permaneceu no primeiro ano de sub-23. Em 2015, mudou-se para a equipa de clube Anicolor (actual Miranda-Mortágua), regressando em 2016 ao clube do Cartaxo (CCJMN). A época de 2017 foi vivida na Liberty Seguros-Carglass, subindo em 2018 ao escalão continental pela mão da W52-FC Porto.

Em 2018, José Neves veste o azul e branco da W52-FC Porto
(Foto: Helena Dias)

Na presente temporada, puxou dos galões logo numa das primeiras competições do ano, a Volta ao Alentejo, fazendo valer os dotes de contra-relogista no esforço individual de Castelo de Vide, onde por 8 segundos não roubou a vitória ao companheiro Gustavo Veloso.

Já no Campeonato Nacional de contra-relógio, ficou em quarto lugar a 1m28s da vitória de Domingos Gonçalves (RP-Boavista), tendo à sua frente a dupla internacional da Katusha-Alpecin, José Gonçalves e Tiago Machado.

Seja em ‘cronos’ curtos de 8 quilómetros ou mais longos de 33 quilómetros, José Neves defende-se bem na arte de pedalar contra o relógio e essa mais-valia concedeu-lhe a oportunidade de, pelo segundo ano consecutivo, estar na luta pela camisola amarela do Troféu Joaquim Agostinho.

José Neves no final do contra-relógio no Turcifal,
Troféu Joaquim Agostinho (Foto: Helena Dias)

No ano transacto, o terceiro lugar alcançado na etapa com chegada ao alto de Montejunto levou-o a vestir a amarela, que perderia na penúltima etapa para Amaro Antunes, em pleno circuito de Torres Vedras. Em 2018, a história repetiu-se, mas com um final bem diferente.

O 41.º Troféu Joaquim Agostinho apresentou-se com um figurino um pouco distinto de 2017, começando com o tradicional contra-relógio no Turcifal, seguindo-se as etapas com final no Sobral de Monte Agraço, o circuito de Torres Vedras e o culminar este ano no alto de Montejunto.

Após pedalar o segundo melhor tempo no prólogo, apenas superado por 3 segundos pelo internacional luso Rafael Reis (Caja Rural-Seguros RGA), José Neves subiu ao comando da classificação geral no final da primeira etapa no Sobral, perdendo a liderança para Óscar Hernández (Aviludo-Louletano-Uli) precisamente na etapa que se seguiu em Torres Vedras. A história parecia repetir-se, mas o jovem natural de Évora não esmoreceu com os 21 segundos que o separavam da conquista do Troféu.

Apesar do trabalho da W52-FC Porto na defesa da amarela de José Neves, 
a camisola da liderança passou para Óscar Hernández no final do 
 circuito em Torres Vedras (Foto: Helena Dias)

Arrancou para a derradeira jornada na quarta posição da geral, mas a subida final de Montejunto fê-lo escalar ao mais alto lugar do pódio. Novamente terceiro na chegada de 1.ª categoria, atrás do vencedor Henrique Casimiro (Efapel) e de Joni Brandão (Sporting-Tavira), José Neves acabaria por conquistar em definitivo a camisola amarela, no mesmo local em que no ano transacto a tinha envergado pela primeira vez.

Se em 2017 o objectivo passava por vencer a camisola da juventude (que venceu), em 2018 apoderou-se não só dessa camisola como também da mais desejada, a camisola amarela do 41.º Troféu Joaquim Agostinho.

Há precisamente um ano atrás, José Neves confidenciou-nos que o objectivo para a presente temporada passava por sair de Portugal. Contudo, o director desportivo Nuno Ribeiro assegurou a jovem promessa para a W52-FC Porto, após perder um dos seus melhores homens de 2017, Amaro Antunes para a CCC Sprandi Polkowice, e também Joaquim Silva para a Caja Rural-Seguros RGA.

O futuro é uma carta em aberto, principalmente no que toca à carreira dos ciclistas. Se José Neves fica em Portugal no final da temporada ou segue as pedaladas dos ciclistas portugueses que ingressaram em equipas estrangeiras, é uma questão ainda guardada no segredo dos Deuses.

José Neves pode ser um dos próximos ciclistas lusos a partir para o
pelotão internacional (Foto: Helena Dias)

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